Q&A, Gonçalo Henriques: “sonhava muito com isto, acreditava que era possível”

A estreia de Gonçalo Henriques e Inês Veiga ao volante do Hyundai i20N Rally2 do Hyundai Júnior Team FPAK foi nada menos que arrebatadora. No Rali Casinos do Algarve, a jovem dupla portuguesa brilhou intensamente, conquistando um impressionante terceiro lugar absoluto. Mais do que um pódio, foi uma afirmação categórica de talento, sendo os lusos […] The post Q&A, Gonçalo Henriques: “sonhava muito com isto, acreditava que era possível” first appeared on AutoSport.

Mar 31, 2025 - 22:16
 0
Q&A, Gonçalo Henriques: “sonhava muito com isto, acreditava que era possível”

A estreia de Gonçalo Henriques e Inês Veiga ao volante do Hyundai i20N Rally2 do Hyundai Júnior Team FPAK foi nada menos que arrebatadora. No Rali Casinos do Algarve, a jovem dupla portuguesa brilhou intensamente, conquistando um impressionante terceiro lugar absoluto. Mais do que um pódio, foi uma afirmação categórica de talento, sendo os lusos mais bem classificados da prova – superados apenas por pesos pesados do WRC como Kris Meeke e Dani Sordo, deixado para trás pilotos de renome em Portugal, com décadas de experiência nos ralis…

Aos 26 anos, Gonçalo Henriques continua a fazer o seu caminho nos ralis nacionais. Depois de conquistar o título do FPAK Júnior Team em 2022, cimentou a sua reputação ao sagrar-se bicampeão de Portugal nas 2RM com um Renault Clio Rally4. Agora, com um carro de uma categoria superior, deu o primeiro grande passo rumo ao topo. E que passo!

Logo na primeira prova, só os estrangeiros mundialistas ficaram à sua frente, bateu os pilotos, que somados, têm 13 títulos nacionais de ralis. Mas mesmo com uma exibição de encher o olho, Gonçalo Henriques mantém os pés no chão. Reconhece que ainda há um longo caminho a percorrer para explorar todo o potencial do Hyundai i20N Rally2.

Um dia incrível, uma performance incrível, quão satisfeito estás com esta tua primeira experiência com a Hyundai?

“Mais satisfeito não podia estar, foi um ali incrível, muito rápido, mas eu gosto deste tipo troços, rápidos. Eu sinto-me mais à vontade e notava-se que no troço maior, que seria o mais rápido, era onde nós conseguíamos fazer mais diferença, sentimo-nos sempre bem dentro do carro, um bom trabalho da equipa a por-nos um carro confortável de conduzir. Não há muito a dizer. Estamos muito orgulhosos daquilo que conseguimos atingir aqui, e vamos trabalhar muito para conseguir no próximo fazer algo idêntico.”

Alguma vez imaginavas um terceiro carro melhor português na tua primeira prova com um Rally2?

“Até pode parecer mal dizer isto, mas eu sonhava muito com isto, eu acreditava que era possível, claro que tinha os pés bem assentes na terra, e não queria deixar-me levar pelas emoções. Eu acredito muito no nosso valor, sabíamos que nos sentíamos confortáveis neste tipo de condições, sabia que podia ser uma mais-valia começar aqui.

Não foi por isso que começámos aqui foi mesmo uma escolha minha, entre mim e o Hugo (Lopes), mas de facto fazer esta prova para mim foi uma mais-valia, e logo na primeira prova conseguir este resultado aqui é incrível.”

E a tua ligação ao carro? Como começou, no início do rali, e como já estavas agora que terminou? O que sentiste de evolução durante estes quilómetros todos?

“Senti-me sempre bem, nós conseguimos um bom setup graças à muita ajuda do Dani (Sordo) e também da nossa equipa de assistência Sports & You, conseguimos um compromisso muito bom com o carro. O carro está confortável de conduzir, sinceramente eu não tenho experiência com este tipo de carros nem afinar setup, a verdade é essa.

Por isso, a ajuda Dani foi uma grande mais-valia, e conseguimos chegar a um compromisso excelente para andar rápido, rápido e bem, sem sustos em grandes stresses. Achamos que podemos ser mais rápidos nas zonas um pouco mais lentas, médias rápidas e mesmo nas médias lentas. Mas também precisamos de ganhar confiança e de fazer quilómetros. Mas os ralis são mesmo isto é aprender e nós estamos a aprender, ainda temos um longo caminho pela frente. Vamos sempre dar o nosso melhor. Isso é garantido.”

Eu ando aqui há muitos anos, e não me lembro de uma estreia assim de um jovem que a primeira prova que faz consegue fazer um brilharete destes. Tens consciência do que é que acabaste de fazer?

“Sim, se calhar, não tenho muito consciência, eu gosto sempre de ganhar e fico muito triste quando perco, ter sido aqui o melhor português significa muito para mim. Isso é um facto, mas um terceiro lugar é ótimo, é incrível.

Eu claro que entre amigos falava que era possível atingir um pódio, mas sempre com os pés bem assentes na terra e sinceramente o que eu esperava seria quinto ou sexto lugar, ou sétimo, acho que era uma aposta mais credível da minha parte e acho que era mais por aí que ia ser o nosso resultado. Mas não, confirmaram-se os meus sonhos e conseguimos e conseguimos um pódio.”

Vais de peito cheio para a Aboboreira…

A Aboboreira é um rali totalmente diferente. Os pisos são completamente diferentes aqui com menos grip, claro que vamos com mais confiança, mas o rali é completamente diferente, é muito mais encadeado, e nós estamos ainda a perder tempo nesse tipo de troços, por isso vamos ter que trabalhar para melhorar e para ser mais rápido nessas condições.”The post Q&A, Gonçalo Henriques: “sonhava muito com isto, acreditava que era possível” first appeared on AutoSport.