Planalto vê inércia e troca ministra das Mulheres de olho no voto feminino em 2026

A troca deve ser oficializada nesta semana. Governo busca recuperar aprovação de brasileiras que, pela primeira vez, superou a aprovação, segundo pesquisa Quaest divulgada no começo de abril. À Esquerda, Cida Gonçalves; à direita, Márcia Lopes Reprodução Lula decidiu mudar o comando do Ministério das Mulheres. A ministra Cida Gonçalves será substituída por Márcia Lopes — ex-ministra do desenvolvimento no 2º mandato de Lula. A troca deve ser oficializada nesta segunda-feira (5) ou, no mais tardar, na terça (6). O Planalto atribui a decisão à avaliação de que falta produtividade. “Inércia e falta de protagonismo num ministério tão importante” são dois dos motivos para a mudança, segundo fonte do Planalto ouvida pelo blog. Mas não é só isso. A troca também tem relação direta com a tentativa de Lula de recuperar o apoio do eleitorado feminino, mirando a eleição presidencial de 2026. Uma pesquisa Quaest divulgada em 2 de abril apontou que, pela primeira vez, a desaprovação do governo Lula entre as mulheres superou a aprovação. A desaprovação oscilou seis pontos para cima, no limite da margem de erro, e chegou a 53% (eram 47% em janeiro). Já a aprovação caiu seis pontos e está em 43% (antes era 49%). LEIA MAIS: Com queda de ministro da Previdência, governo Lula já trocou 11 ministros desde a posse Cotada para o ministério das Mulheres, Márcia Lopes diz que se reúne com Lula nesta segunda para assumir pasta Outra fonte do Planalto afirmou que Lula já manifestava descontentamento com os resultados do ministério há algum tempo. “[Lula] avaliava que a pauta estava apenas direcionada ao combate à violência contra a mulher, o que é muito importante (e mesmo aí as ações eram insuficientes), mas que faltava cuidar de outras pautas, como a geração de renda, emprego, formação e capacitação”. Desde janeiro, cinco ministros foram trocados. Secretaria de Comunicação Social: Paulo Pimenta (PT-RS) saiu e foi substituído pelo publicitário Sidônio Palmeira em janeiro de 2025; Saúde: Nísia Trindade foi demitida e substituída por Alexandre Padilha (PT-SP) em fevereiro; Secretaria de Relações Institucionais: Padilha deixou o cargo para assumir a Saúde e foi substituído por Gleisi Hoffmann (PT-PR) em fevereiro; Comunicações: Juscelino Filho entregou o cargo após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em investigação sobre desvio de emendas parlamentares; Frederico de Siqueira Filho assumiu a vaga em abril; Previdência Social: Carlos Lupi deixou o ministério após uma investigação da PF que revelou desvios em aposentadorias e pensões do INSS. Entra Wolney Queiroz, que era secretário-executivo da pasta, em maio de 2025.

Mai 5, 2025 - 16:03
 0
Planalto vê inércia e troca ministra das Mulheres de olho no voto feminino em 2026

A troca deve ser oficializada nesta semana. Governo busca recuperar aprovação de brasileiras que, pela primeira vez, superou a aprovação, segundo pesquisa Quaest divulgada no começo de abril. À Esquerda, Cida Gonçalves; à direita, Márcia Lopes Reprodução Lula decidiu mudar o comando do Ministério das Mulheres. A ministra Cida Gonçalves será substituída por Márcia Lopes — ex-ministra do desenvolvimento no 2º mandato de Lula. A troca deve ser oficializada nesta segunda-feira (5) ou, no mais tardar, na terça (6). O Planalto atribui a decisão à avaliação de que falta produtividade. “Inércia e falta de protagonismo num ministério tão importante” são dois dos motivos para a mudança, segundo fonte do Planalto ouvida pelo blog. Mas não é só isso. A troca também tem relação direta com a tentativa de Lula de recuperar o apoio do eleitorado feminino, mirando a eleição presidencial de 2026. Uma pesquisa Quaest divulgada em 2 de abril apontou que, pela primeira vez, a desaprovação do governo Lula entre as mulheres superou a aprovação. A desaprovação oscilou seis pontos para cima, no limite da margem de erro, e chegou a 53% (eram 47% em janeiro). Já a aprovação caiu seis pontos e está em 43% (antes era 49%). LEIA MAIS: Com queda de ministro da Previdência, governo Lula já trocou 11 ministros desde a posse Cotada para o ministério das Mulheres, Márcia Lopes diz que se reúne com Lula nesta segunda para assumir pasta Outra fonte do Planalto afirmou que Lula já manifestava descontentamento com os resultados do ministério há algum tempo. “[Lula] avaliava que a pauta estava apenas direcionada ao combate à violência contra a mulher, o que é muito importante (e mesmo aí as ações eram insuficientes), mas que faltava cuidar de outras pautas, como a geração de renda, emprego, formação e capacitação”. Desde janeiro, cinco ministros foram trocados. Secretaria de Comunicação Social: Paulo Pimenta (PT-RS) saiu e foi substituído pelo publicitário Sidônio Palmeira em janeiro de 2025; Saúde: Nísia Trindade foi demitida e substituída por Alexandre Padilha (PT-SP) em fevereiro; Secretaria de Relações Institucionais: Padilha deixou o cargo para assumir a Saúde e foi substituído por Gleisi Hoffmann (PT-PR) em fevereiro; Comunicações: Juscelino Filho entregou o cargo após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em investigação sobre desvio de emendas parlamentares; Frederico de Siqueira Filho assumiu a vaga em abril; Previdência Social: Carlos Lupi deixou o ministério após uma investigação da PF que revelou desvios em aposentadorias e pensões do INSS. Entra Wolney Queiroz, que era secretário-executivo da pasta, em maio de 2025.