Milei aplaude tarifaço de Trump contra a própria Argentina

O presidente da Argentina, Javier Milei, manifestou apoio à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de estabelecer uma tarifa básica universal de 10% sobre todos os produtos importados. A manifestação foi feita por meio da rede X, na qual Milei compartilhou um vídeo da música “Friends Will Be Friends”, da banda Queen, acompanhado […] O post Milei aplaude tarifaço de Trump contra a própria Argentina apareceu primeiro em O Cafezinho.

Abr 3, 2025 - 16:27
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Milei aplaude tarifaço de Trump contra a própria Argentina

O presidente da Argentina, Javier Milei, manifestou apoio à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de estabelecer uma tarifa básica universal de 10% sobre todos os produtos importados.

A manifestação foi feita por meio da rede X, na qual Milei compartilhou um vídeo da música “Friends Will Be Friends”, da banda Queen, acompanhado da legenda: “Friends will be friends… TMAP” — sigla em espanhol para “tudo caminhando conforme o plano”.

A medida, que afeta diretamente as exportações argentinas, aplica o mesmo percentual tarifário a países da América do Sul como Brasil, Colômbia e Chile. As economias mais impactadas, no entanto, foram China, União Europeia, Reino Unido e Índia, que passaram a enfrentar tarifas de até 34% em suas exportações para o mercado norte-americano.

A decisão de Trump provocou reações distintas entre os países afetados. No caso da Argentina, integrantes do governo interpretaram a medida como favorável ao país. O deputado Agustín Romo afirmou que a tarifa “é equivalente a um tratado de livre comércio”.

Juan Pablo Carreira, diretor de Comunicação da Presidência, declarou em publicação nas redes sociais que a Argentina obteve uma “vantagem competitiva” com a nova política. “O que Trump fez é impressionante”, escreveu.

A declaração de apoio ocorre dias antes da visita de Milei aos Estados Unidos. O presidente argentino deve participar de uma cerimônia em Mar-a-Lago, na Flórida, na qual será homenageado ao lado de Donald Trump.

O encontro tem sido tratado pelo governo argentino como uma oportunidade para estreitar os laços diplomáticos e buscar apoio em negociações econômicas com organismos internacionais.

A aproximação entre Milei e Trump coincide com as tratativas em curso entre a Argentina e o Fundo Monetário Internacional (FMI). O país sul-americano negocia um novo pacote de financiamento no valor de US$ 20 bilhões, com previsão de liberação imediata de 40% do montante.

A diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, classificou a proposta de desembolso inicial como “razoável”, segundo informações divulgadas por interlocutores do governo argentino.

Os Estados Unidos ocupam atualmente a segunda posição entre os principais destinos das exportações argentinas. Em 2024, o mercado norte-americano respondeu por 8,1% das vendas externas do país, conforme dados do Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec). O Brasil segue como o maior parceiro comercial da Argentina, responsável por 17,1% dos embarques no mesmo período.

A nova política tarifária dos Estados Unidos representa uma mudança na dinâmica do comércio internacional e afeta de maneira uniforme parceiros de diferentes regiões. Para a Argentina, a resposta institucional tem sido marcada por declarações públicas de apoio e expectativa de fortalecimento da relação bilateral.

O governo argentino avalia que o tratamento igualitário diante de outras economias maiores cria um cenário mais previsível para seus exportadores. A interpretação é que a tarifa universal reduz incertezas em comparação com medidas protecionistas específicas e pode beneficiar setores produtivos argentinos que enfrentam concorrência global em desvantagem.

O encontro entre Milei e Trump deverá ser acompanhado de reuniões com representantes da iniciativa privada e de órgãos financeiros norte-americanos. Integrantes do Ministério da Economia e do Banco Central da Argentina devem integrar a comitiva oficial.

O avanço das negociações com o FMI é tratado como prioritário pelo governo argentino, que busca reorganizar o cronograma de pagamentos da dívida externa e ampliar o volume de reservas internacionais.

Fontes do governo indicam que a relação pessoal entre os presidentes pode ser utilizada como elemento adicional na interlocução com os Estados Unidos, que detêm peso relevante nas decisões da diretoria do Fundo.

A viagem de Milei ocorre em um momento de reconfiguração das alianças comerciais da Argentina, com a busca por novos acordos bilaterais e ajustes na política externa.

A aproximação com Washington é considerada estratégica para garantir apoio político e econômico em fóruns multilaterais e para enfrentar a situação fiscal doméstica.

O impacto da tarifa de 10% sobre os produtos argentinos ainda está em avaliação por parte do setor produtivo.

A Confederação Argentina da Indústria anunciou que divulgará um estudo sobre os efeitos da medida nas próximas semanas. Enquanto isso, o governo mantém a posição de que a nova política dos EUA representa uma oportunidade para aprofundar a cooperação entre os dois países.

A visita de Milei aos Estados Unidos deve durar três dias e inclui, além do encontro com Trump, eventos com investidores e autoridades norte-americanas. A agenda oficial completa ainda não foi divulgada pelo Palácio San Martín.

Com informações da Infomoney

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