Liga Árabe considera 'inaceitável' retirar palestinos de seus territórios; China se opõe a 'deslocamento forçado'

Organização dos países árabes rejeitou ideia proposta por Trump, de deslocar palestinos da Faixa de Gaza para outras regiões, e citou também a Cisjordânia, território palestino ocupado. Milhares de palestinos retornam ao norte da Faixa de Gaza em 27 de janeiro de 2025. REUTERS/Dawoud Abu Alkas Deslocar os palestinos de seus territórios na Faixa de Gaza e na Cisjordânia é "inaceitável" para a região, afirmou nesta quarta-feira (12) o secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Abul Gheit. "Hoje, o foco está em Gaza, e amanhã estará na Cisjordânia, com o objetivo de esvaziar a Palestina de sua população histórica", declarou Abul Gheit na Cúpula Mundial de Governos em Dubai, ao ser questionado sobre a proposta do presidente dos EUA, Donald Trump, de deslocar os habitantes de Gaza. "É inaceitável para o mundo árabe, que tem lutado contra esta ideia há 100 anos. (...) Após resistir a isso por 100 anos, nós, os árabes, não vamos ceder agora de maneira alguma", enfatizou Gheit. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp A Liga Árabe é uma organização de Estados árabes fundada em 1945, tem 22 Estados-membros, do Oriente Médio e da África. Os países da aliança incluem aliados dos EUA, como a Arábia Saudita e o Egito, e outros importantes da região, como os Emirados Árabes, o Catar, Jordânia, Iraque, Líbano. A Liga também tem um representante da Palestina. O Brasil é um dos países observadores da organização. Muitas lideranças do mundo árabe, assim como os governos do Irã, Brasil e alguns países europeus, condenaram a ideia de Trump de retirar os palestinos de Gaza, devastada pela guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, para realocá-los em outras nações da região como Egito e Jordânia. O deslocamento foi sugerido pelo presidente americano quando ele afirmou que os EUA "assumiriam" Gaza no pós-guerra. A China também se manifestou nesta quarta-feira, dizendo se opor a "deslocamento forçado" de palestinos (Leia mais abaixo) Ao mencionar a ideia de Trump, o governo do Egito, país fronteiriço com Gaza, afirmou na terça-feira que apresentará uma estratégia para a reconstrução do território, mas garantindo que sua população possa continuar vivendo no local. Trump também sugeriu que os Estados Unidos poderiam assumir o controle do território costeiro. Na terça-feira, ele insistiu na ideia, ao receber na Casa Branca o rei da Jordânia, Abdullah II. O monarca expressou uma oposição veemente ao deslocamento dos palestinos de Gaza e da Cisjordânia para países da região, mas concedeu um gesto a Trump: acolher em seu país "imediatamente" 2.000 crianças palestinas em tratamento contra o câncer. China se opõe a 'deslocamento forçado' de palestinos A China afirmou nesta quarta-feira (12) sua oposição ao "deslocamento forçado" da população de Gaza para os realocar em outros países da região, segundo a proposta de Trump. "Gaza pertence aos palestinos e é parte integrante do território palestino", disse Guo Jiakun, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China. "Nós nos opomos ao deslocamento forçado dos habitantes de Gaza", devastada por mais de 15 meses de guerra entre o movimento islamista Hamas, que governa o território, e Israel, acrescentou o porta-voz. O presidente americano surpreendeu o mundo na semana passada quando, ao receber na Casa Branca o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, propôs que Washington assuma o controle de Gaza e que seus habitantes sejam realocados em países da região, como Egito e Jordânia. Trump insistiu novamente na ideia na terça-feira, ao receber o rei da Jordânia em Washington, ao afirmar que deseja colocar a Faixa "sob autoridade americana". Jordânia e Egito se opõem ao deslocamento da população de Gaza. O secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Abul Gheit, afirmou nesta quarta-feira que a ideia é "inaceitável".

Fev 12, 2025 - 12:31
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Liga Árabe considera 'inaceitável' retirar palestinos de seus territórios; China se opõe a 'deslocamento forçado'

Organização dos países árabes rejeitou ideia proposta por Trump, de deslocar palestinos da Faixa de Gaza para outras regiões, e citou também a Cisjordânia, território palestino ocupado. Milhares de palestinos retornam ao norte da Faixa de Gaza em 27 de janeiro de 2025. REUTERS/Dawoud Abu Alkas Deslocar os palestinos de seus territórios na Faixa de Gaza e na Cisjordânia é "inaceitável" para a região, afirmou nesta quarta-feira (12) o secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Abul Gheit. "Hoje, o foco está em Gaza, e amanhã estará na Cisjordânia, com o objetivo de esvaziar a Palestina de sua população histórica", declarou Abul Gheit na Cúpula Mundial de Governos em Dubai, ao ser questionado sobre a proposta do presidente dos EUA, Donald Trump, de deslocar os habitantes de Gaza. "É inaceitável para o mundo árabe, que tem lutado contra esta ideia há 100 anos. (...) Após resistir a isso por 100 anos, nós, os árabes, não vamos ceder agora de maneira alguma", enfatizou Gheit. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp A Liga Árabe é uma organização de Estados árabes fundada em 1945, tem 22 Estados-membros, do Oriente Médio e da África. Os países da aliança incluem aliados dos EUA, como a Arábia Saudita e o Egito, e outros importantes da região, como os Emirados Árabes, o Catar, Jordânia, Iraque, Líbano. A Liga também tem um representante da Palestina. O Brasil é um dos países observadores da organização. Muitas lideranças do mundo árabe, assim como os governos do Irã, Brasil e alguns países europeus, condenaram a ideia de Trump de retirar os palestinos de Gaza, devastada pela guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, para realocá-los em outras nações da região como Egito e Jordânia. O deslocamento foi sugerido pelo presidente americano quando ele afirmou que os EUA "assumiriam" Gaza no pós-guerra. A China também se manifestou nesta quarta-feira, dizendo se opor a "deslocamento forçado" de palestinos (Leia mais abaixo) Ao mencionar a ideia de Trump, o governo do Egito, país fronteiriço com Gaza, afirmou na terça-feira que apresentará uma estratégia para a reconstrução do território, mas garantindo que sua população possa continuar vivendo no local. Trump também sugeriu que os Estados Unidos poderiam assumir o controle do território costeiro. Na terça-feira, ele insistiu na ideia, ao receber na Casa Branca o rei da Jordânia, Abdullah II. O monarca expressou uma oposição veemente ao deslocamento dos palestinos de Gaza e da Cisjordânia para países da região, mas concedeu um gesto a Trump: acolher em seu país "imediatamente" 2.000 crianças palestinas em tratamento contra o câncer. China se opõe a 'deslocamento forçado' de palestinos A China afirmou nesta quarta-feira (12) sua oposição ao "deslocamento forçado" da população de Gaza para os realocar em outros países da região, segundo a proposta de Trump. "Gaza pertence aos palestinos e é parte integrante do território palestino", disse Guo Jiakun, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China. "Nós nos opomos ao deslocamento forçado dos habitantes de Gaza", devastada por mais de 15 meses de guerra entre o movimento islamista Hamas, que governa o território, e Israel, acrescentou o porta-voz. O presidente americano surpreendeu o mundo na semana passada quando, ao receber na Casa Branca o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, propôs que Washington assuma o controle de Gaza e que seus habitantes sejam realocados em países da região, como Egito e Jordânia. Trump insistiu novamente na ideia na terça-feira, ao receber o rei da Jordânia em Washington, ao afirmar que deseja colocar a Faixa "sob autoridade americana". Jordânia e Egito se opõem ao deslocamento da população de Gaza. O secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Abul Gheit, afirmou nesta quarta-feira que a ideia é "inaceitável".