Leão XIV

Nas últimas semanas pudemos assistir e acompanhar um importante e substantivo acontecimento, a todos os títulos de uma elevação anos-luz superior à embaraçosa realidade nacional de uma campanha eleitoral de políticos medíocres e partidos imprestáveis. A eleição e as primeiras acções do Papa Leão XIV têm sido um feliz oásis no meio do poluído ambiente […]

Mai 15, 2025 - 03:40
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Leão XIV

Nas últimas semanas pudemos assistir e acompanhar um importante e substantivo acontecimento, a todos os títulos de uma elevação anos-luz superior à embaraçosa realidade nacional de uma campanha eleitoral de políticos medíocres e partidos imprestáveis.

A eleição e as primeiras acções do Papa Leão XIV têm sido um feliz oásis no meio do poluído ambiente das notícias nacionais e do comentário político.

Mas na sua habitual indigência os jornais e televisões analisaram a escolha do líder da Igreja Católica sob o prisma estapafúrdio e doentio de avaliar se o novo Papa é «pró» ou «anti» Trump. O desarranjo mental desta gente é de tal ordem que vai ao ponto de medir a escolha do sucessor de S. Pedro pela pequenez das suas efémeras obsessões políticas.

Ao contrário dos omniscientes comentadores, a esmagadora maioria dos fiéis católicos e mesmo dos não crentes sabe pouco acerca da personalidade do até há dias Cardeal Robert Prevoste e da interpretação e matizes que Leão XIV dará à Doutrina da Igreja. Acresce que em condições naturais este novo Pontificado irá ser longo, pelo que é elementar prudência dar tempo ao tempo até formar uma opinião sobre o exercício de um cargo de tão grande exigência.

Mas os primeiros sinais e informações são positivos e encorajadores. Desde logo a forma serena e segura com que surgiu e se dirigiu à multidão logo a seguir à sua eleição. O uso dos paramentos tradicionais faz crer que o novo Papa preza a importância e o peso da continuidade com o passado assim como a estabilidade das instituições.

A primeira homilia foi sóbria e centrada na essência da Fé e da mensagem dos Evangelhos tendo a primeira missa sido celebrada em Latim confirmando a substância e importância da liturgia. No encontro com os jornalistas acreditados no Vaticano usou de humor e clareza de discurso e à varanda da Basílica de S. Pedro durante a primeira cerimónia de Domingo surpreendeu cantando ele próprio uma oração mariana.

Quando surgiu o fumo branco em resultado da sua eleição, jornalistas registaram a reacção dos presentes em Roma, e mesmo algumas dessas pessoas, visivelmente não católicos, disseram «já temos Papa!». O facto de não católicos sentirem que “têm Papa” é revelador da importância da Igreja.

Esperemos que o Pontificado de Leão XIV venha a ser aquele que o mundo merece e de que a Igreja precisa.

A minha crónica-vídeo de hoje, aqui: