ONG atua para limpar patos e gansos que ficaram azuis após acidente

Animais ficaram azuis após incidente que envolveu batida de uma carreta em poste, em Jundiaí (SP). Corante foi derramado em córrego

Mai 15, 2025 - 03:40
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ONG atua para limpar patos e gansos que ficaram azuis após acidente

A Associação Mata Ciliar se movimenta para se certificar de que patos e gansos sejam limpos depois de terem ficado azuis, em Judiaí (SP). Um acidente que envolveu o choque de uma carreta com um poste, no Córrego das Tulipas, na última terça-feira (13/5), provocou o derramamento de 2 mil litros de corante no local. Por isso, os habitantes do ecossistema acabaram afetados. A entidade desenvolve ações para conservar a biodiversidade.

O produto acabou espalhado pelas ruas e pelo córrego. Por volta de 12h, o acidente ocorreu, e deixou o riacho tomado pelo corante. O parque da região, de aproximadamente 25 mil metros quadrados de extensão, abriga diferentes espécies. Além das aves, diversos peixes foram encontrados mortos. Capivaras potencialmente atingidas também são procuradas.

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Em entrevista à TV TEM, filiada da Rede Globo, Yasmin Canja, médica veterinária da Mata Ciliar, relatou que os animais resgatados passam por um processo de desintoxicação. Será preciso dar banho em todos, para a retirada do corante. Apenas água quente ou morna é utilizada. 

"Eles estão ativos e bem alimentando. A nossa única preocupação é a respeito da substância, porque ainda não sabemos qual a composição dela. A primeira coisa que fizemos foi administrar o carvão ativado, que é uma substância porosa e ajuda a diminuir a toxicidade do produto. O segundo passo é realizar os banhos, já que o corante não sai tão fácil. É preciso retirar porque os patos e gansos limpam as penas com frequência e, neste processo, podem ingerir novamente o produto", disse ela. 

A estimativa é que, de acordo com a médica, as aves precisem de dois a três banhos por dia, durante uma semana. A intenção é retirar todo o pigmento da plumagem. Os peixes, adicionalmente, que foram encontrados também na coloração azul, apareceram mortos. A Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) informou que equipes trabalham por lá, tanto em fiscalização, quanto em monitoramento. 

Domênico Tremaroli, gerente geral da Cetesb, relatou que o impacto do incidente foi expressivo. "Como o córrego deságua no Rio Jundiaí, a substância já chegou lá. Foram cerca de 2 mil litros de corante despejados na água. Com relação aos patos e gansos, não é esperado nenhum efeito maior do que apenas a tintura nas penas. Já na água, nós estamos trabalhando para diminuir o impacto. É uma toxicidade baixa, mas afeta os peixes, que são os animais mais frágeis", disse.

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A carreta que transportava o corante será notificada após o levantamento das despesas por parte da prefeitura.