Hiperconectividade e desconexão: quais são os desafios da gestão de pessoas cinco anos após o lockdown?

Startupi Hiperconectividade e desconexão: quais são os desafios da gestão de pessoas cinco anos após o lockdown? Ruas praticamente vazias, portas e janelas fechadas, celebrações por videoconferências, compras exclusivamente pela internet e, quem podia, não saía de casa. Parece um passado distante em nossas memórias, mas o lockdown, ou confinamento, que vivemos durante a pandemia de Covid-19 mudou a vida de muitas pessoas e tem reflexos ainda hoje. Isso também vale para [...] O post Hiperconectividade e desconexão: quais são os desafios da gestão de pessoas cinco anos após o lockdown? aparece primeiro em Startupi e foi escrito por Cristovão Wanderley

Mai 9, 2025 - 20:14
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Hiperconectividade e desconexão: quais são os desafios da gestão de pessoas cinco anos após o lockdown?

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Hiperconectividade e desconexão: quais são os desafios da gestão de pessoas cinco anos após o lockdown?

Ruas praticamente vazias, portas e janelas fechadas, celebrações por videoconferências, compras exclusivamente pela internet e, quem podia, não saía de casa. Parece um passado distante em nossas memórias, mas o lockdown, ou confinamento, que vivemos durante a pandemia de Covid-19 mudou a vida de muitas pessoas e tem reflexos ainda hoje. Isso também vale para o mercado de trabalho. 

No começo, a adaptação parecia ser apenas uma questão de tecnologia. Bastava uma boa conexão via Wi-Fi, algumas plataformas de videoconferência e ferramentas de colaboração. Porém, aos poucos descobrimos que essa era apenas a ponta do iceberg. Afinal, estávamos lidando com pessoas, suas expectativas, hábitos, saúde mental e, claro, pertencimento.  

É necessário fazer a gestão de muitas singularidades e, naturalmente, isso trouxe desafios. Como tudo em nossa vida, a adoção da tecnologia na relação de trabalho também tem seus prós e contras. 

De um lado, a hiperconectividade. Estamos mais online do que nunca. As notificações não param, os grupos se multiplicam, os prazos encurtam. Mas ao mesmo tempo que estamos sempre conectados uns aos outros, nos encontramos cada vez mais distantes. E essa desconexão emocional e física está deixando muitas pessoas doentes, deprimidas. 

São colegas que nunca se encontraram pessoalmente, times que sentem falta de rituais, conversas espontâneas, olhares e silêncios que só a presença torna possível. Estamos fisicamente presentes, mas presos na tela do smartphone ou do computador, sem a capacidade de interagir com quem está ao nosso lado. 

Segundo o estudo “Digital 2024: Global Overview Report” da DataReportal, entre 45 países, o Brasil ocupa o segundo lugar  em termos de proporção de pessoas que usam telas regularmente. O levantamento diz que aproximadamente 56,6% do tempo dos brasileiros é dedicado ao uso de telas, ou seja, nove horas diárias, ficando atrás apenas da África do Sul (58,2%). 

Se a gente olhar bem para o cenário atual, a tecnologia se desenvolveu rápido para sustentar essa nova forma de trabalhar, mas as relações humanas nem sempre acompanharam sua velocidade. E aí surgem os excessos, como a reunião que poderia ser um e-mail, o “só mais uma entrega” que invade o horário pessoal, o trabalho que escapa da tela e se infiltra na vida. 

“Mas e o presencial, Cris? Não tem problemas?”. Sim, é claro que tem. A verdade é que não existe um modelo perfeito.  

Uma matéria da Forbes, com dados da McKinsey, mostrou que mais de 90% das organizações no Brasil adotaram modelos híbridos desde a pandemia. E de acordo com um levantamento realizado pela Deel e a Opinion Box, atualmente, 51% das organizações operam presencialmente, enquanto 45% adotam o formato híbrido. 

Cada colaborador vive a experiência de forma diferente. Para uns, o remoto representa liberdade. Para outros, solidão. Para alguns, flexibilidade significa produtividade. Para outros, desorganização. E é aí que está um dos maiores desafios da gestão de pessoas hoje, reconhecer essas singularidades sem perder o senso de equipe. 

O equilíbrio não acontece por acaso, ele precisa ser combinado. Tem que haver um diálogo aberto, empatia verdadeira e acordos claros. Não dá mais para pensar apenas no que funciona para o lado da empresa ou só para o lado do colaborador. Se a regra não vale para todos, ela não serve para ninguém. 

Cada vez mais, a gestão de pessoas exige cuidado e coragem. Cuidado para ouvir mais e julgar menos. Coragem para testar novos formatos, revisar práticas, sair do piloto automático. E, principalmente, coragem para dizer não aos excessos, tanto os digitais quanto os emocionais. 

A tecnologia está mudando nossas relações no trabalho e fora dele. E essa mudança não vai desacelerar. Por isso, precisamos estar preparados para liderar esse movimento com responsabilidade, não apenas acompanhá-lo. Preparar não só as ferramentas, mas as pessoas.  

No final, não é só sobre produtividade. É sobre saúde, propósito e pertencimento. 

Entre telas e conexões, a humanidade precisa continuar sendo o centro das decisões para que, no futuro, a tecnologia nunca nos desconecte do que mais importa: as pessoas. 


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