Gleisi diz respeitar decisão do PDT de deixar base de Lula: 'Seguimos contando com o apoio do partido'
PDT decidiu adotar uma postura de independência em relação ao governo após a demissão de Carlos Lupi do Ministério da Previdência. Lupi é presidente da sigla, que tem 17 deputados. Gleisi Hoffmann em imagem de fevereiro de 2025 Ton Molina/FotoArena/Estadão Conteúdo A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou nesta terça-feira (6) que respeita a decisão da bancada do PDT na Câmara de deixar a base de apoio de Lula, mas que ainda segue contando com o apoio do partido em votações prioritárias para o governo. Responsável pela interlocução do Palácio do Planalto com o Congresso Nacional, Gleisi Hoffmann deu a declaração após a bancada do partido ter anunciado que deixará a base e se tornará independente em relação ao governo Lula. A decisão, segundo integrantes da bancada, foi tomada após o episódio que levou à demissão do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi. Presidente do PDT, Lupi pediu demissão depois do escândalo de desvios de valores de aposentadorias e pensões pagas pelo INSS descoberto pela Controladoria-Geral da União (CGU) e pela Polícia Federal (PF). Associações e entidades estavam fazendo descontos ilegais na folha de pagamento de aposentados e pensionistas. Segundo estimativas do governo federal, mais de 4 milhões de pessoas podem ter sido lesadas. O prejuízo total pode chegar a cerca de R$ 6 bilhões. Para o lugar de Lupi, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou o ex-deputado Wolney Queiroz, que até então era o secretário-executivo do ministério, isto é, o número dois na hierarquia da pasta. Wolney também é do PDT, mas, segundo relatos de parlamentares, a nomeação dele não atende ao partido. Diante disso, uma ala da sigla entendeu que não foi contemplada na decisão e, por isso, a bancada na Câmara anunciou a decisão de se tornar independente. Atualmente, o PDT tem 17 deputados. Organização da base O anúncio do PDT na Câmara vem num momento em que o Palácio do Planalto tenta organizar a base aliada. Isso porque os partidos que integram a chamada base fiel do governo Lula somam cerca de 130 deputados, abaixo dos números necessários para o governo aprovar projetos de lei complementar (257) e propostas de emendas constitucionais (308). Nesse cenário, o presidente Lula tem buscado se aproximar de partidos do Centrão, em busca de mais apoio na Câmara, a exemplo do PP, do PSD, do Republicanos e do União Brasil. Escândalo do INSS Segundo o governo federal, as fraudes no INSS começaram em 2019. A partir de 2023, passaram a ser investigadas pela CGU em âmbito administrativo e, a partir de 2024, pela Polícia Federal na esfera criminal. Conforme as investigações, associações e entidades faziam descontos irregulares na folha de pagamentos de aposentados e pensionistas sem a devida autorização. Segundo estimativas do governo federal, mais de 4 milhões de pessoas podem ter sido lesadas, com um rombo calculado em cerca de R$ 6 bilhões. O governo já informou que vai ressarcir as pessoas lesadas. Já informou também que o ressarcimento seria por meio da conta do benefício. O plano completo, porém, ainda não foi apresentado. Segundo a Advocacia Geral da União (AGU), quando a proposta for finalizada, será submetida a uma análise da Casa Civil.


PDT decidiu adotar uma postura de independência em relação ao governo após a demissão de Carlos Lupi do Ministério da Previdência. Lupi é presidente da sigla, que tem 17 deputados. Gleisi Hoffmann em imagem de fevereiro de 2025 Ton Molina/FotoArena/Estadão Conteúdo A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou nesta terça-feira (6) que respeita a decisão da bancada do PDT na Câmara de deixar a base de apoio de Lula, mas que ainda segue contando com o apoio do partido em votações prioritárias para o governo. Responsável pela interlocução do Palácio do Planalto com o Congresso Nacional, Gleisi Hoffmann deu a declaração após a bancada do partido ter anunciado que deixará a base e se tornará independente em relação ao governo Lula. A decisão, segundo integrantes da bancada, foi tomada após o episódio que levou à demissão do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi. Presidente do PDT, Lupi pediu demissão depois do escândalo de desvios de valores de aposentadorias e pensões pagas pelo INSS descoberto pela Controladoria-Geral da União (CGU) e pela Polícia Federal (PF). Associações e entidades estavam fazendo descontos ilegais na folha de pagamento de aposentados e pensionistas. Segundo estimativas do governo federal, mais de 4 milhões de pessoas podem ter sido lesadas. O prejuízo total pode chegar a cerca de R$ 6 bilhões. Para o lugar de Lupi, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou o ex-deputado Wolney Queiroz, que até então era o secretário-executivo do ministério, isto é, o número dois na hierarquia da pasta. Wolney também é do PDT, mas, segundo relatos de parlamentares, a nomeação dele não atende ao partido. Diante disso, uma ala da sigla entendeu que não foi contemplada na decisão e, por isso, a bancada na Câmara anunciou a decisão de se tornar independente. Atualmente, o PDT tem 17 deputados. Organização da base O anúncio do PDT na Câmara vem num momento em que o Palácio do Planalto tenta organizar a base aliada. Isso porque os partidos que integram a chamada base fiel do governo Lula somam cerca de 130 deputados, abaixo dos números necessários para o governo aprovar projetos de lei complementar (257) e propostas de emendas constitucionais (308). Nesse cenário, o presidente Lula tem buscado se aproximar de partidos do Centrão, em busca de mais apoio na Câmara, a exemplo do PP, do PSD, do Republicanos e do União Brasil. Escândalo do INSS Segundo o governo federal, as fraudes no INSS começaram em 2019. A partir de 2023, passaram a ser investigadas pela CGU em âmbito administrativo e, a partir de 2024, pela Polícia Federal na esfera criminal. Conforme as investigações, associações e entidades faziam descontos irregulares na folha de pagamentos de aposentados e pensionistas sem a devida autorização. Segundo estimativas do governo federal, mais de 4 milhões de pessoas podem ter sido lesadas, com um rombo calculado em cerca de R$ 6 bilhões. O governo já informou que vai ressarcir as pessoas lesadas. Já informou também que o ressarcimento seria por meio da conta do benefício. O plano completo, porém, ainda não foi apresentado. Segundo a Advocacia Geral da União (AGU), quando a proposta for finalizada, será submetida a uma análise da Casa Civil.