Reputação não se improvisa, se vive

Vivemos um tempo em que tudo parece efêmero: opiniões, tendências, vínculos — até mesmo as verdades. No entanto, há um elemento que permanece, mesmo diante da volatilidade das redes, da pressão por resultados imediatos e da avalanche diária de informações: a reputação. O relatório Global RepTrak 100 de 2025 reforça esse ponto com dados que merecem atenção. A reputação média global das empresas alcançou 74,5 pontos — o segundo maior índice da série histórica — mesmo em... O post Reputação não se improvisa, se vive apareceu primeiro em Meio e Mensagem - Marketing, Mídia e Comunicação.

Mai 8, 2025 - 11:44
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Reputação não se improvisa, se vive

Vivemos um tempo em que tudo parece efêmero: opiniões, tendências, vínculos — até mesmo as verdades. No entanto, há um elemento que permanece, mesmo diante da volatilidade das redes, da pressão por resultados imediatos e da avalanche diária de informações: a reputação.

O relatório Global RepTrak 100 de 2025 reforça esse ponto com dados que merecem atenção. A reputação média global das empresas alcançou 74,5 pontos — o segundo maior índice da série histórica — mesmo em um cenário de instabilidade econômica, polarização crescente e saturação nos canais de comunicação. Esse desempenho reflete a valorização de empresas que conseguem alinhar discurso e prática, gerando impacto percebido e sustentado ao longo do tempo.

Mais do que imagem ou visibilidade, reputação tornou-se sinônimo de confiabilidade, consistência e legitimidade. E esses atributos têm sido cada vez mais exigidos por consumidores, investidores, colaboradores e outros públicos estratégicos.

O estudo avalia sete dimensões fundamentais da reputação. Em 2025, todas superaram a marca dos 70 pontos — um feito inédito. Entre os destaques, está o pilar Produtos e Serviços, ainda o mais relevante (com peso de 20,3%), que confirma a importância da entrega real de valor. Chama atenção, no entanto, o avanço do pilar Workplace, com crescimento de 1,4 ponto no último ano, impulsionado pela crescente expectativa da sociedade em relação ao bem-estar e à remuneração justa dos colaboradores.

Outro ponto de destaque foi a evolução do indicador de disposição para investir em empresas com reputação sólida. O aumento de 1,3 ponto neste item evidencia uma correlação direta entre percepção de confiabilidade e potencial de valorização no mercado. Em momentos de incerteza, a reputação se consolida como critério de escolha e de preferência — não apenas para clientes, mas também para stakeholders financeiros e institucionais.

Em paralelo, o estudo mostra que os princípios de ESG continuam fundamentais, embora a sigla tenha perdido parte de sua força narrativa. A sociedade permanece atenta à ética corporativa, ao impacto social e à responsabilidade ambiental. O que mudou foi a expectativa em relação à entrega: grandes promessas de longo prazo já não bastam. O que sustenta a reputação, hoje, são ações concretas, mensuráveis e percebidas no dia a dia das comunidades e dos públicos com os quais as empresas se relacionam.

Esse cenário exige uma abordagem mais estratégica da comunicação. Reputação não se sustenta com presença ocasional nem com declarações oportunistas. Requer coerência entre o que se diz e o que se faz, clareza na gestão de expectativas e um posicionamento que resista às flutuações do noticiário.

Nesse contexto, o papel da liderança ganha centralidade. Executivos e porta-vozes precisam estar preparados para dialogar com diferentes públicos, assumir responsabilidades e representar com autenticidade os valores da organização. A reputação das empresas está, cada vez mais, atrelada à postura e à credibilidade de quem as lidera.

A construção da reputação é, portanto, um processo contínuo — que exige escuta ativa, decisões consistentes e comunicação qualificada. Não se trata de evitar crises, mas de criar alicerces para enfrentá-las com resiliência e transparência. E isso não se alcança com fórmulas prontas. Exige presença, visão e compromisso com o longo prazo.

Reputação não é artifício. É um ativo estratégico — e, como tal, precisa ser cultivado todos os dias.

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