Fraude no INSS: AGU pede bloqueio de R$ 2,56 bilhões de 12 entidades associativas investigadas

Segundo a Advocacia-Geral da União, que representa o INSS na ação, o valor dos descontos feitos indevidamente pode ser muito maior e será calculado ao longo da transcorrer do processo. A Advocacia-Geral da União (AGU) entrou nesta quinta-feira (8) com um pedido de bloqueio de R$ 2,56 bilhões em bens de 12 entidades associativas investigadas no esquema de fraude do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A ação cautelar de urgência tem objetivo de usar valores dos bens bloqueados — móveis e imóveis — para ressarcir aposentados e pensionistas vítimas da fraude. A AGU representa o INSS na ação. Fraude no INSS: AGU afirmou que semana que vem apresenta plano pra ressarcir beneficiários lesados Segundo a AGU, o valor dos descontos feitos indevidamente pode ser muito maior e será calculado ao longo da transcorrer do processo. Esse valor inicial foi calculado pela Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social (Dataprev). A Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU), por sua vez, estimam algo em torno de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. "Todas as 12 entidades já respondem no INSS a Processos Administrativos de Responsabilização (PAR), abertos no último dia 5 de maio, por prática de corrupção", escreveu a AGU. "Elas foram incluídas como réus nessa ação pois, há fortes indícios, conforme inquérito policial, de que são empresas de fachada, criadas com o objetivo de cometer fraudes por meio de 'laranjas' ou de que pagaram propinas a agentes públicos", prossegue. A ação da AGU também inclui seis empresas suspeitas de intermediarem vantagens indevidas. O que se sabe sobre a fraude Segundo a Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU), as entidades investigadas ofereciam o pagamento de propina a servidores do INSS para obter dados dos beneficiários. Há registros de aposentados que, no mesmo dia, foram filiados a mais de uma entidade. A liberação de descontos "em lote" pelo INSS, sem autorização individual dos beneficiários, também foi identificada como um fator para a "explosão" de fraudes. O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, pediu demissão na última sexta-feira (2). A avaliação do governo é que houve omissão de Lupi. Uma reportagem do Jornal Nacional revelou que o ministro recebeu os primeiros alertas em junho de 2023 e levou quase um ano para agir. Alessandro Stefanutto, que presidia o INSS e foi indicado ao cargo por Lupi, foi demitido após o escândalo ser revelado. Ele foi alvo de uma operação da PF para colher provas da fraude.

Mai 8, 2025 - 18:51
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Fraude no INSS: AGU pede bloqueio de R$ 2,56 bilhões de 12 entidades associativas investigadas
Segundo a Advocacia-Geral da União, que representa o INSS na ação, o valor dos descontos feitos indevidamente pode ser muito maior e será calculado ao longo da transcorrer do processo. A Advocacia-Geral da União (AGU) entrou nesta quinta-feira (8) com um pedido de bloqueio de R$ 2,56 bilhões em bens de 12 entidades associativas investigadas no esquema de fraude do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A ação cautelar de urgência tem objetivo de usar valores dos bens bloqueados — móveis e imóveis — para ressarcir aposentados e pensionistas vítimas da fraude. A AGU representa o INSS na ação. Fraude no INSS: AGU afirmou que semana que vem apresenta plano pra ressarcir beneficiários lesados Segundo a AGU, o valor dos descontos feitos indevidamente pode ser muito maior e será calculado ao longo da transcorrer do processo. Esse valor inicial foi calculado pela Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social (Dataprev). A Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU), por sua vez, estimam algo em torno de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. "Todas as 12 entidades já respondem no INSS a Processos Administrativos de Responsabilização (PAR), abertos no último dia 5 de maio, por prática de corrupção", escreveu a AGU. "Elas foram incluídas como réus nessa ação pois, há fortes indícios, conforme inquérito policial, de que são empresas de fachada, criadas com o objetivo de cometer fraudes por meio de 'laranjas' ou de que pagaram propinas a agentes públicos", prossegue. A ação da AGU também inclui seis empresas suspeitas de intermediarem vantagens indevidas. O que se sabe sobre a fraude Segundo a Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU), as entidades investigadas ofereciam o pagamento de propina a servidores do INSS para obter dados dos beneficiários. Há registros de aposentados que, no mesmo dia, foram filiados a mais de uma entidade. A liberação de descontos "em lote" pelo INSS, sem autorização individual dos beneficiários, também foi identificada como um fator para a "explosão" de fraudes. O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, pediu demissão na última sexta-feira (2). A avaliação do governo é que houve omissão de Lupi. Uma reportagem do Jornal Nacional revelou que o ministro recebeu os primeiros alertas em junho de 2023 e levou quase um ano para agir. Alessandro Stefanutto, que presidia o INSS e foi indicado ao cargo por Lupi, foi demitido após o escândalo ser revelado. Ele foi alvo de uma operação da PF para colher provas da fraude.