Fraude do INSS: PF aponta assinaturas falsas em associações que desviaram R$ 300 mi

Perícia revela falsificação de documentos em entidades que cobravam contribuição direta de aposentados em Sergipe The post Fraude do INSS: PF aponta assinaturas falsas em associações que desviaram R$ 300 mi appeared first on InfoMoney.

Mai 5, 2025 - 18:22
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Fraude do INSS: PF aponta assinaturas falsas em associações que desviaram R$ 300 mi

Uma perícia realizada pela Polícia Federal revelou que duas associações com sede em Sergipe, investigadas por participação no esquema de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), foram criadas com documentos contendo assinaturas falsas de beneficiários. As entidades estão entre as suspeitas de envolvimento em um desvio estimado em R$ 6,5 bilhões, segundo investigações em curso.

A apuração foi divulgada neste domingo (5) pelo Fantástico, da TV Globo, e faz parte da operação deflagrada no fim de abril pela PF e pela Controladoria-Geral da União (CGU), que já levou à prisão de empresários e ao afastamento de autoridades do INSS.

Segundo o delegado da PF em Sergipe, Carlos César Pereira de Melo, a falsificação foi identificada nos documentos exigidos pelo INSS para autorizar o desconto em folha: “A assinatura que foi posta no termo de filiação e na autorização de desconto são falsificadas. Identificamos elementos que apontam o nascimento dessas entidades já com cometimento de crimes”, afirmou.

O caso remonta a uma decisão do INSS de 2019, que permitiu a cobrança automática de mensalidades associativas, desde que o beneficiário autorizasse voluntariamente a filiação. Na prática, bastava uma assinatura em papel — o que abriu brechas para irregularidades.

Entre as entidades investigadas estão a Associação Universo e a APDAP Prev, que, juntas, movimentaram mais de R$ 300 milhões em 21 meses, com base em contribuições descontadas diretamente da folha de aposentados. Em seu auge, o grupo chegou a reunir 629 mil associados — número superior à população da capital sergipana, Aracaju.

Os repasses do INSS, segundo a PF, eram pulverizados para empresas registradas em nome de laranjas, com vínculos diretos aos empresários Alexsandro Prado Santos, conhecido como Lequinho, e Sandro Temer de Oliveira. Ambos foram presos preventivamente. Eles são apontados como os verdadeiros controladores das associações.

Os descontos, muitas vezes de R$ 30 a R$ 50 por mês, passavam despercebidos nas folhas de pagamento dos aposentados, listados como “contribuição associativa”, seguida do nome da entidade e um número de telefone.

A nova fase da investigação se soma ao escândalo que levou à demissão do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e à queda do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, que renunciou ao cargo na última sexta-feira (2). Estima-se que até 4,1 milhões de beneficiários tenham sido prejudicados por descontos indevidos, segundo dados da CGU.

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