Nova guerra de tarifas não envolve Trump, mas os apps de entrega de comida

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Mai 5, 2025 - 18:22
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Nova guerra de tarifas não envolve Trump, mas os apps de entrega de comida
Entregador do Rappi (Divulgação)

Alerta de mais uma guerra de tarifas – e, desta vez, Donald Trump não tem nada a ver com isso. Os apps de entrega de comida iniciaram uma ofensiva para conquistar um espaço dominado com folga pelo Ifood, que hoje detém mais de 80% desse mercado, de acordo com cálculos da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). Para isso, as empresas lançam mão de uma estratégia que consiste em zerar taxas cobradas aos restaurantes. O Rappi oficializou a sua nesta segunda-feira (5).

A partir de hoje, a startup colombiana vai cobrar apenas as taxas de meios de pagamento para novos entrantes que utilizarem a plataforma pelo modelo full service, no qual o Rappi opera a logística da entrega.

Essa tarifa, atualmente, é de 3,5% e, na prática, a cada R$ 100 em venda, o restaurante fica com R$ 96,50. Até então, o estabelecimento recebia R$ 83, pois ainda tinha de pagar taxa de intermediação e de entrega – valores que o Rappi zerou.

“A partir desta segunda-feira, o plano passa a valer para novos entrantes. Entre maio e junho, a gente vai migrar contratos dos restaurantes que já estão na plataforma, de maneira faseada. Vamos zerar [as taxas] para todo mundo”, disse Felipe Criniti, CEO do Rappi, ao InfoMoney.

Leia mais: Do disque-pizza a entregas Turbo: CEO da Rappi explica planos para IPO

Mas há uma contrapartida. “O restaurante precisa ter os preços mais baratos, sempre, na plataforma”, afirmou. A ideia é que os valores fiquem mais próximos do que os estabelecimentos cobram na venda do salão ou balcão. Nos apps de delivery, os preços costumam ser entre 20% e 30% mais caros, justamente para abarcar as taxas desse serviço.

Apesar de, territorialmente, ser o maior dos nove países onde o Rappi atua, o Brasil ainda representa somente 15% do negócio da startup. E enquanto nas outras geografias a vertical de restaurantes responde por até 80% das entregas do app, por aqui não passa dos 20%.

Ao zerar taxas, a empresa espera dobrar sua atual base de 30 mil restaurantes ativos até o final de 2025. Em três anos, a meta é crescer em dez vezes a participação dessa vertical nos negócios da empresa aqui no Brasil. Para isso, o Rappi vai destinar 40% do plano de investimento de R$ 1,4 bilhão para essa vertente.

Atualmente, 80% da receita do Rappi no Brasil vem do delivery de supermercados, farmácias, pet shops e e-commece, além da entrega rápida de 10 minutos, que contempla alguns restaurantes, como Habib’s e Burger King.

99 entra na batalha

Não foi só o Rappi que mostrou suas armas na nova guerra tarifária. A 99Food também anunciou a isenção de taxas e mensalidades de restaurantes, numa estratégia para para ganhar mercado.

Segundo comunicado, a empresou zera cobranças adicionais de comerciantes, como comissão e mensalidade, para atrair 400 mil estabelecimentos e milhões de clientes excluídos das plataformas

A estratégia da 99Food foi iniciada na semana passada, com planos de ser a alternativa mais barata de entrega de comida para comerciantes e consumidores, além de rentável aos entregadores.

Pelo plano, restaurantes que se cadastrarem na plataforma estarão isentos de pagamento de comissão e mensalidade por dois anos.  Segundo a empresa — que de partida já tem uma carteira de 55 milhões de usuários cadastrados no superaplicativo — eliminar os custos adicionais praticados no mercado nacional resgata muitos comerciantes que estavam excluídos do sistema.

“Todos os restaurantes do Brasil poderão aproveitar esse modelo por 24 meses a partir do momento em que se cadastrarem, o que reforça o compromisso de longo prazo da 99Food com o setor de manter sempre o melhor negócio para quem realmente faz acontecer”, disse a empresa em comunicado.

“Restaurantes não precisam mais ceder um terço do que ganham só para cobrir custos”, diz Bruno Rossini, diretor sênior da 99. “Isso é uma revolução. Estamos devolvendo o controle do mercado para quem cozinha e quem entrega. Em um pedido médio, os restaurantes podem ganhar cerca de 20% a mais do que hoje — um salto real que transforma o delivery em fonte de lucro, e ainda garante aos consumidores as opções mais acessíveis de comida do mercado.”

A empresa passou a oferecer dois modelos aos parceiros: o “Full Service”, no qual a 99Food cuida de todo o processo, com taxa de entrega fixa conforme a distância; e o “Marketplace”, no qual o restaurante recebe pedidos via 99Food, mas faz a entrega por conta própria, mantendo total autonomia.

Com investimento de mais de R$1 bilhão somente em 2025, e presença no celular de 1 em cada 4 brasileiros, a 99 diz ser a empresa melhor posicionada para desafiar o mercado e seus principais players. O cadastro para restaurantes está aberto em todo o Brasil no endereço merchant.99app.com.

Na simulação apresentada pela empresa, na prática corriqueira do mercado, em um pedido de 100 reais, 26,20 reais são pagos com 12% comissão acrescido de 11% da taxa delivery e de 3,2% da transação do pagamento. Com isso, em um pedido de R$ 100, o comerciante fica com R$ 73,80.

Na 99Food, como o comerciante não precisará pagar nem comissão, nem taxa, o custo no caso de um pedido de 100 reais é de 7,70 reais, sendo 4,5% da taxa delivery e 3,2% da transação de pagamento. Ou seja, em um pedido de 100 reais, o comerciante fica com R$ 92,30

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