Faltam 53 dias para o Rali de Portugal: quando Arganil foi a ‘cobaia’ da FIA: “La speciale na pas de probleme”

Já lá vão mais de 30 anos em que no Rali de Portugal (1994), foi estreada no troço de Arganil – uma estreia mundial – de uma nova regra de segurança da FIA chamou a atenção logo nas primeiras horas. Com um contingente incomum de inspetores e um procedimento inédito – a gravação de um […] The post Faltam 53 dias para o Rali de Portugal: quando Arganil foi a ‘cobaia’ da FIA: “La speciale na pas de probleme” first appeared on AutoSport.

Mar 23, 2025 - 13:04
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Faltam 53 dias para o Rali de Portugal: quando Arganil foi a ‘cobaia’ da FIA: “La speciale na pas de probleme”

Já lá vão mais de 30 anos em que no Rali de Portugal (1994), foi estreada no troço de Arganil – uma estreia mundial – de uma nova regra de segurança da FIA chamou a atenção logo nas primeiras horas. Com um contingente incomum de inspetores e um procedimento inédito – a gravação de um filme durante o reconhecimento do percurso – a organização testou pela primeira vez um sistema inicialmente controverso, e que dava os primeiros passos, mas necessário, para garantir cada vez melhor a segurança das equipas e espetadores antes nos ralis. Hoje, uma evolução deste sistema, é comum no Mundial de Ralis.

Antes de cada troço ser aberto para a competição, uma série de carros de segurança percorre o percurso.

Para além dos Carros 0, duplo e triplo Zero, cada um deles passa em momentos diferentes, verificam o posicionamento dos espetadores, se estão em locais permitidos e seguros, se todas as barreiras, fitas de segurança e sinalizações estão devidamente colocadas, as condições gerais do troço (piso, obstáculos, emergências médicas, etc.), caso observem espetadores em áreas perigosas (zonas proibidas), os comissários podem interromper o procedimento até que a situação seja resolvida. Se o risco persistir, o troço pode ser cancelado ou atrasado.

Há, claro, a Coordenação com a Direção de Prova, os elementos dos carros de segurança comunicam-se diretamente com a Direção de Prova, e reportam irregularidades ou falhas no plano de segurança.

Depois há também o uso de tecnologia, e cada rali tem um Safety Delegate da FIA que supervisiona tudo isso e dá a aprovação final antes de iniciar a especial.

Recordando o que se passou nesse dia em 1994 no Rali de Portugal, no início de Arganil, o staff da FIA estava anormalmente presente. O que imediatamente nos fez cometer a pensar no porquê da situação.

Para além de Guy Goutard, estavam também Xavier Bruges e Erasmo Saliti e logo chegámos à conclusão que era desta voz que a FIA estreava a nova regra de segurança, que consiste em lazer um filme pelo percurso da prova de classificação, para avaliar se a colocação dos espetadores permite que ela seja corrida em segurança. “Vamos utilizar uma câmara pequena no interior do carro, do género das que temos para a Fórmula 1. Ainda não sei qual vai ser a nossa ordem de passagem, mas acho que é sempre um risco avaliar a situação e pensar que tudo se vai passar da mesma maneira, quando chegarem os concorrentes.”

Estas palavras de Guy Goutard atestam bem das dificuldades de compreensão de uma regra bastante discutível, mas com cujos fundamentos temos de estar de acordo. “Temos que fazer algo. Mesmo que não seja o mais indicado, ou que seja discutível, temos que tentar.” Posteriormente chegaram os zeros” e é nessa altura que César Torres, conjuntamente com os inspetores da FIA, decidiu qual a atitude a tomar “Vamos fazer rodar o nosso carro no meio dos “zeros”, para ver se nos aproximamos ao máximo da passagem do primeiro concorrente.

Tentaremos assim, ser o mais corretos possível e avaliar a situação de uma maneira isenta.” José Pedro Borges e o Ford Mondeo partiu com os três homens e a câmara logo atrás, Santinho Mendes saiu cinco minutos depois. Antes partira César Torres como sempre acompanhado por Fernando Batista e Manuel Coentro. Alguns minutos depois o Mondeo chegava ao finai da classificativa e depois de uma breve conversa com César Torres a decisão surgiu: “C’est bon. “La speciale na pas de problemas”, Goutard confessou-nos posteriormente que a decisão tinha sido tomada sem quaisquer hesitações “Apenas no cruzamento à esquerda, havia muitos espetadores mal colocados.” A ordem seguinte dada a Luiz Pinto de Freitas, Chefe de segurança da classificativa. O troco estava em condições e podia ser corrido dentro do horário. Foi a estreia mundial de um sistema que todos acham falível, mas que, concordamos, tinha que ser testado. Bem pode dizer-se que este -filme de sucesso” com realização da FIA, os protagonistas portugueses recebem a maior ovação”.The post Faltam 53 dias para o Rali de Portugal: quando Arganil foi a ‘cobaia’ da FIA: “La speciale na pas de probleme” first appeared on AutoSport.