EUA e China se reúnem em Genebra para negociar tarifas

Secretário do Tesouro dos EUA se encontra com comitiva chefiada pelo vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng

Mai 10, 2025 - 23:44
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EUA e China se reúnem em Genebra para negociar tarifas

A 1ª reunião entre representantes dos Estados Unidos e da China foi realizada neste sábado (10.mai.2025) em Genebra, na Suíça, para negociar as tarifas impostas pelos 2 países, gerando uma guerra comercial de escala global. As conversas serão retomadas no domingo (11.mai), segundo a agência Reuters.

O secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, e o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, participam das conversas. A China, por sua vez, enviou uma delegação à Suíça, chefiada pelo vice-primeiro-ministro He Lifeng, de acordo com a agência de notícias estatal chinesa Xinhua.

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A expectativa de se chegar ao fim da guerra comercial é baixa. Espera-se, porém, que os países concordem em reduzir as tarifas impostas por ambos contra cada um. Washington anunciou tarifas de 145% sobre produtos oriundos da China, enquanto Pequim retaliou com taxas de 125% para bens dos Estados Unidos.

A tensão econômica cresceu principalmente após o presidente norte-americano, Donald Trump (Republicano), anunciar tarifas recíprocas contra 185 países e blocos econômicos. Os percentuais variavam de 10% a 34% –valor designado à China, mas que foi gradualmente sendo incrementado após suscetíveis retaliações de ambos os lados. O republicano recuou e suspendeu as taxas superiores a 10%, com exceção da China.

Ambos os países já se mostraram, contudo, abertos a reduzir as tarifas. Pequim, inclusive, cortou tarifas sobre materiais de circuitos integrados, caso de microchips e semicondutores. 

Ótimas notícias! Recebemos um novo aviso da Alfândega da China, informando que oito códigos tarifários relacionados a semicondutores/circuitos integrados estão agora isentos de tarifas adicionais sobre importações dos EUA. Isso significa que as importações originárias dos Estados Unidos sob esses códigos terão suas tarifas reduzidas a zero na entrada na China”, disse a Shenzhen HJET Supply Chain em publicação nas redes sociais no dia 23 de abril.

Até mesmo Trump já reconheceu que 145% de taxas sobre produtos chineses é excessivo. O republicano afirmou, na 6ª feira (9.mai), que uma tarifa de 80% para a China “parece correta”. Em publicação na rede Truth Social, Trump disse que eventuais mudanças na taxação dependeriam do secretário do Tesouro, Scott Bessent.

Ao site Euronews, Yun Sun, diretora do programa para a China no Centro Stimson, pontuou que este será o primeiro encontro de Bessent e He. Ela disse não acreditar que a reunião produza resultados substanciais.

O melhor cenário é que os dois lados concordem em reduzir as tarifas ao mesmo tempo. Não podem ser apenas palavras“, afirmou.

Conselheiros de Trump disseram à agência de notícias Reuters que, mesmo que haja um acordo, as tarifas permanecerão altas. Isso porque o republicano segue empenhado no plano econômico, que tem como objetivo fomentar a indústria doméstica e gerar mais empregos nos Estados Unidos.

Dado o histórico e a rapidez das ações do presidente para colocar os trabalhadores norte-americanos em posição justa em relação ao restante do mundo, é claro que haverá volatilidade no curto prazo”, disse Stephen Miran, conselheiro econômico que faz parte de think tanks da Casa Branca.