Estudo: existe um problema com os SUVs que ninguém te conta

Os SUVs já são muito populares – e estão ficando cada vez mais comuns, contrariando as tendências de carros menores. Apesar do status desses ‘carrões‘, há uma consequência alarmante: eles são responsáveis pela emissão de 1 bilhão de toneladas de CO₂. Inclusive, se os SUVs fossem um país, eles seriam o quinto maior emissor de carbono do mundo.

Para se ter uma ideia da dimensão do problema, dados da GlobalData apontaram que 54% dos carros vendidos globalmente eram SUVs, incluindo modelos a combustão e eletrificados (estes últimos, em menores quantidade).

SUVs estão ficando mais populares… e isso é um problema

Dados da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) apontaram que, em 2023, 48% dos carros vendidos no mundo eram SUVs. Em 2024, a porcentagem subiu para 54%. Ou seja, ao que os números indicam, os carros utilitários esportivos estão ficando mais populares entre os consumidores.

E, segundo a IEA, isso vale para o mundo inteiro: tanto economias avançadas, quanto emergentes. Em 2023, um em cada quatro automóveis nas ruas eram SUVs.

Agora vem o problema: esses modelos são maiores e mais pesados. De acordo com a IEA, eles são em média 200 a 300 kg mais pesados que um carro médio e ocupam 0,3 metros quadrados mais espaço. Consequentemente, consomem mais combustível (ou energia, no caso dos elétricos) e desgastam mais os pneus. O Olhar Digital já reportou sobre como os resíduos dos pneus são um dos fatores significativos para a poluição atmosférica (leia mais aqui).

No caso do combustível, o consumo aumenta a demanda por energia, incluindo petróleo, eletricidade e mineirais. Só em 2022 e 2023, o consumo global de petróleo com relação direta com os SUVs chegou ao total de 600 mil barris por dia – um quarto do crescimento anual geral da demanda.

E para piorar: esses carros também pioram o trânsito e a chance de acidentes. Saiba mais aqui.

SUVs poluem mais que muitos países

Ainda de acordo com dados da IEA, em 2023, os mais de 360 milhões de SUVs espalhados pelo mundo geravam 1 bilhão de toneladas de CO₂ por ano. Isso causou um aumento de 20% nas emissões globais relacionadas à energia naquele ano.

Os modelos utilitários esportivos também estão associados a mais emissões indiretas que os carros menores. Por exemplo, mais recursos e materiais usados para fabricá-los, e mais desgaste de pneus. Isso também vale para os eletrificados (híbridos e elétricos).

Se os SUVs fossem um país, eles seriam o quinto maior emissor de CO₂ do mundo, ficando na frente do Japão e de várias outras grandes economias mundiais.

O que explica a popularidade?

Não podemos negar: os SUVs são grandes, confortáveis, tecnológicos e têm status de ‘carrão’. No entanto, também são mais caros e mais difíceis de rodar nas cidades. Na Europa, por exemplo, há uma tendência para carros menores. Mas, pelo jeito, essa ‘moda’ não está freando a popularidade dos SUVs.

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Entenda:

• De acordo com especialistas do setor consultados pela BBC, o poder de compra das pessoas tem melhorado em algumas economias emergentes – o que torna os SUVs a escolha mais provável;
• Segundo Mike Hawes, presidente-executivo da Sociedade de Fabricantes e Comerciantes de Motores (SMMT), os fabricantes observam essa tendência e respondem à demanda do consumidor;
• O resultado são veículos que unem praticidade, conforto e boa visão de estradas;
• Dudley Curtis, gerente de comunicações do Conselho Europeu de Segurança nos Transportes, aponta uma perspectiva diferente: grandes campanhas de marketing e publicidade têm promovido a demanda por esses carros. Para ele, é um jeito simples de cobrar mais pelos veículos.

E deu resultado.

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