“É a história de uma mãe, uma filha e uma irmã”, diz diretor de doc sobre Rita Lee que estreia hoje (8)
Um áudio de Rita Lee abre seu mais novo documentário, intitulado “Rita Lee: Mania de Você” e lançado pelo streaming Max nesta quinta-feira (08). Ela, sábia que só, afirma: “A morte não é um castigo. A morte é voltar para casa”. Há dois anos, a mãe do rock brasileiro voltou para casa, por assim dizer, ... O post “É a história de uma mãe, uma filha e uma irmã”, diz diretor de doc sobre Rita Lee que estreia hoje (8) apareceu primeiro em PAPELPOP.


Um áudio de Rita Lee abre seu mais novo documentário, intitulado “Rita Lee: Mania de Você” e lançado pelo streaming Max nesta quinta-feira (08). Ela, sábia que só, afirma: “A morte não é um castigo. A morte é voltar para casa”.
Há dois anos, a mãe do rock brasileiro voltou para casa, por assim dizer, vítima de um câncer de pulmão, mas não antes de aprovar a produção do filme e liberar um rico acervo para ter sua história contada da melhor forma possível nas telinhas do Brasil afora.
Seus 75 anos de vida e música, então, são relembrados com imagens pessoais, arquivos públicos e depoimentos inéditos, gravados com personalidades de Gilberto Gil e Ney Matogrosso até sua própria família, costurados sob a direção do argentino Guido Goldberg.
Tem um pouco de tudo ao longo de aproximadamente 1h30: a infância na Vila Mariana, em São Paulo; a ascensão na cena nacional; o sonho de ser abduzida por um disco voador; as gestações; o casamento; as perdas; a censura e a prisão durante a Ditadura Militar; as drogas e o álcool; e mais.
Ao Papelpop, João Lee, filho do meio de Rita com Roberto de Carvalho, explica: “Ela nunca foi uma pessoa que escondeu nada, nem teve algum tipo de polimento na imagem dela, então deu para a gente a total liberdade para abrir o acervo para Guido e contar com a nossa participação”.

(Foto: Santilli)
Todo do processo do produto começou em junho de 2022 e se acelerou em novembro do mesmo ano, quando houve uma piora no estado de saúde da cantora e compositora paulistana.
O início das filmagens se deu apenas semanas antes de seu falecimento, em 8 de maio de 2023.
“Foi diferente. Foi difícil, bom, feliz. Foi tudo ao mesmo tempo. Para mim, pelo menos, foi muito especial. Foi difícil ter que lidar com a emoção da perda, mas acho que, pelo momento [em que foi feito], esse documentário acabou se transformando em um documentário épico”, reflete o filho.
Para Guido, o desafio foi “encontrar a distância certa para não atrapalhar o que eles [da família] estavam sentindo, mas também ter um registro autêntico do que estava acontecendo. Houve esse esforço de ficar em um momento bem especial, onde geralmente você não consegue colocar uma câmera. Eles foram muito generosos”.

(Foto: Acervo pessoal)
A família é uma peça-chave em “Rita Lee: Mania de Você”. “A gente encontrou no primeiro momento das filmagens o tom que marcaria o documentário: ele já não seria só de Rita, mas de uma família e uma despedida. Daí você encontra a Rita pessoa e não só a Rita personagem, a conhecida por todo mundo”, conta o diretor.
“Eu sempre tento fazer com que o público sinta uma relação com a pessoa que estou retratando e acho que isso vai acontecer [com esse filme]. Não é somente sobre a música do Brasil ou da América Latina inteira, mas também é a história de uma mãe, uma filha e uma irmã”, acrescentou o cineasta.

(Foto: Acervo pessoal)
Esse aspecto culmina na leitura de uma carta escrita por Rita no ano anterior à sua morte e deixada para os três filhos, Beto, João e Antonio Lee, e o marido, Roberto.
No texto, conhecido apenas por João e Roberto até então, a artista se declara para seus “amados do coração” e aflora a emoção.
“Gravamos as entrevistas mais ou menos três semanas antes dela falecer, então não era um objetivo pré-pensado colocar essa carta no documentário, mas achamos que isso a deixaria feliz. O que você vê ali é a emoção real, autêntica e orgânica da situação, dos meus irmãos tendo conhecimento da carta e de todo mundo chorando, super emocionado”, diz João.

(Foto: Camila Butcher)
Mais que uma despedida, entretanto, o documentário propõe uma celebração ao ícone da música brasileira e seu legado – que deve ser perpetuada nos próximos anos.
Outros produtos, incluindo músicas e textos inéditos, vêm sendo trabalhados para ter seu lugar ao sol e manter a obra viva.
“Na minha perspectiva como filho, eu acho que a missão agora é pegar todo esse universo que ela construiu ao longo de 75 anos e amplificar, fazendo com que o máximo de pessoas conheça a história e seja impactado”, reflete o herdeiro.
João garante: “O que não vai faltar é assunto e projeto nos próximos anos. A gente está falando de um recomeço, de uma outra etapa, em que cada vez mais as pessoas vão ter mais contato e a presença dela no dia a dia. Ela não vai embora, não”. E a gente agradece!

(Foto: Guilherme Samora)
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