Depois do MasterChef, Pedro Almeida lança-se em jantares pop-up pelo país
Este sábado há um jantar "Bizarro" no Clube Lusitano e o finalista do programa da RTP1 não estará sozinho. Convidou Lara Pereira Baptista, também do MasterChef, para dividir a cozinha.


Chegou ao concurso da RTP1 inscrito por uma amiga quando a cozinha era ainda só uma forma de receber em casa e, semana após semana, acabou por se revelar um dos favoritos do MasterChef Portugal. Pedro Almeida acabou em segundo lugar numa final bem renhida com Maria Inês. A semanas de voar para San Sebastián, para o curso no Basque Culinary Center, lançou o Bizarro, uma série de jantares pop-up. O próximo acontece já neste sábado, dia 10, no Clube Lusitano, na Penha de França. Há ainda planos para o Algarve e para o Porto.
Três meses depois de o programa ter terminado (na televisão porque as gravações acabaram bem antes), Pedro não esconde ainda as suas hesitações. “Estou um bocadinho no limbo”, diz à Time Out. “Se vamos longe lá dentro, depois quando saímos ficamos na dúvida sobre o que fazer a seguir, se devemos ou não mudar de área”, continua, lembrando sempre ter trabalhado como designer. “O que eu fazia de cozinha, fazia sempre em casa, nunca pensei sequer entrar num programa de televisão, de todo.”
No MasterChef, porém, não passou despercebido e não lhe faltaram elogios dos três chefs mentores – Rui Paula, Pedro Pena Bastos e Juliana Penteado. “No design, não há um feedback imediato. Ou seja, nós fazemos uma coisa e apresentamos ao cliente, que diz se gosta ou não. Recebemos o ok e no fim vai para a rua e não sabemos mais nada. A cozinha traz-me aquilo que eu realmente passei a gostar e a admirar, que é o facto de haver um reconhecimento imediato, as pessoas provam e dizem”, argumenta. “E mesmo quando não dizem, tu percebes. Eu olho para a cara das pessoas e vejo se está bom e isso alimenta-me muito mais enquanto criativo do que propriamente o design”, atesta Pedro, para quem a passagem pela universidade de ciências gastronómicas espanhola pode ser decisiva.
“Preciso muito do curso porque vai ser um curso diferente, vamos estar a estudar com outros profissionais da área, trocar ideias e eu quero perceber que inspiração é que isso me vai realmente trazer.” No regresso, não exclui também a possibilidade de fazer algum estágio num restaurante para que o ciclo fique completo. Se tivesse de escolher, não hesitaria em passar pelas cozinhas de Noélia Jerónimo e Marlene Vieira. “Identifico-me com a parte dos arrozes e esse lado da comida da Noélia e a Marlene tem a fusão da comida portuguesa com as técnicas além-fronteiras”, resume.
Enquanto uma e outra coisa não acontecem, Pedro Almeida diverte-se no Bizarro – também por isso o nome que atiça a curiosidade enquanto salvaguarda que tudo pode acontecer ou que não há noites que se repetem. “Isto nasce um bocadinho como uma brincadeira”, explica, mas também como uma forma de teste. O primeiro pop-up aconteceu em Abril no Clube Lusitano, onde agora volta a servir um jantar, mas desta vez a dividir o protagonismo com Lara Pereira Baptista, que conheceu no MasterChef.
“O objectivo é que sejam sempre pratos diferentes. No primeiro, a ideia foi fazer um menu de petiscos portugueses que pudessem ser partilhados. Agora, vai ser um bocadinho mais fechado porque é um [jantar a] quatro mãos.” O menu terá cinco pratos e cruzará a cozinha portuguesa e asiática. As reservas podem ser feitas através do Instagram de Pedro Almeida ou do Clube Lusitano e o jantar tem o preço de 55€ (sem bebidas). Está marcado para as 20.30 propositadamente para não coincidir com o Benfica-Sporting. Depois disto, há planos já para um novo pop-up no Verão no Algarve e outro em Setembro, em Matosinhos, com Ana Raquel Peixoto, que participou na mesma edição do concurso televisivo.
De lado não está a possibilidade de novos encontros, provavelmente sozinho, para haver ainda mais espaço de experimentação e risco. E, quem sabe, não se aventure ainda como chef privado. “No fundo, estou a criar as minhas regras, quero ter estes pop-ups que vão surgindo e que servem o público, tendo a oportunidade também de mostrar os meus serviços para um serviço privado, por exemplo.” Abrir um espaço próprio é que não está nos planos, pelo menos por agora. “Aquilo que eu dizia muitas vezes no programa é que gostava de ter uma tasca, gostava de ter um sítio onde as pessoas chegam e estão à conversa. O outro Bizarro foi assim, de repente, o espaço tinha que fechar à meia-noite, era uma da manhã e tínhamos pessoas a jogar snooker. Eu gosto desse lado de convívio e que não seja só uma coisa onde estou ali sentadinho.”
Clube Lusitano (Penha de França). Sáb 20.30. 55€