60% das mães estão fora do mercado de trabalho no Brasil
Segundo o último Censo Demográfico realizado pelo IBGE, as mulheres são responsáveis por 49,1% dos lares no Brasil. O dado reflete a relação direta entre maternidade e a presença de mulheres que são mães no mercado de trabalho. De acordo com nova pesquisa realizada pela Catho, plataforma gratuita de empregos, 60% das mães entrevistadas no Brasil estão fora do mercado de trabalho. Apesar de ainda elevado, o número representa uma queda de 8% em relação... O post 60% das mães estão fora do mercado de trabalho no Brasil apareceu primeiro em Meio e Mensagem - Marketing, Mídia e Comunicação.


(Crédito: Shutterstock)
Segundo o último Censo Demográfico realizado pelo IBGE, as mulheres são responsáveis por 49,1% dos lares no Brasil. O dado reflete a relação direta entre maternidade e a presença de mulheres que são mães no mercado de trabalho.
De acordo com nova pesquisa realizada pela Catho, plataforma gratuita de empregos, 60% das mães entrevistadas no Brasil estão fora do mercado de trabalho. Apesar de ainda elevado, o número representa uma queda de 8% em relação a 2024. O levantamento, feito em abril de 2025, destaca as dificuldades que as mães enfrentam para se manterem ativas e crescerem profissionalmente no País.
Entre as mulheres que estão no mercado de trabalho, quase 60% ocupam cargos operacionais, enquanto apenas 15% atuam em posições de gestão ou liderança. A dificuldade de ascensão profissional reflete uma série de barreiras, como o preconceito durante os processos seletivos. A pesquisa revela, ainda, que 83,7% das entrevistadas já foram questionadas mais de uma vez sobre filhos por recrutadores, uma prática considerada discriminatória e, em muitos casos, ilegal no Brasil.
Outro dado alarmante diz respeito à percepção da desigualdade salarial: 38% das mães afirmam acreditar ou saber que recebem salários menores do que outros profissionais em cargos semelhantes, e associam essa diferença diretamente à maternidade.
“Apesar dos recentes avanços no debate sobre diversidade e inclusão, as mulheres que são mães ainda sofrem com estigmas históricos que impactam diretamente suas carreiras, oportunidades de crescimento e renda”, afirma Carolina Tzanno, gerente sênior de RH da Redarbor, grupo dono da Catho.
Conciliação entre carreira e maternidade
A conciliação entre vida profissional e pessoal, embora seja um tema cada vez mais presente nas discussões corporativas, continua sendo um desafio diário para muitas mães. Segundo a pesquisa, os benefícios mais valorizados por elas para equilibrar essas duas esferas são horários flexíveis (24,1%), plano de saúde para dependentes (22,4%) e modelo de trabalho híbrido (15,1%). Ainda assim, muitas relatam que essas condições ainda são exceção no mercado.
“Flexibilizar a jornada e oferecer suporte efetivo para as mães é uma estratégia não só de atração e retenção de talentos, mas também de promoção real da equidade de gênero nas empresas e fortalecimento da marca empregadora”, avalia Tzanno.
A ausência de políticas inclusivas impacta diretamente a trajetória profissional das mães no Brasil. A pesquisa revela que 94,8% das entrevistadas nunca foram promovidas enquanto estavam grávidas ou durante a licença-maternidade, dado que evidencia uma estagnação profissional em um dos momentos mais sensíveis da vida da mulher. Além disso, 50,3% relataram ter deixado de participar de atividades maternas, como reuniões escolares ou consultas médicas, por medo de perder o emprego, e 60% afirmaram ter perdido eventos importantes na vida dos filhos pelo mesmo motivo.
Falta rede de apoio
Um aspecto que agrava a situação dessas mulheres é a ausência de uma rede de apoio robusta. Cerca de 20% das mães relataram não ter ninguém com quem contar para dividir as responsabilidades e, entre as que têm alguma rede, 60% afirmaram que é restrita a apenas uma pessoa. A importância do suporte, no entanto, é praticamente unânime: 90% consideram fundamental ter uma rede de apoio para conseguir equilibrar as demandas da maternidade e do trabalho.
O panorama atual confirma que, apesar dos sinais de avanço, o mercado de trabalho brasileiro continua desafiador para mulheres que são mães. Dados recentes do IBGE indicam que, mesmo após a pandemia, a taxa de participação feminina na força de trabalho permanece inferior à masculina. Além disso, mães de crianças pequenas enfrentam obstáculos significativos para retornar ou se manter no mercado de trabalho.
“É urgente que empresas e sociedade avancem na construção de ambientes mais inclusivos e sensíveis às realidades da maternidade. É preciso transformar a cultura organizacional, implementando políticas concretas de inclusão. Revisar práticas de contratação, adaptar estrutura física, fortalecer lideranças femininas e oferecer benefícios alinhados aos desafios da parentalidade, entre tantos outros, são caminhos que valorizam a equidade e a colocam como um princípio essencial para o crescimento sustentável dos negócios”, diz Carolina Tzanno.
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