Academia de Amadores de Música deverá ter nova casa em 2026
Autarquia lisboeta está a negociar compra ao Estado do antigo centro de recrutamento militar da Avenida de Berna. Edifício precisa de obras mas, até lá, Academia deverá manter-se no Chiado.


O impasse dura desde 2023, quando a Academia de Amadores de Música, instituição histórica de ensino de música a funcionar no Chiado, soube que teria de sair da Rua Nova da Trindade. A solução parece estar finalmente à vista, de acordo com as mais recentes declarações do presidente da instituição, Pedro Martins Barata, ao Observador, sobre um acordo iminente entre a Câmara Municipal de Lisboa (CML) e a empresa responsável pelo património edificado do Estado, a Estamo, para a aquisição do antigo centro de recrutamento militar da Avenida de Berna.
A possível nova casa da Academia precisará, no entanto, de obras. Mas, até que o acordo em curso seja finalizado e o espaço esteja pronto, a instituição deverá permanecer no Chiado. "O mais tardar até ao final do próximo ano lectivo", detalhou o presidente.
A 18 de Março, a autarquia explicou que estava em contacto com a Estamo no sentido de negociar valores de renda aceitáveis para o novo espaço da Academia de Amadores de Música. Cinco dias depois, no entanto, anunciou que avançaria para a compra do edifício. O objectivo seria que a instituição não precisasse de pagar renda ou que pagasse "o desconto máximo". De acordo com as declarações de Pedro Barata ao Observador, esta quinta-feira, 8 de Maio, estão agora a afinar-se aspectos contratuais como as avaliações do imóvel e as condições de pagamento do mesmo por parte da Câmara.
Mais um ano no Chiado
Recentemente, o imóvel onde está instalada a Academia de Amadores de Música foi colocado à venda. Mas não deverão existir impedimentos a que a instituição se mantenha na actual sede até Junho de 2026, ou seja, para lá do prazo inicialmente previsto (Agosto deste ano), até por existir uma boa relação com o senhorio, acredita Pedro Martins Barata. Recorde-se que, em 2023, o senhorio fixou um aumento da renda de 542 para 3.728 euros, um valor incomportável para a Academia, que a colocou de imediato sob a ameaça de saída do edifício.
Desde então, a instituição procurou soluções junto dos ministérios da Cultura e da Educação e da CML, assumindo como impossível pagar os preços actuais do mercado privado. Chegou-se, entretanto, a falar num espaço no Chiado usado pela Junta de Freguesia de Santa Maria Maior e a equacionar espaços, que, quer pela distância geográfica, quer pelas condições estruturais, não foram considerados viáveis pela Academia por onde passaram músicos como Pedro Ayres Magalhães, Maria João Pires ou Bernardo Sassetti. Já para a ocupação parcial do edifício da Avenida de Berna parecem não existir obstáculos.