Dieta com pouco carboidrato pode aumentar risco de câncer colorretal

Uma pesquisa da Universidade de Toronto revelou que dietas pobres em carboidratos podem potencializar os efeitos nocivos de certas bactérias intestinais, aumentando o risco de câncer colorretal. O estudo, publicado na revista Nature Microbiology, analisou como diferentes padrões alimentares interagem com microrganismos intestinais e influenciam o desenvolvimento da doença. Como a dieta afeta o câncer […]

Mar 21, 2025 - 21:36
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Dieta com pouco carboidrato pode aumentar risco de câncer colorretal

Uma pesquisa da Universidade de Toronto revelou que dietas pobres em carboidratos podem potencializar os efeitos nocivos de certas bactérias intestinais, aumentando o risco de câncer colorretal. O estudo, publicado na revista Nature Microbiology, analisou como diferentes padrões alimentares interagem com microrganismos intestinais e influenciam o desenvolvimento da doença.

Como a dieta afeta o câncer colorretal?

Os cientistas compararam três dietas distintas em camundongos: uma balanceada, uma rica em gorduras e açúcar (estilo ocidental) e uma pobre em carboidratos e fibras solúveis. Os resultados mostraram que uma dieta com baixo teor de carboidratos, quando associada à presença da Escherichia coli produtora da toxina colibactina, levou ao aumento de pólipos no cólon, condição que pode evoluir para câncer.

Segundo o professor Alberto Martin, da Faculdade de Medicina Temerty, o objetivo do estudo era entender se a alimentação influencia a capacidade de bactérias específicas de causar câncer. Os resultados apontaram que dietas pobres em fibras promovem inflamação intestinal e alteram a microbiota, favorecendo a proliferação da E. coli produtora de colibactina.

A camada protetora do intestino e o aumento do risco

Os pesquisadores também descobriram que a redução do consumo de carboidratos leva ao enfraquecimento da camada de muco que protege o intestino, facilitando a ação cancerígena da colibactina sobre as células do cólon. Esse efeito foi ainda mais significativo em camundongos com mutações genéticas que prejudicam a capacidade de reparo do DNA, um fator comum em pacientes com síndrome de Lynch.

Bactéria intestinal, quando combinada com uma dieta pobre em carboidratos e fibras solúveis, estimula o crescimento de câncer colorretal

Possíveis medidas de prevenção

Embora o estudo tenha sido realizado em camundongos, seus achados podem ter implicações importantes para a saúde humana. Os cientistas sugerem que indivíduos com síndrome de Lynch ou predisposição genética para o câncer colorretal podem se beneficiar de ajustes na dieta, evitando padrões alimentares pobres em carboidratos e fibras.