Câmara de SP terá CPIs para investigar alagamentos no Jardim Pantanal e fraudes em vendas de apartamentos destinados a famílias de baixa renda

As duas primeiras comissões dessa legislatura devem ser instaladas nesta quarta (2), com a indicação dos representantes de cada partido para os colegiados. Prazo de funcionamento inicial é de 120 dias. 3 de fevereiro - Moradores do Jardim Pantanal, na Zona Leste de São Paulo, enfrentam terceiro dia seguido de inundações no bairro, que sofre há décadas com os problemas das enchentes. A região com cerca de nove bairros fica numa área de várzea do rio Tietê Fábio Vieira/FotoRua via Estadão Conteúdo O presidente da Câmara Municipal de São Paulo, vereador Ricardo Teixeira (União Brasil), anunciou nesta terça-feira (1º) a instalação das duas primeiras Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) dessa nova legislatura. Durante a reunião do colégio de líderes, Teixeira avisou às lideranças partidárias do acordo para instalar, já nesta quarta-feira (2), a CPI sobre as Habitações de Interesse Social e a comissão que vai investigar a situação dos alagamentos no Jardim Pantanal, na Zona Leste, região marcada por recorrentes enchentes. A instalação dessas comissões deve acontecer nesta quarta (2), quando os partidos definirão os integrantes de cada uma das investigações. Conforme o protocolo da casa, a presidência de cada uma das comissões é ocupada pelo vereador que pediu a abertura da CPI. ✅ Clique aqui para se inscrever no canal do g1 SP no WhatsApp Os vereadores que participaram nesta terça-feira (1°) do colégio de líderes da Câmara Municipal de SP. Richard Lourenço/Rede Câmara A CPI sobre as Habitações de Interesse Social foi proposta pelo vereador Rubinho Nunes (União) e vai apurar irregularidades de construtoras na cidade de São Paulo na destinação de imóveis para famílias de baixa renda, vendidos para grupos com renda superior ao limite permitido por lei. A irregularidade já rendeu multas de mais de R$ 31 milhões a duas construtoras flagradas em irregularidades semelhantes. LEIA MAIS: 70% dos vereadores de SP faltam ao 1° evento 'Câmara na Rua' para aproximar o Legislativo dos moradores da periferia Gestão Nunes multa construtoras em R$ 31 milhões por fraude em benefício de isenção de impostos para habitações sociais em SP Estudo preliminar da Prefeitura de SP diz que remoção de famílias do Jd. Pantanal custará R$ 1,9 bi com indenização e habitação popular Elas recebiam isenção fiscal da prefeitura para construir imóveis para famílias que ganham até três salários-mínimos, mas a venda dos apartamentos era feita para pessoas com alto valor aquisitivo. Já a segunda CPI, de autoria do vereador Alessandro Guedes (PT), irá verificar a atuação do poder público na prevenção e mitigação dos impactos ambientais e sociais que afetam os moradores do Jardim Pantanal. Conforme o g1 mostrou, no início de fevereiro o bairro ficou uma semana embaixo dágua, em razão das fortes chuvas que caíram na cidade. A comunidade erguida na região de várzea do Rio Tietê sofre desde os anos 80 com os constantes alagamentos. Valor citado por Nunes para remover famílias do Jardim Pantanal é menor que o estipulado em estudo da Prefeitura Na época da crise mais recente, a gestão Ricardo Nunes (MDB) chegou a apresentar um estudo preliminar da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras (Siurb) que apontou que o custo de remoção das famílias e acomodação em habitações de interesse popular é de até R$ 1,9 bilhão para a gestão municipal. O valor é superior ao que a Siurb calcula para a realização de obras de enfrentamento da enchente no bairro, calculadas entre R$ 1 bilhão e R$ 1,3 bilhão. O prefeito de São Paulo também chegou a afirmar em fevereiro que estudava a possibilidade de oferecer um auxílio entre R$ 20 mil e R$ 50 mil para que os moradores do Jardim Pantanal deixassem as áreas mais castigadadas pelas enchentes. A Vila Seabra, no Jardim Helena, zona leste de São Paulo, enfrenta o terceiro dia de ruas alagadas, nesta segunda- feira (3), após as fortes chuvas que atingiram a região nos últimos dias. EDI SOUSA/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Nenhuma das soluções ainda saiu do papel por parte da administração municipal. A CPI da Câmara municipal quer entender como o poder público pode ajudar as famílias que vivem nos bairros que margeiam o rio e quais as soluções urgentes podem ser tomadas para mitigar as enchentes na área. Segundo a Mesa Diretora da Câmara, as duas CPIs terão prazo de funcionamento de 120 dias, podendo ser prorrogadas, e contarão com depoimentos de especialistas, autoridades e representantes da população para aprofundar as investigações. Após uma semana embaixo d'água, Jardim Pantanal tem lixo espalhado pelas ruas

Abr 2, 2025 - 20:05
 0
Câmara de SP terá CPIs para investigar alagamentos no Jardim Pantanal e fraudes em vendas de apartamentos destinados a famílias de baixa renda

As duas primeiras comissões dessa legislatura devem ser instaladas nesta quarta (2), com a indicação dos representantes de cada partido para os colegiados. Prazo de funcionamento inicial é de 120 dias. 3 de fevereiro - Moradores do Jardim Pantanal, na Zona Leste de São Paulo, enfrentam terceiro dia seguido de inundações no bairro, que sofre há décadas com os problemas das enchentes. A região com cerca de nove bairros fica numa área de várzea do rio Tietê Fábio Vieira/FotoRua via Estadão Conteúdo O presidente da Câmara Municipal de São Paulo, vereador Ricardo Teixeira (União Brasil), anunciou nesta terça-feira (1º) a instalação das duas primeiras Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) dessa nova legislatura. Durante a reunião do colégio de líderes, Teixeira avisou às lideranças partidárias do acordo para instalar, já nesta quarta-feira (2), a CPI sobre as Habitações de Interesse Social e a comissão que vai investigar a situação dos alagamentos no Jardim Pantanal, na Zona Leste, região marcada por recorrentes enchentes. A instalação dessas comissões deve acontecer nesta quarta (2), quando os partidos definirão os integrantes de cada uma das investigações. Conforme o protocolo da casa, a presidência de cada uma das comissões é ocupada pelo vereador que pediu a abertura da CPI. ✅ Clique aqui para se inscrever no canal do g1 SP no WhatsApp Os vereadores que participaram nesta terça-feira (1°) do colégio de líderes da Câmara Municipal de SP. Richard Lourenço/Rede Câmara A CPI sobre as Habitações de Interesse Social foi proposta pelo vereador Rubinho Nunes (União) e vai apurar irregularidades de construtoras na cidade de São Paulo na destinação de imóveis para famílias de baixa renda, vendidos para grupos com renda superior ao limite permitido por lei. A irregularidade já rendeu multas de mais de R$ 31 milhões a duas construtoras flagradas em irregularidades semelhantes. LEIA MAIS: 70% dos vereadores de SP faltam ao 1° evento 'Câmara na Rua' para aproximar o Legislativo dos moradores da periferia Gestão Nunes multa construtoras em R$ 31 milhões por fraude em benefício de isenção de impostos para habitações sociais em SP Estudo preliminar da Prefeitura de SP diz que remoção de famílias do Jd. Pantanal custará R$ 1,9 bi com indenização e habitação popular Elas recebiam isenção fiscal da prefeitura para construir imóveis para famílias que ganham até três salários-mínimos, mas a venda dos apartamentos era feita para pessoas com alto valor aquisitivo. Já a segunda CPI, de autoria do vereador Alessandro Guedes (PT), irá verificar a atuação do poder público na prevenção e mitigação dos impactos ambientais e sociais que afetam os moradores do Jardim Pantanal. Conforme o g1 mostrou, no início de fevereiro o bairro ficou uma semana embaixo dágua, em razão das fortes chuvas que caíram na cidade. A comunidade erguida na região de várzea do Rio Tietê sofre desde os anos 80 com os constantes alagamentos. Valor citado por Nunes para remover famílias do Jardim Pantanal é menor que o estipulado em estudo da Prefeitura Na época da crise mais recente, a gestão Ricardo Nunes (MDB) chegou a apresentar um estudo preliminar da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras (Siurb) que apontou que o custo de remoção das famílias e acomodação em habitações de interesse popular é de até R$ 1,9 bilhão para a gestão municipal. O valor é superior ao que a Siurb calcula para a realização de obras de enfrentamento da enchente no bairro, calculadas entre R$ 1 bilhão e R$ 1,3 bilhão. O prefeito de São Paulo também chegou a afirmar em fevereiro que estudava a possibilidade de oferecer um auxílio entre R$ 20 mil e R$ 50 mil para que os moradores do Jardim Pantanal deixassem as áreas mais castigadadas pelas enchentes. A Vila Seabra, no Jardim Helena, zona leste de São Paulo, enfrenta o terceiro dia de ruas alagadas, nesta segunda- feira (3), após as fortes chuvas que atingiram a região nos últimos dias. EDI SOUSA/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Nenhuma das soluções ainda saiu do papel por parte da administração municipal. A CPI da Câmara municipal quer entender como o poder público pode ajudar as famílias que vivem nos bairros que margeiam o rio e quais as soluções urgentes podem ser tomadas para mitigar as enchentes na área. Segundo a Mesa Diretora da Câmara, as duas CPIs terão prazo de funcionamento de 120 dias, podendo ser prorrogadas, e contarão com depoimentos de especialistas, autoridades e representantes da população para aprofundar as investigações. Após uma semana embaixo d'água, Jardim Pantanal tem lixo espalhado pelas ruas