Na baixa de Lisboa

É raro calcorrear a Baixa, um pouco por falta de razões, muito por falta de paciência. Aconteceu ontem, saíra de casa de mochila - a entregar uma meia dúzia de livros que me haviam encomendado. Um dos poisos de entrega era junto ao Palácio Foz, lá aportei ao encontro de portador de exemplares do "Torna-Viagem" para amigos em Maputo. Esperei um pouco, coisa curial, eu adiantara-me... Assim a avivar as causas da minha impaciência ali: as obras serão justificadas, necessárias, mas aquela área está um estaleiro - e logo o Palácio Foz o demonstrava. E o raio das tralhas circundantes, que são verdadeira perda: das tapas "de Sevilha" aos kebabs "sei-lá-de-onde", do já velho bimbo "Hard Rock Café" aos incessantes trambolhos de "recuerdos", passando pela nova macro-Zara. Pergunto-me que andarão a fazer estes magotes de turistas a fazer aqui que não possam fazer noutro sítio qualquer...   Estar contra o turismo? Ser conservador, com laivos de xenófobo? Como?, se a "indústria" (como lhe chamam os aldrabões) dá emprego aos compatriotas, receitas, impostos... Nem contesto.   Nas faldas do elevador da Glória está esta barraca, vistosa, a vender lixo "turístico" made in alhures e anunciando-se como "ponto de encontro" oficial de "citysightseeing Portugal", evidente "empreendedorismo" indostânico. Oferece aos bem-vindos visitantes passeatas pelos locais emblemáticos da cidade - entre os quais o Mosteiro dos Jeróminos...   Nada digo. Faço a entrega, galgo para o metro, avanço até outro ponto de entrega do tal "Torna-Viagem", no qual narro como retornei a esta tralha. Mais tarde ainda chego às colinas dos Olivais Norte, já a radiculite apertando. E avanço até às escarpas dos Olivais Sul.   O longe que me é possível das "sete colinas" lá deles. E dos "Jeróminos".

Abr 8, 2025 - 09:20
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Na baixa de Lisboa

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É raro calcorrear a Baixa, um pouco por falta de razões, muito por falta de paciência. Aconteceu ontem, saíra de casa de mochila - a entregar uma meia dúzia de livros que me haviam encomendado. Um dos poisos de entrega era junto ao Palácio Foz, lá aportei ao encontro de portador de exemplares do "Torna-Viagem" para amigos em Maputo. Esperei um pouco, coisa curial, eu adiantara-me... Assim a avivar as causas da minha impaciência ali: as obras serão justificadas, necessárias, mas aquela área está um estaleiro - e logo o Palácio Foz o demonstrava. E o raio das tralhas circundantes, que são verdadeira perda: das tapas "de Sevilha" aos kebabs "sei-lá-de-onde", do já velho bimbo "Hard Rock Café" aos incessantes trambolhos de "recuerdos", passando pela nova macro-Zara. Pergunto-me que andarão a fazer estes magotes de turistas a fazer aqui que não possam fazer noutro sítio qualquer...
 
Estar contra o turismo? Ser conservador, com laivos de xenófobo? Como?, se a "indústria" (como lhe chamam os aldrabões) dá emprego aos compatriotas, receitas, impostos... Nem contesto.
 
Nas faldas do elevador da Glória está esta barraca, vistosa, a vender lixo "turístico" made in alhures e anunciando-se como "ponto de encontro" oficial de "citysightseeing Portugal", evidente "empreendedorismo" indostânico. Oferece aos bem-vindos visitantes passeatas pelos locais emblemáticos da cidade - entre os quais o Mosteiro dos Jeróminos...
 
Nada digo. Faço a entrega, galgo para o metro, avanço até outro ponto de entrega do tal "Torna-Viagem", no qual narro como retornei a esta tralha. Mais tarde ainda chego às colinas dos Olivais Norte, já a radiculite apertando. E avanço até às escarpas dos Olivais Sul.
 
O longe que me é possível das "sete colinas" lá deles. E dos "Jeróminos".