BC reúne líderes do setor financeiro para discutir aquisição parcial do Banco Master pelo BRB

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, convocou neste sábado, 5, em São Paulo, uma reunião extraordinária com executivos das principais instituições financeiras do país e representantes do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). O encontro foi motivado pelas incertezas que envolvem a proposta de aquisição parcial do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB). Participaram […] O post BC reúne líderes do setor financeiro para discutir aquisição parcial do Banco Master pelo BRB apareceu primeiro em O Cafezinho.

Abr 5, 2025 - 15:54
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BC reúne líderes do setor financeiro para discutir aquisição parcial do Banco Master pelo BRB

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, convocou neste sábado, 5, em São Paulo, uma reunião extraordinária com executivos das principais instituições financeiras do país e representantes do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).

O encontro foi motivado pelas incertezas que envolvem a proposta de aquisição parcial do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB).

Participaram da reunião os presidentes do Bradesco, Marcelo Noronha; do Santander, Mario Leão; do Itaú, Milton Maluhy; do BTG Pactual, André Esteves; além do diretor-presidente do FGC, Daniel Lima.

A iniciativa do Banco Central ocorre uma semana após o anúncio do BRB sobre sua intenção de adquirir parte do capital do Banco Master, transação que ainda está sujeita à aprovação da autoridade monetária.

O BRB comunicou ao mercado que apresentou proposta para adquirir 58% do capital total do Banco Master.

A operação, estimada em cerca de US$ 2 bilhões, não prevê a aquisição do controle acionário da instituição. O BRB também informou que não tem interesse em determinados ativos do Master, como precatórios e participações em empresas, os quais permanecem fora do escopo da proposta.

Esses mesmos ativos haviam atraído anteriormente o interesse do BTG Pactual, que avaliou a possibilidade de aquisição do Banco Master. Durante a semana, o BTG declarou apenas que “analisa oportunidades”.

A proposta do BRB gerou reações no mercado financeiro. Agências de classificação de risco revisaram suas posições em relação às instituições envolvidas.

A Fitch Ratings colocou os ratings do BRB e do Banco Master em observação com implicações negativas. A Standard & Poor’s (S&P) adotou medida semelhante em relação ao BRB, enquanto a Moody’s destacou incertezas relevantes sobre os termos e a estrutura da transação proposta.

De acordo com dados divulgados no balanço do Banco Master referente ao exercício de 2024, a instituição possui patrimônio líquido de R$ 4,7 bilhões.

A análise do passivo indica uma concentração significativa de vencimentos de Certificados de Depósito Bancário (CDBs) no curto prazo. Até junho, vencem R$ 7,6 bilhões em CDBs emitidos pelo banco.

O crescimento do Banco Master nos últimos anos foi acompanhado pela prática de remunerações consideradas elevadas para produtos de captação.

Em determinados períodos, as taxas oferecidas em CDBs chegaram a 140% do CDI, acima da média do setor. O modelo adotado tem gerado questionamentos quanto à sua sustentabilidade diante das obrigações de curto prazo.

O Banco Central dispõe de até 360 dias para concluir a análise do processo de aquisição, conforme a legislação vigente. A realização da reunião com representantes do sistema financeiro indica uma possível tentativa de antecipação de riscos associados à operação.

A interlocução com o FGC também aponta para uma avaliação preventiva quanto à eventual necessidade de atuação do fundo em caso de estresse no mercado.

A compra parcial do Banco Master pelo BRB ocorre em um contexto de atenção à estabilidade do sistema bancário. A operação envolve um banco público de médio porte e uma instituição privada que adotou estratégias de crescimento baseadas em captação com taxas superiores à média do mercado. A combinação desses fatores elevou o nível de atenção dos órgãos reguladores e das agências de risco.

Até o momento, o Banco Central não se manifestou oficialmente sobre a proposta apresentada pelo BRB. Também não há prazo divulgado para a decisão final sobre a aprovação ou não da transação.

O Fundo Garantidor de Créditos, presente na reunião, é uma entidade privada sem fins lucrativos que atua na proteção de depositantes e investidores em caso de intervenção, liquidação ou falência de instituições financeiras. Sua participação no encontro sinaliza que a autoridade monetária considera o assunto relevante do ponto de vista da confiança no sistema financeiro.

A repercussão da proposta no mercado e as ações de monitoramento indicam que a decisão sobre a aquisição poderá ter reflexos no ambiente concorrencial do setor bancário. A depender do desfecho, a operação pode estabelecer precedentes para futuras transações entre instituições com diferentes perfis de atuação.

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