Disponibilidade não se confunde com explorabilidade

A vida oferece opções: você não precisa explorar todas. Carlos toma seu café da manhã, no dia a dia, seguindo um padrão: consumo limitado de alimentos. Começa com água e limão em jejum, e prossegue com uma fruta – mamão ou banana -, mais ovos mexidos e finalizando com uma xícara de café (tomado de […] O post Disponibilidade não se confunde com explorabilidade apareceu primeiro em Valores Reais.

Abr 7, 2025 - 05:48
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Disponibilidade não se confunde com explorabilidade

A vida oferece opções: você não precisa explorar todas.

Carlos toma seu café da manhã, no dia a dia, seguindo um padrão: consumo limitado de alimentos. Começa com água e limão em jejum, e prossegue com uma fruta – mamão ou banana -, mais ovos mexidos e finalizando com uma xícara de café (tomado de 90 a 120 minutos após acordar, para evitar a sonolência pós almoço).

Porém, quando ele viaja com frequência, e se hospeda em hotel, fica tentado a modificar radicalmente seu café da manhã, dada a ampla fartura de alimentos oferecidos, que vão desde diversas opções de pães, sucos e geléias, até cereais, alimentos quentes e frios diversos. Vale a pena explorar todas essas opções disponíveis e se empanturrar a ponto de ficar enjoado?

Não, não vale a pena. E isso pelo motivo que está no título do artigo de hoje, que resume o ponto central de reflexão: disponibilidade não se confunde com explorabilidade. Não é porque você tem à disposição uma quantidade vasta de opções é que você deve explorar todas essas opções. Mas isso não se aplica apenas às comidas de um café da manhã em que você muda o ambiente (da casa para um hotel).

No seu celular mesmo – se você estiver lendo esse artigo a partir dele – se você mudar o app para o de uma rede social, como X, Facebook, TikTok ou Instagram – você terá uma disponibilidade infinita de conteúdos. É saudável gastar horas e mais horas explorando todos esse conteúdo? A resposta é “não”, por motivos que todos já sabemos.

E os exemplos se espalham, nos mais variados campos da vida, mas principalmente naqueles onde nossa atenção é especialmente importante: nos mercados de consumo, que visam se apropriar de nosso dinheiro, e de atenção, que visam se apropriar de nossa mente.

Tenha consciência daquilo que lhe é oferecido.

Pratique a auto-limitação dos desejos, por mais que isso seja difícil. O tema, na verdade, não é novo. Já na Bíblia, há um trecho que muito se encaixa no tema de hoje. Ele diz: “Tudo é permitido, mas nem tudo convém. Tudo é permitido, mas nem tudo edifica.” (1 Coríntios 10:23-25).

Nossos desejos são ilimitados, mas nossos recursos de tempo e de atenção são limitados. São escassos. Temos, portanto, que selecionar aquilo que nos é mais útil e proveitoso, sabendo exercer a auto-limitação de modo a não nos prejudicar pelo excesso que a sociedade nos oferta e nos disponibiliza.

A tarefa é difícil, pois exige voluntariedade e iniciativa própria e ativa, e não meramente passiva. Temos uma tendência inata a exagerar quando nos deparamos com excesso de opções, seja num buffett de café da manhã de hotel, seja usando uma rede social no celular, à toa. Mas devemos bloquear esse desejo inato e primitivo de explorar ao máximo tudo o que nos é oferecido, sob pena de nos prejudicarmos, seja com problemas de saúde física, seja com problemas de saúde mental.

Conclusão

Qualquer coisa estar disponível não significa que deve ser explorada. Disponibilidade não se confunde com explorabilidade.

Por exemplo, você liga seu celular, acessa seu Whats e vê que há mensagens novas em 4 grupos, que não são de trabalho ou de coisas urgentes. Você precisa ler todas as novas mensagens? Não! Você pode deixar pra lá: acessá-las e lê-las somente em horários programados e pré-determinados. Mas não imediatamente.

Aja com prudência e parcimônia. Há toda uma pressão social envolvida, que lhe induz a comprar por impulso, a adquirir um serviço só porque é supostamente mais barato, enfim, a fazer coisas que, se você parar para pensar, você não o faria. Agir com independência e indiferença em relação às pressões da sociedade é um ato de bravura e de coragem, nos dias de hoje: a coragem de ser você mesmo.

Boa semana!

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