Ato por anistia ajuda Bolsonaro, mas não os condenados no 8 de janeiro

Integrantes da cúpula do Parlamento avaliam que a pauta não é prioridade do país, mas ajuda o ex-presidente a mobilizar a base antes do julgamento no STF

Mar 17, 2025 - 20:13
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Ato por anistia ajuda Bolsonaro, mas não os condenados no 8 de janeiro

O ato de Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro não mudou a avaliação da cúpula do Congresso sobre a anistia aos condenados pelos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023. Também não serviu para pressionar autoridades com o suposto bafo quente das ruas que seria exibido no fim de semana no país.

Quem ganhou, na avaliação de integrantes da cúpula do Parlamento, foi Bolsonaro que usou o evento para mobilizar sua base em torno do julgamento da denúncia de golpe de Estado na próxima semana.

No início dos trabalhos do Senado, em fevereiro, Davi Alcolumbre, o chefe do Legislativo, disse com todas as letras que a anistia não era uma prioridade.

Isso não é um assunto que nós estamos debatendo. Quando a gente fala desse assunto a todo instante, a gente está dando de novo a oportunidade de nós ficarmos na nossa sociedade, dividindo, um assunto que não é o assunto dos brasileiros”, disse Alcolumbre.

O público registrado em Copacabana, bem inferior ao objetivo estabelecido por aliados do ex-presidente, confirmou, de certo modo, a declaração de Alcolumbre.

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Entre aliados do chefe do Parlamento, a avaliação é simples: foi o discurso de Bolsonaro e seus aliados sobre “dar a vida pela liberdade” que arrastou tantos inocentes úteis ao cadafalso. Acreditaram numa aventura golpista, partiram para a prática e hoje pagam pelas consequências de seus atos.

“Os líderes dessa turma, que acabaram de voltar do Carnaval na praia, precisam dar alguma satisfação a esse público, mostrar que estão tentando fazer alguma coisa, ainda que seja só no discurso”, provoca um parlamentar.

 

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