As especiarias que podem interagir com medicamentos e representar riscos à saúde

Canela, cúrcuma (açafrão-da-terra) e gengibre, famosos por seus benefícios à saúde e amplamente usados na culinária e suplementação, podem interferir na ação de medicamentos que salvam vidas, segundo especialistas. Essas especiarias, embora ofereçam propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, também podem alterar a forma como o corpo metaboliza certos medicamentos, tornando-os ineficazes ou até perigosos. Canela: atenção […]

Mai 15, 2025 - 21:20
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As especiarias que podem interagir com medicamentos e representar riscos à saúde

Canela, cúrcuma (açafrão-da-terra) e gengibre, famosos por seus benefícios à saúde e amplamente usados na culinária e suplementação, podem interferir na ação de medicamentos que salvam vidas, segundo especialistas. Essas especiarias, embora ofereçam propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, também podem alterar a forma como o corpo metaboliza certos medicamentos, tornando-os ineficazes ou até perigosos.

Canela: atenção com suplementos e risco de sangramento

A canela, especialmente em forma de suplemento, contém cinamaldeído, um composto que pode acelerar o metabolismo de medicamentos no fígado. Isso significa que remédios como anticoagulantes (aspirina, varfarina) podem ser eliminados do corpo rapidamente, reduzindo sua eficácia e aumentando o risco de sangramentos potencialmente fatais. Além disso, a canela comum, vendida em supermercados, possui altos níveis de cumarina, que pode prejudicar o fígado em altas doses.

A canela verdadeira (Ceylon), originária do Sri Lanka, tem menos cumarina e oferece benefícios à saúde, mas ainda assim pode interagir com estatinas, antidepressivos e medicamentos para diabetes.

O problema não está na canela no mingau de aveia, mas nos suplementos, que concentram doses muito mais elevadas do composto ativo.

Estudos alertam o perigo da interação entre certas especiarias e alguns medicamentos

Açafrão (cúrcuma): anti-inflamatório com potencial tóxico em excesso

A curcumina, princípio ativo da cúrcuma, pode interferir nas enzimas hepáticas responsáveis por processar medicamentos. Em combinação com pimenta-do-reino — usada para melhorar a absorção do composto —, os efeitos podem ser ampliados. Estudos mostram que altas doses de cúrcuma podem afetar o fígado e causar insuficiência hepática grave, como no caso de uma paciente que morreu após 14 meses de uso contínuo do suplemento.