Vida do Papa Francisco inspirou o cinema. Conheça os filmes que o retrataram

Produções dramatizaram a juventude, os dilemas e o pensamento do pontífice argentino em diferentes formatos e estilos

Abr 21, 2025 - 21:31
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Vida do Papa Francisco inspirou o cinema. Conheça os filmes que o retrataram

Cinema retratou a vida e a visão do pontífice

Com a morte do Papa Francisco nesta segunda-feira (21/4), aos 88 anos, filmes que abordam sua vida e seu pontificado voltaram ao centro das atenções. O primeiro pontífice latino-americano da história foi representado no cinema em diferentes abordagens: de ficções dramatizadas a documentários com participação direta, revelando aspectos pessoais e institucionais de seu percurso.

A relação com Bento XVI

A produção mais conhecida é “Dois Papas” (2019), dirigida por Fernando Meirelles e estrelada por Jonathan Pryce no papel de Jorge Mario Bergoglio. O longa dramatiza o período anterior à eleição de Francisco, centrando-se em sua relação com o então Papa Bento XVI, vivido por Anthony Hopkins.

“Dois Papas” não é uma cinebiografia tradicional, mas uma interpretação ficcional baseada em eventos reais. A história foca nas divergências filosóficas entre os dois líderes, com destaque para a postura reformista de Bergoglio diante de uma Igreja em crise. O filme foi indicado a três Oscars, incluindo Melhor Ator e Melhor Roteiro Adaptado, e ajudou a humanizar a figura do papa argentino para o público global.

A juventude e luta contra a ditadura

O filme argentino “Francisco: O Papa do Povo” (2015) volta ainda mais no tempo para acompanhar sua vida desde a juventude em Buenos Aires até a eleição em 2013. A narrativa destaca o período como jesuíta, os embates durante a ditadura militar e sua atuação como arcebispo, ressaltando a defesa dos mais pobres — marca de seu papado. No papel de Jorge Mario Bergoglio, Darío Grandinetti conduz um retrato tradicional, centrado na trajetória e nos desafios enfrentados pelo futuro papa em meio às contradições da sociedade argentina.

No mesmo ano, a minissérie italiana “Chiamatemi Francesco” (“Chamem-me Francisco”), dirigida por Daniele Luchetti, abordou o mesmo período com viés mais político e foi posteriormente distribuída como filme em alguns países. Já “Papa Francisco: Conquistando Corações”, dirigido por Beda Docampo Feijóo, reforçou o perfil pastoral do papa e seu papel conciliador dentro da Igreja Católica, oferecendo um retrato didático para plateias mais amplas.

Francisco em suas próprias palavras

Mais direto em tom e conteúdo, o documentário “Papa Francisco: Um Homem de Palavra” (2018), dirigido por Wim Wenders, traz o pontífice falando à câmera sobre questões como justiça social, crise climática, imigração, desigualdade e espiritualidade. Produzido com apoio do Vaticano, o filme abandona a narração em terceira pessoa para se tornar uma espécie de autorretrato — em que Francisco articula sua visão pastoral com ênfase em diálogo e inclusão.

O projeto estreou no Festival de Cannes e foi distribuído mundialmente pela Universal, servindo como documento raro de um papa se comunicando diretamente com o público por meio do cinema.

Dois anos depois, “Francesco” (2020), dirigido por Evgeny Afineevsky, ampliou esse retrato com foco em questões contemporâneas e humanitárias. Exibido em festivais internacionais, o documentário incorpora entrevistas com vítimas de guerras, refugiados e representantes de minorias, refletindo a atuação social do pontífice como liderança moral no século XXI.