Chinesas avançam no Brasil e investem em produção local
No início do mês, a chinesa Mobile Communication anunciou a chegada ao Brasil de sua fabricante de smartphones sob a marca Jovi. A companhia terá produção local, baseada na Zona Franca de Manaus. Em paralelo, outra marca chinesa também prepara sua chegada ao País: a GAC Motor. A montadora despachou um primeiro lote de veículos para o Brasil e deve inaugurar lojas já nos próximos meses. Cerca de 300 unidades compõem esse primeiro lote e... O post Chinesas avançam no Brasil e investem em produção local apareceu primeiro em Meio e Mensagem - Marketing, Mídia e Comunicação.

No início do mês, a chinesa Mobile Communication anunciou a chegada ao Brasil de sua fabricante de smartphones sob a marca Jovi. A companhia terá produção local, baseada na Zona Franca de Manaus. Em paralelo, outra marca chinesa também prepara sua chegada ao País: a GAC Motor.

Marcas chinesas investem em produção local; na foto, fábrica da GWM em Iracemápolis, no interior de São Paulo (Crédito: Divulgação)
A montadora despachou um primeiro lote de veículos para o Brasil e deve inaugurar lojas já nos próximos meses. Cerca de 300 unidades compõem esse primeiro lote e a marca planeja novos embarques ainda para este ano.
Já no universo dos marketplaces, a Shein chegou a 30 mil sellers na sua plataforma no País e soma 300 fábricas parceiras. A companhia mira uma expansão regional, apesar dos desafios tributários. A Temu, por sua vez, alcançou, em dezembro, 39 milhões de usuários ativos mensais com apenas seis meses de operação, segundo dados do banco Citi.
O desempenho e o interesse das companhias chinesas no Brasil acompanham a relação comercial entre os países. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, em 2023, apontaram que a corrente de comércio bilateral – total de importações e exportações – entre Brasil e China passou de US$ 6,6 bilhões para US$ 157,5 bilhões em um intervalo de 20 anos.
Para Roberto Wajnsztok, sócio-diretor da Gouvêa Consulting, além do tamanho do mercado consumidor, o Brasil se torna atrativo para as marcas chinesas por contar com uma plataforma digital e transacional de grande escala, assim como maturidade em tecnologia financeira para as transações.
Do outro lado, a Ásia e, especialmente a China, seriam os maiores operadores de comércio e marketplace, competindo com a estadunidense Amazon e, localmente, com o Mercado Livre. “O que torna o Brasil uma oportunidade, hoje, é ter massa de consumo. Do outro lado, eles têm ferramentas, produtos. Pronto, é o casamento perfeito”, defende o executivo.
Marcas chinesas investem em produção local
Enquanto as novas entrantes apostam no País de olho nesses fatores, as operações chinesas já estabelecidas em território nacional investem em uma ampliação da produção local. No ano passado, a Midea investiu mais de R$ 600 milhões na construção de uma fábrica em Pouso Alegre, Minas Gerais, com capacidade de produção de 1,3 milhão de unidades por ano, entre refrigeradores e lavadoras.
Também foram realizados investimentos nas plantas de Manaus (AM) e Canoas (RS). A companhia ainda tem em andamento a construção de uma nova fábrica de motores elétricos em Santa Rita do Sapucaí e um centro de distribuição em Extrema, ambas em Minas Gerais. Atualmente, o Brasil é a segunda maior operação da Midea fora da China, com crescimento de 35% em receita no último ano.
O investimento da fabricante de eletrodomésticos e ar-condicionado em produção local não é isolado. A BYD elegeu o Brasil como principal foco de investimento fora da China e está construindo sua primeira fábrica de automóveis elétricos em Camaçari, na Bahia. A planta deve iniciar operações ainda neste ano e pode gerar 20 mil empregos diretos e indiretos.
“O projeto é mais amplo que a produção automotiva. A BYD pretende transformar Camaçari em um polo de inovação tecnológica e sustentabilidade, um ‘Vale do Silício brasileiro’ voltado à mobilidade elétrica”, aponta o vice-presidente sênior e head de marketing da BYD Brasil, Alexandre Baldy.
Essa será a terceira planta da companhia em solo brasileiro. O primeiro modelo produzido na fábrica de Camaçari será o BYD Song Pro, linha que contará com outros lançamentos nos próximos anos.
A GMW também prepara a inauguração de sua fábrica em Iracemápolis, no interior de São Paulo, que se propõe à produção total de veículos plug-ins. Além de driblar os desafios tarifários, a produção local permite que as chinesas usem o Brasil como um polo de produção e distribuição para toda a América Latina.
“A produção local vem nos proteger também do aumento do imposto de importação, que está acontecendo. Este ano, em julho, sobe mais um pouco para algo como 28%, 30%. E, a partir de julho do ano que vem, sobe para 35%. Imagina se a nossa estratégia de negócio fosse baseada somente nos veículos importados? Nós teríamos realmente dificuldades para competir com uma alíquota de importação desse nível”, aponta o diretor de assuntos institucionais da GWM, Ricardo Bastos.
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