Advanced Low Power Island: conheça a nova arquitetura de baixo consumo da Intel
A indústria de hardware de PC tem focado cada vez mais em entregar componentes eficientes, principalmente para o segmento mobile. Com o advento do Copilot+ PCs impulsionado pela Microsoft, isso ficou ainda mais forte e iniciou uma corrida para ver quem entrega mais desempenho ao mesmo tempo que mantém uma alta duração de bateria. Dicas para melhorar o desempenho de CPUs Intel Características mais importantes nos processadores Intel As CPUs Intel Lunar Lake (Core Ultra 200V) se encaixam nesses quesitos. Elas são as apostas mais recentes do Time Azul com o objetivo de entregar eficiência máxima, mantendo um alto nível de desempenho, algo essencial para os notebooks e que já faz parte de Copilot+ PCs por atender às demandas da Microsoft. Para isso, a Intel trouxe uma mudança sensível e significativa a nível de arquitetura, introduzindo os núcleos supereficientes Advanced Low Power Island (ALPI) para que esse alto nível de eficiência seja possível. O Canaltech conversou com Yuri Daglian, engenheiro de aplicações da Intel, para entender essa mudança. -Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.- O que é o Advanced Low Power Island (ALPI)? A partir da 12ª geração de CPUs, a Intel trouxe uma das maiores mudanças de arquitetura de processadores da sua história. Os Alder Lake chegaram oferecendo arquitetura híbrida, que consiste em núcleos diferentes para tarefas específicas: os núcleos de performance para tarefas pesadas e os eficientes para tarefas menos exigentes. Com a introdução da primeira geração da nova série Core Ultra (Meteor Lake) para notebooks, foi introduzido um novo nível de núcleos eficientes chamados de LPE-Cores. Essa tecnologia está ausente nos Lunar Lake, que agora vêm com uma "ilha de núcleos de eficiência preparada". "Eu consigo ter uma eficiência energética maior por conta disso, porque não preciso sempre ligar os núcleos de performance quando estou utilizando a minha máquina. O processador vai priorizar esses núcleos de eficiência e somente quando for necessário ele vai ligar os núcleos de performance e vai passar as tarefas para ele. Então isso é uma mudança muito importante", destacou o engenheiro da Intel à reportagem. Ele ainda explica que a eficiência de um processador não pode estar atrelada somente a uma tecnologia específica, já que é o conjunto de fatores que o torna assim. Entre eles estão refinamento na litografia usada e a integração da memória RAM dentro da CPU, como acontece nos Core Ultra 200V. Núcleos Low Power Island não são uma evolução dos LPE O engenheiro da Intel reforça que ambas as tecnologias têm usos distintos e pelo fato de uma ter se ausentado, dando espaço para outra, não significa que houve uma evolução em relação a isso. "Os Lunar Lake e o Core Ultra 200 são processadores únicos, eles têm uma arquitetura distinta e foco de uso bastante específico", explicou o especialista. CPUs Intel Lunar Lake são mais fortes mesmo com menos threads (Imagem: Intel/Divulgação) Segundo Yuri, esses processadores têm foco em notebooks premium light, aqueles ultraleves e finos, mas que ainda entregam bom desempenho mesmo com as limitações físicas de um modelo desse perfil, além de maior autonomia de bateria em relação aos notebooks mais comuns. "É difícil afirmar se o conceito de LPE vai continuar ou vai mudar daqui para o futuro. O que eu posso afirmar com certeza é que o nosso último lançamento, que foi o Arrow Lake, tem os LPEs e é um processador muito eficiente também", complementa. O que muda com o ALPI na prática para o usuário? A série Lunar Lake é "uma das mais eficientes" da história da Intel. A promessa do Time Azul é entregar cerca de 20 horas de duração de bateria em um uso real, mesmo marketing praticado pela Qualcomm com suas CPUs Snapdragon em Copilot+ PCs. Isso significa que o objetivo com a arquitetura Advanced Low Power Island foi buscar a máxima eficiência possível. O representante da Intel reforça que foi feito um trabalho de aumentar performance e aumentar a eficiência ao mesmo tempo com os Core Ultra 200V. "No caso do Lunar Lake, não tenho dúvidas, o foco era muito em eficiência energética no sentido de duração de bateria. Hoje em dia, isso é cada vez mais importante", comenta. "Quando unimos todos esses conceitos, temos o processador x86 mais eficiente da história. E ele quebra alguns mitos de que algumas arquiteturas concorrentes, só elas poderiam ser eficientes. Não é verdade, como foi provado aqui com Lunar Lake". Os Intel Core Ultra 200v são equipados com 4 núcleos de performance e 4 núcleos eficientes, totalizando 8 núcleos sem hyperthreading. Mesmo assim, eles oferecem mais performance e ainda são mais eficiente que as gerações passadas com mais threads, afirma Yuri. Intel promete maior duração de bateria com os Core Ultra 200V (Imagem: Intel/Divulgação) "Então, o ponto do Lunar Lake é ter uma grande eficiênci

A indústria de hardware de PC tem focado cada vez mais em entregar componentes eficientes, principalmente para o segmento mobile. Com o advento do Copilot+ PCs impulsionado pela Microsoft, isso ficou ainda mais forte e iniciou uma corrida para ver quem entrega mais desempenho ao mesmo tempo que mantém uma alta duração de bateria.
- Dicas para melhorar o desempenho de CPUs Intel
- Características mais importantes nos processadores Intel
As CPUs Intel Lunar Lake (Core Ultra 200V) se encaixam nesses quesitos. Elas são as apostas mais recentes do Time Azul com o objetivo de entregar eficiência máxima, mantendo um alto nível de desempenho, algo essencial para os notebooks e que já faz parte de Copilot+ PCs por atender às demandas da Microsoft.
Para isso, a Intel trouxe uma mudança sensível e significativa a nível de arquitetura, introduzindo os núcleos supereficientes Advanced Low Power Island (ALPI) para que esse alto nível de eficiência seja possível. O Canaltech conversou com Yuri Daglian, engenheiro de aplicações da Intel, para entender essa mudança.
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O que é o Advanced Low Power Island (ALPI)?
A partir da 12ª geração de CPUs, a Intel trouxe uma das maiores mudanças de arquitetura de processadores da sua história. Os Alder Lake chegaram oferecendo arquitetura híbrida, que consiste em núcleos diferentes para tarefas específicas: os núcleos de performance para tarefas pesadas e os eficientes para tarefas menos exigentes.
Com a introdução da primeira geração da nova série Core Ultra (Meteor Lake) para notebooks, foi introduzido um novo nível de núcleos eficientes chamados de LPE-Cores. Essa tecnologia está ausente nos Lunar Lake, que agora vêm com uma "ilha de núcleos de eficiência preparada".
"Eu consigo ter uma eficiência energética maior por conta disso, porque não preciso sempre ligar os núcleos de performance quando estou utilizando a minha máquina. O processador vai priorizar esses núcleos de eficiência e somente quando for necessário ele vai ligar os núcleos de performance e vai passar as tarefas para ele. Então isso é uma mudança muito importante", destacou o engenheiro da Intel à reportagem.
Ele ainda explica que a eficiência de um processador não pode estar atrelada somente a uma tecnologia específica, já que é o conjunto de fatores que o torna assim. Entre eles estão refinamento na litografia usada e a integração da memória RAM dentro da CPU, como acontece nos Core Ultra 200V.
Núcleos Low Power Island não são uma evolução dos LPE
O engenheiro da Intel reforça que ambas as tecnologias têm usos distintos e pelo fato de uma ter se ausentado, dando espaço para outra, não significa que houve uma evolução em relação a isso. "Os Lunar Lake e o Core Ultra 200 são processadores únicos, eles têm uma arquitetura distinta e foco de uso bastante específico", explicou o especialista.
Segundo Yuri, esses processadores têm foco em notebooks premium light, aqueles ultraleves e finos, mas que ainda entregam bom desempenho mesmo com as limitações físicas de um modelo desse perfil, além de maior autonomia de bateria em relação aos notebooks mais comuns.
"É difícil afirmar se o conceito de LPE vai continuar ou vai mudar daqui para o futuro. O que eu posso afirmar com certeza é que o nosso último lançamento, que foi o Arrow Lake, tem os LPEs e é um processador muito eficiente também", complementa.
O que muda com o ALPI na prática para o usuário?
A série Lunar Lake é "uma das mais eficientes" da história da Intel. A promessa do Time Azul é entregar cerca de 20 horas de duração de bateria em um uso real, mesmo marketing praticado pela Qualcomm com suas CPUs Snapdragon em Copilot+ PCs. Isso significa que o objetivo com a arquitetura Advanced Low Power Island foi buscar a máxima eficiência possível.
O representante da Intel reforça que foi feito um trabalho de aumentar performance e aumentar a eficiência ao mesmo tempo com os Core Ultra 200V. "No caso do Lunar Lake, não tenho dúvidas, o foco era muito em eficiência energética no sentido de duração de bateria. Hoje em dia, isso é cada vez mais importante", comenta.
"Quando unimos todos esses conceitos, temos o processador x86 mais eficiente da história. E ele quebra alguns mitos de que algumas arquiteturas concorrentes, só elas poderiam ser eficientes. Não é verdade, como foi provado aqui com Lunar Lake".
Os Intel Core Ultra 200v são equipados com 4 núcleos de performance e 4 núcleos eficientes, totalizando 8 núcleos sem hyperthreading. Mesmo assim, eles oferecem mais performance e ainda são mais eficiente que as gerações passadas com mais threads, afirma Yuri.
"Então, o ponto do Lunar Lake é ter uma grande eficiência energética, que foi, sem dúvidas, um sucesso. Se observarmos a duração de bateria dos notebooks, um ganho importante de duração, e a performance, dado os 8 núcleos que temos, o desempenho é muito grande. Então, a Intel conseguiu atingir o equilíbrio de performance com a duração de bateria", explica.
Como funciona o Advanced Low Power Island na prática?
Em resumo, toda tarefa que exige baixíssima performance, a "ilha eficiente" entra em ação. Mas, tecnicamente falando, os processos são bem mais complexos. Yuri explica que através do Intel Thread Director, as tarefas são alocadas para os núcleos adequados de acordo com a necessidade.
Ele exemplifica com um jogo, que pode usar 4, 6 ou 8 núcleos de performance, caso o processador disponha dessas quantidades. Com todos esses núcleos mais fortes ocupados, o Thread Director começa a priorizar os núcleos eficientes para outras tarefas.
"E, periodicamente, ele vai verificar se os núcleos de performance deixaram de ser utilizados. Por exemplo, se uma tarefa pesada foi fechada, uma tarefa que foi aberta antes foi fechada, agora eu tenho novamente a oportunidade de jogar essas tarefas que estavam em núcleos de eficiência de volta para os núcleos de performance", explica.
A lógica é inversa dos processadores de desktop, como os Arrow Lake, que priorizam o alto desempenho. "Em notebooks, em primeiro lugar, eu quero eficiência energética, porque são máquinas portáteis, eu preciso ter duração de bateria sempre, aqui eu vou ter o menor consumo de energia possível", adiciona.
O que muda com o ALPI na prática para o usuário?
O Low Power Island, na prática, atua na hora que o usuário não tem aplicações exigentes abertas. Ou seja, para e-mails e navegação, ou mesmo quando o PC está ocioso (quando não está em uso), a ilha eficiente é ativada para que a máquina continue operando, mas de forma bastante eficiente, resultando em economia de bateria.
Essa é a maior diferença para outras arquiteturas e a carta na manga da Intel para que a mágica da eficiência energética aconteça nos notebooks. Isso, inclusive, é o maior marketing da Qualcomm com seus processadores Snapdragon que são ARM, oferecendo alta eficiência também, sem perder desempenho.
Essa briga é sempre boa para o consumidor, que passa a ter escolhas muito interessantes em notebooks, principalmente modelos voltados para grande autonomia de bateria, com tamanhos compactos, leves, bastante silenciosos, ou até mesmo extremamente silenciosos por não terem fans com SKUs consumindo 8 W, mas sem perder desempenho, um ponto muito importante.
Conclusão
A arquitetura híbrida da Intel, introduzida na 12ª geração de processadores, marcou uma nova era para o Time Azul. Impulsionada também pela disputa com a rival AMD, que vem crescendo a cada ano com seus processadores Ryzen, essa mudança teve como objetivo também trazer mais eficiência.
Não resta dúvida de que o maior foco está nos notebooks, embora a série Arrow Lake (Core Ultra 200 para desktop) também seja mais eficiente do que a 14ª geração, mesmo sendo menos potentes, algo que não chega a ser uma vantagem em processadores para PCs de mesa necessariamente.
A chegada dos Advanced Low Power Island torna a busca pela eficiência energética prioridade máxima no segmento mobile. Por isso temos visto notebooks com baterias que passam de 20 horas de duração, algo impensável há poucos anos, além de alto desempenho, principalmente em IA por conta das NPUs dedicadas.
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