Um terço dos portugueses guarda equipamentos eletrónicos antigos. Sabe onde os descartar?
A maioria dos portugueses considera-se bem informada sobre o destino adequado para resíduos elétricos e eletrónicos, mas quando chega a hora de os descartar, persistem dúvidas.


A maioria dos portugueses considera-se bem informada sobre o destino adequado para resíduos elétricos e eletrónicos, mas quando chega a hora de os descartar, persistem dúvidas. A conclusão é de um inquérito realizado pela DECO Proteste, em parceria com a ERP Portugal, que revela lacunas entre o conhecimento declarado e o comportamento prático dos consumidores.
Segundo os dados, 65% dos inquiridos afirmam saber como descartar corretamente os resíduos de pequenos equipamentos eletrónicos, e 68% reconhecem os benefícios da sua reciclagem. Esta perceção é mais acentuada entre os consumidores com menos de 40 anos.
Contudo, apesar de mais de 90% saberem que estes resíduos não devem ser colocados no lixo comum, muitos desconhecem os pontos de recolha apropriados. Apenas 21% entregaram os equipamentos eletrónicos fora de uso em contentores próprios e 15% recorreram a centros de recolha municipais. Quase 10% ainda optam pelo lixo indiferenciado ou ecopontos, opções inapropriadas para este tipo de resíduo.
A falta de informação é mais acentuada entre os inquiridos com situação económica difícil: apenas 51% se dizem informados, face a 78% entre os que têm maior escolaridade e estabilidade financeira.
Quanto ao destino dado aos aparelhos que deixaram de utilizar, 21% colocou os pequenos equipamentos num recipiente específico para lixo eletrónico, outros 21% entregara-nos num ponto de recolha de uma loja de eletrodomésticos, e 15% num centro de recolha municipal.
Já os pequenos equipamentos hi-tech foram guardados em casa por 37% dos inquiridos, mesmo que não tivessem qualquer utilidade. Só 11% os colocaram num recipiente específico para lixo eletrónico; 13% entregaram-nos numa loja da especialidade; e 10% no centro de recolha municipal.
Quanto a acessórios e componentes eletrónicos, 26% mantiveram o equipamento em casa, já as pilhas e baterias tiveram um destino mais feliz: 53% dos inquiridos colocaram-nas num recipiente específico e apropriado, e 10% num recipiente específico para lixo eletrónico.
As dúvidas também se estendem ao papel do retalho. Quase metade dos inquiridos desconhece que as grandes lojas de eletrodomésticos são legalmente obrigadas a aceitar os equipamentos antigos para reciclagem, mesmo que não tenham sido adquiridos no local. E só 49% sabem que os custos da gestão de resíduos já estão incluídos no preço dos equipamentos.
O estudo revela ainda que a maioria dos portugueses demonstra preocupação com a durabilidade e o destino dos seus dispositivos. Nos últimos quatro anos, 81% substituíram pequenos eletrodomésticos, 77% trocaram equipamentos hi-tech como smartphones, e 93% adquiriram novas pilhas e baterias.
Apesar da elevada rotatividade, muitos equipamentos acabam por permanecer em casa mesmo quando já não funcionam — um sinal de que a consciência ambiental nem sempre se traduz em ação.
Na dúvida, pode recorrer à ERP Portugal que disponibiliza a plataforma Eu Reciclo. Esta plataforma permite localizar pontos de recolha de REEE (Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos), pilhas e baterias em todo o país, de forma a poder descartar os seus equipamentos no sítio certo sem perder muito tempo.