‘Tem Abelha no Meu Jardim’ sensibiliza população sobre importância de espécies nativas

Todo primeiro domingo do mês, os cultivadores de abelhas Natale Nicoló, José Neto Soares e Eduardo Martins recebem os visitantes do Parque dos Jesuítas, na região central de Diadema (SP), com caixas de abelhas mandaçaia, uruçu amarela, iraí, manduri, boca de sapo, mandaguari preta, tubuna, entre outras. Essas espécies nativas são todas sem ferrão e ficam expostas […]

Mar 22, 2025 - 00:24
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‘Tem Abelha no Meu Jardim’ sensibiliza população sobre importância de espécies nativas

As espécies nativas ficam expostas nos encontros gratuitos realizados pelo projeto

Todo primeiro domingo do mês, os cultivadores de abelhas Natale Nicoló, José Neto Soares e Eduardo Martins recebem os visitantes do Parque dos Jesuítas, na região central de Diadema (SP), com caixas de abelhas mandaçaia, uruçu amarela, iraí, manduri, boca de sapo, mandaguari preta, tubuna, entre outras. Essas espécies nativas são todas sem ferrão e ficam expostas nos encontros gratuitos realizados pelo projeto ‘Tem abelha no meu jardim’, despertando a curiosidade da população.

“Em todo o mundo, há 20 mil espécies de abelhas. Dessas, apenas 400 são consideradas sociais, formadas por abelhas que vivem em colônia, com hierarquia de rainha, operária e zangão. O Brasil concentra 300 delas, as chamadas abelhas nativas sem ferrão. Mas hoje, quando se fala em abelha no país, a maioria da população associa com a abelha com o ferrão, considerada uma espécie invasora”, explica Natale Nicoló.

O projeto ‘Tem abelha no meu jardim’ estimula a criação de abelhas de forma coletiva, em hortas urbanas, condomínios e escolas. Vale destacar que a criação de abelhas, tanto exóticas, quanto nativas, estão amparadas por uma legislação específica e que o resgate de ninhos deve ser feito mediante uma autorização, a qual o projeto tem acesso. Em São Paulo, é preciso fazer o cadastro na Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística.  

Natale alerta que o grande desafio para a criação de abelhas em áreas urbanas, assim como na área rural, é o veneno que circula nesses ambientes. “Na área urbana, temos um vilão que ninguém fala, que é o fumacê. O uso desse veneno dá impressão que ficaremos seguros contra a dengue e outras doenças, mas o fumacê não consegue evitar a reprodução das larvas e acaba matando todos os outros insetos, como abelhas e até pequenos beija-flores. O veneno é forte…”

O ativista, portanto, aposta na informação para alertar a população sobre a causa. “Sem abelhas, não há polinização e sem polinização, a reprodução da vida fica comprometida”, defende Natale.