TDAH: entenda os riscos de se autodiagnosticar pelas redes sociais e saiba como buscar ajuda adequada

Especialistas detalham que diagnóstico do TDAH deve ser feito por profissional capacidade e inclui série de testes criteriosos. Autodiagnostico pode esconder outros problemas de saúde mental. Campinas registra aumento de 34,5% nos atendimentos a pessoas com TDAH O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) ganhou visibilidade nos últimos anos. Hoje, quem tem a condição – caracterizada pela desatenção e atrasos no desenvolvimento acadêmico – pode ir às redes sociais compartilhar suas limitações e até orientar a sociedade sobre como lidar com elas. No entanto, esse recurso também tem preocupado especialistas: com a evidência na internet, tem mais gente se identificando com os sinais do TDAH e se autodiagnosticando só de ler relatos, as vezes, sem buscar ajuda médica. De acordo com especialistas ouvidos pela EPTV, afiliada da TV Globo, o autodiagnostico oferece riscos porque: pode estar errado, escondendo o diagnóstico certo e impedindo que a pessoa receba o tratamento adequado; pode levar a uma automedicação inadequada, o que acarreta em riscos para o desenvolvimento e a saúde do paciente. O diagnóstico do TDAH só pode ser feito por profissionais habilitados, como neuropsicólogos, psiquiatras e neurologistas, capazes de aplicar testes e avaliar o comportamento do paciente como um todo. Nesta reportagem, entenda como é esse processo, quais os riscos de se autodiagnosticar e porque a automedicação é perigosa nesses casos. Como é o diagnóstico de TDAH? O TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento (saiba mais sobre a condição clicando AQUI). Pessoas com a condição podem ter baixa tolerância à frustração, comprometimento do desempenho acadêmico, comportamento desatento, entre outras características que precisam ser analisadas por um profissional habilitado. Dados enviados pela Secretaria de Estado da Saúde mostram que os atendimentos ambulatoriais por TDAH cresceram entre 2023 e 2024. Na região de Campinas (SP), o índice passou de 4.390 para 5.907 – aumento de 34,5%. Considerando todo o estado de São Paulo, o total foi de 78.292 para 83.363 no ano passado. LEIA TAMBÉM: Oito razões pelas quais os diagnósticos de TDAH estão aumentando TDAH pode ter sido uma vantagem evolutiva, indica estudo A busca por atendimento médico fez com que Angele Berdat, que hoje atua como criadora de conteúdo, recebesse a confirmação do TDAH ainda na infância. “Eu era inquieta dentro da sala de aula. Eu prestava atenção na sala, na professora, mas não demonstrava para ela que eu estava prestando atenção”. “Eu desenhava, andava, pegava papel e rasgava. É uma coisa muito angustiante viver com TDAH, porque você se distrai. Se eu sentar e pegar o celular, me distraio 24 horas com qualquer outra coisa. Tem que levar roupa para lavar? Coloco dentro da máquina e esqueço de apertar o botão e vou para outro lugar [...] a gente não consegue se desligar ”. Foram meses se consultando com psicólogos, realizando testes, exames e passando por uma série de avaliações comportamentais para, só então, chegar ao diagnóstico. Um processo longo e bastante criterioso. “Demora, pelo menos, um, dois anos, porque leva vários testes. Não é só o teste escrito, não é somente por perguntas. É por comportamento”.

Abr 4, 2025 - 17:40
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TDAH: entenda os riscos de se autodiagnosticar pelas redes sociais e saiba como buscar ajuda adequada

Especialistas detalham que diagnóstico do TDAH deve ser feito por profissional capacidade e inclui série de testes criteriosos. Autodiagnostico pode esconder outros problemas de saúde mental. Campinas registra aumento de 34,5% nos atendimentos a pessoas com TDAH O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) ganhou visibilidade nos últimos anos. Hoje, quem tem a condição – caracterizada pela desatenção e atrasos no desenvolvimento acadêmico – pode ir às redes sociais compartilhar suas limitações e até orientar a sociedade sobre como lidar com elas. No entanto, esse recurso também tem preocupado especialistas: com a evidência na internet, tem mais gente se identificando com os sinais do TDAH e se autodiagnosticando só de ler relatos, as vezes, sem buscar ajuda médica. De acordo com especialistas ouvidos pela EPTV, afiliada da TV Globo, o autodiagnostico oferece riscos porque: pode estar errado, escondendo o diagnóstico certo e impedindo que a pessoa receba o tratamento adequado; pode levar a uma automedicação inadequada, o que acarreta em riscos para o desenvolvimento e a saúde do paciente. O diagnóstico do TDAH só pode ser feito por profissionais habilitados, como neuropsicólogos, psiquiatras e neurologistas, capazes de aplicar testes e avaliar o comportamento do paciente como um todo. Nesta reportagem, entenda como é esse processo, quais os riscos de se autodiagnosticar e porque a automedicação é perigosa nesses casos. Como é o diagnóstico de TDAH? O TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento (saiba mais sobre a condição clicando AQUI). Pessoas com a condição podem ter baixa tolerância à frustração, comprometimento do desempenho acadêmico, comportamento desatento, entre outras características que precisam ser analisadas por um profissional habilitado. Dados enviados pela Secretaria de Estado da Saúde mostram que os atendimentos ambulatoriais por TDAH cresceram entre 2023 e 2024. Na região de Campinas (SP), o índice passou de 4.390 para 5.907 – aumento de 34,5%. Considerando todo o estado de São Paulo, o total foi de 78.292 para 83.363 no ano passado. LEIA TAMBÉM: Oito razões pelas quais os diagnósticos de TDAH estão aumentando TDAH pode ter sido uma vantagem evolutiva, indica estudo A busca por atendimento médico fez com que Angele Berdat, que hoje atua como criadora de conteúdo, recebesse a confirmação do TDAH ainda na infância. “Eu era inquieta dentro da sala de aula. Eu prestava atenção na sala, na professora, mas não demonstrava para ela que eu estava prestando atenção”. “Eu desenhava, andava, pegava papel e rasgava. É uma coisa muito angustiante viver com TDAH, porque você se distrai. Se eu sentar e pegar o celular, me distraio 24 horas com qualquer outra coisa. Tem que levar roupa para lavar? Coloco dentro da máquina e esqueço de apertar o botão e vou para outro lugar [...] a gente não consegue se desligar ”. Foram meses se consultando com psicólogos, realizando testes, exames e passando por uma série de avaliações comportamentais para, só então, chegar ao diagnóstico. Um processo longo e bastante criterioso. “Demora, pelo menos, um, dois anos, porque leva vários testes. Não é só o teste escrito, não é somente por perguntas. É por comportamento”.