Estudante que só mexe os olhos escreve dissertação de mestrado piscando, letra por letra

Simplesmente extraordinário: o sul-coreano Jang Ik-sun, de 38 anos, ativista das causas das pessoas com deficiência, transformou a experiência pessoal em dissertação acadêmica. O estudante, que só mexe os olhos, escreve a pesquisa científica piscando, letra por letra. A dissertação “Uma autoetnografia de um ativista de deficiência muscular acamado usando um ventilador” levou três anos […]

Abr 7, 2025 - 14:05
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Estudante que só mexe os olhos escreve dissertação de mestrado piscando, letra por letra
O estudante sul-coreano Jang Ik-sun, que só mexe os olhos, escreve a dissertação de mestrado apenas piscando. Um esforço impressionante, que durou três anos, e agora foi aprovado e publicado. Foto: The Korea Herald

Simplesmente extraordinário: o sul-coreano Jang Ik-sun, de 38 anos, ativista das causas das pessoas com deficiência, transformou a experiência pessoal em dissertação acadêmica. O estudante, que só mexe os olhos, escreve a pesquisa científica piscando, letra por letra.

A dissertação “Uma autoetnografia de um ativista de deficiência muscular acamado usando um ventilador” levou três anos para ficar pronta. Ela faz uma análise técnica, científica e sensível sobre a questão. Mostra, por exemplo, que a deficiência – física ou mental – esbarra em barreiras generalizadas.

A conquista do estudante virou assunto na Coreia do Sul e no mundo. Diagnosticado com distrofia muscular progressiva aos 5 anos, ele gradualmente perdeu quase os movimentos físicos e agora depende de um ventilador para respirar, segundo o The Korea Herald.

Como conseguiu

Jang estima que o estudo completo, já pronto para publicação, reuniu 70 mil caracteres escritos em coreano, considerando pontuação, correções e eficiência de texto preditivo, exigiu pelo menos 189 mil piscadas em várias revisões. Ele descartou o rascunho com 35 mil caracteres feito com 63 mil piscadas.

Para produzir a pesquisa, Jang, que fica a maior parte do tempo deitado, pediu a instalação no teto do quarto dele de um monitor com o teclado. Ele digita usando um mouse de rastreamento ocular, selecionando letras com piscadas cuidadosas.

Assim, sempre olhando para o alto, o estudante pisca, o aparelho robótico acoplado ao cérebro recebe os comandos e transforma em toques.

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Volta por cima

Falando em determinação, aqui no Brasil, o Só Notícia Boa mostrou na semana passada a conquista da atleta olímpica Laís Souza, de 36 anos, que ficou tetraplégica depois de um acidente ao esquiar. A jovem testou um exoesqueleto, sistema robótico, que lhe permite ficar de pé e movimentar – tanto pés, pernas, braços e mãos.

A alegria e a determinação da ginasta conquistaram as redes, uma vez que Laís foi categórica: “essa é minha luta, vou voltar a andar”.

Jang pensa da mesma forma: nada o impede de seguir adiante na meta de ser um pesquisador. A dissertação reuniu 70 mil caracteres escrita em coreano, considerando pontuação, correções e eficiência de texto preditivo. O que exigiu cerca de 189 mil piscadas em várias revisões. Foto: The Korea Herald A dissertação reuniu 70 mil caracteres, escrita em coreano, considerando pontuação, correções e eficiência de texto preditivo. O que exigiu cerca de 189 mil piscadas em várias revisões. Foto: The Korea Herald Com o sistema robótico acoplado à cabeça e o teclado com o computador dispostos no teto do quarto, Jang escreve a dissertação apenas psicando. Foto: The Korea Herald Com o sistema robótico acoplado à cabeça e o teclado com o computador dispostos no teto do quarto, Jang escreve a dissertação apenas piscando. Foto: The Korea Herald