Tarifaço de Trump pode gerar perdas de até US$ 2 trilhões à economia global em 2025

As medidas tarifárias adotadas pelos Estados Unidos durante o segundo mandato do presidente Donald Trump podem provocar um impacto negativo de até US$ 2 trilhões na economia global apenas no ano de 2025. A projeção foi feita pela professora associada Anastasia Prikladova, do Departamento de Negócios Internacionais da Universidade de Economia Plekhanov, em entrevista à […] O post Tarifaço de Trump pode gerar perdas de até US$ 2 trilhões à economia global em 2025 apareceu primeiro em O Cafezinho.

Abr 11, 2025 - 16:11
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Tarifaço de Trump pode gerar perdas de até US$ 2 trilhões à economia global em 2025

As medidas tarifárias adotadas pelos Estados Unidos durante o segundo mandato do presidente Donald Trump podem provocar um impacto negativo de até US$ 2 trilhões na economia global apenas no ano de 2025. A projeção foi feita pela professora associada Anastasia Prikladova, do Departamento de Negócios Internacionais da Universidade de Economia Plekhanov, em entrevista à agência Sputnik Brasil.

Segundo a especialista, os efeitos da atual política comercial dos Estados Unidos, centrada na elevação de tarifas de importação, já estão sendo sentidos por meio da desaceleração econômica observada em diversos países.

Prikladova avalia que, caso o cenário se restrinja a um período inferior a um ano, os danos poderão ser contidos. “Se esse confronto chegar ao fim em um ano, talvez não haja nenhum declínio sério na economia global. Porque essa terapia de choque não pode durar muito tempo”, afirmou.

A professora alertou que a manutenção das tarifas além de 2025 poderá agravar significativamente o cenário econômico internacional.

“Se as tarifas durarem mais de um ano, seu impacto sobre a economia mundial já será mais grave”, disse. De acordo com suas estimativas, as perdas anuais poderão variar entre dois e três trilhões de dólares, afetando principalmente os países com maior integração nas cadeias globais de produção e comércio.

O governo Trump justifica a política tarifária como um instrumento para promover a reindustrialização dos Estados Unidos.

No entanto, análises de economistas indicam que, ao invés de estimular o crescimento, as medidas adotadas podem desencadear uma recessão global.

A crise, neste caso, teria origem nas disputas comerciais entre grandes potências, diferentemente do que ocorreu em 2008, quando o colapso partiu do setor financeiro.

A política de tarifas tem como alvo prioritário a China, maior parceiro comercial dos Estados Unidos. As restrições impostas às importações de produtos chineses afetam também terceiros países, fornecedores de matérias-primas, componentes e serviços inseridos nas cadeias produtivas que abastecem o mercado norte-americano.

Prikladova comparou o atual quadro com o impacto econômico provocado pela pandemia de Covid-19 e destacou a possibilidade de recuperação, desde que as barreiras sejam retiradas em tempo hábil. “Haverá uma recuperação, ou seja, uma dinâmica positiva – como ocorreu, por exemplo, após a Covid-19”, afirmou.

Os efeitos da guerra tarifária sobre o comércio internacional têm sido acompanhados por instituições multilaterais e observadores do mercado financeiro.

Relatórios recentes da Organização Mundial do Comércio (OMC) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) indicam uma desaceleração no volume de trocas globais, influenciada por políticas protecionistas e pela incerteza nas relações entre os principais blocos econômicos.

No setor privado, empresas com atuação transnacional têm enfrentado dificuldades logísticas e operacionais decorrentes da instabilidade nas regras de comércio.

A redefinição de contratos, a adaptação a novas rotas de fornecimento e o aumento dos custos de importação e exportação estão entre os principais reflexos identificados nos últimos meses.

A análise apresentada por Prikladova reforça o debate em curso sobre os impactos da atual estratégia econômica dos Estados Unidos.

O reposicionamento do país frente às normas de livre-comércio adotadas nas últimas décadas tem provocado mudanças nos fluxos comerciais e alterado a dinâmica entre as economias desenvolvidas e emergentes.

Até o momento, a Casa Branca não apresentou sinalizações de flexibilização das medidas tarifárias. A continuidade da política adotada dependerá do ambiente político interno, da evolução das negociações com a China e da resposta das demais economias afetadas.

A avaliação sobre os efeitos da guerra tarifária está diretamente ligada à duração do conflito comercial. A possibilidade de reversão das medidas em 2025 poderia limitar as perdas ao longo do ano e abrir caminho para uma recuperação global em 2026.

No entanto, caso o cenário se estenda, o impacto poderá comprometer o desempenho de diversos países e dificultar a retomada do crescimento econômico mundial.

A posição adotada pelos Estados Unidos nas próximas cúpulas econômicas internacionais, incluindo reuniões do G20 e fóruns da OMC, será observada com atenção por analistas e autoridades. O desfecho das negociações poderá influenciar decisões de investimento, políticas industriais e estratégias de integração comercial em diversas regiões.

A professora Prikladova concluiu que a superação do atual impasse requer articulação entre as grandes potências e disposição para restaurar os canais de diálogo multilateral.

Para ela, o fortalecimento de instituições de governança global será essencial para evitar que disputas comerciais se transformem em crises prolongadas com consequências estruturais.

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