Senadora pressiona Cook a revelar negociações tarifárias com Trump
Como já sabemos, há semanas os Estados Unidos e a China estão em uma “guerra” de tarifas, a…


Como já sabemos, há semanas os Estados Unidos e a China estão em uma “guerra” de tarifas, a qual poderia reduzir drasticamente a margem de lucro da Apple, já que grande parte dos seus dispositivos são fabricados na China. Contudo, poucos dias depois, o governo americano anunciou isenções abrangentes para diversos tipos de eletrônicos, beneficiando a Maçã.
Isso intrigou a senadora americana Elizabeth Warren, que questionou o CEO 1 da Apple, Tim Cook, sobre a sua relação com o governo Trump e a isenção das tarifas sob produtos de tecnologia vindos da China. Segundo ela, em carta enviada hoje ao executivo, sua colaboração com o presidente “cria a aparência de impropriedade”.
As circunstâncias que cercam as isenções da Apple levantam novas preocupações sobre o tráfico de influência por grandes corporações bem relacionadas e sua capacidade de obter favores especiais do presidente Trump.
A senadora, uma democrata progressista que faz críticas ferrenhas a Trump, citou notícias já conhecidas de conversas de Cook nos bastidores para influenciar o governo a reduzir as tarifas. Na carta, divulgada pela Bloomberg, ela cobra mais detalhes sobre essas conversas.
Na melhor das hipóteses, seu trabalho para eliminar as tarifas sobre os produtos da Apple e a subsequente decisão do presidente Trump de isentar certos produtos da Apple criam a aparência de impropriedade. No entanto, reportagens recentes também levantam sérias questões sobre até que ponto é possível que grandes interesses corporativos especiais usem seu dinheiro e influência para garantir isenções tarifárias que não estão disponíveis para pequenas empresas comuns.
Warren questiona Cook qual foi a natureza das suas discussões com autoridades do governo Trump em relação às tarifas, quando as discussões ocorreram e quando a Apple descobriu as isenções tarifárias anunciadas em 12 de abril. Além disso, ela solicita informações sobre quaisquer reuniões ou conversas (pessoalmente, por telefone ou email) nas quais a Apple esteve com autoridades do governo para discutir as tarifas antes do anúncio das isenções. Por fim, pergunta o valor dos lucros adicionais que a Apple obterá com a isenção tarifária e o cálculo feito para determinar tal estimativa.
Ela também menciona a presença de Cook na posse de Trump em janeiro desse ano, e sua doação de US$1 milhão ao comitê inaugural da posse, ao lado de outros CEOs de Big Techs. Além disso, a senadora destaca que o tratamento repetiu um padrão estabelecido nas campanhas tarifárias do primeiro mandato do presidente, com exclusões tarifárias anteriores para componentes de iPhone, Apple Watch e Mac.
Durante seu primeiro mandato, a política tarifária de Donald Trump tornou-se um frenesi para grandes corporações garantirem isenções lucrativas e tratamento especial.
A Apple ainda não respondeu a senadora ou as questões da carta. Embora não precise mais se preocupar com as tarifas de 145%, é provável que o governo de Trump anuncie em breve novos planos de tarifas sobre eletrônicos, que poderão afetar a Maçã.