Ronaldo desiste de sua candidatura à presidência da CBF

Nesta quarta-feira (12), Ronaldo anunciou que não irá mais concorrer à presidência da CBF. O ex-jogador divulgou em suas redes sociais que tentou dialogar com as 27 federações estaduais, mas 23 delas optaram por não conversar com ele.

“As federações se recusaram a me receber em suas casas, sob o argumento de satisfação com a atual gestão e apoio à reeleição (do atual presidente Ednaldo Rodrigues). Não pude apresentar meu projeto, levar minhas ideias e ouvi-las como gostaria. Não houve qualquer abertura para o diálogo. O estatuto concede às federações o voto de maior peso e, portanto, fica claro que não há como concorrer”, escreveu o Fenômeno.

No fim de fevereiro, o ex-jogador da Seleção enviou uma carta à Confederação Brasileira de Futebol, Fifa, Conmebol e aos clubes das Séries A e B do Brasileirão, sugerindo alterações no modelo eleitoral da entidade. Entre as propostas, estavam a definição da data da eleição com pelo menos um mês de antecedência e a participação de Fifa e Conmebol no monitoramento do processo. A CBF respondeu que as eleições são organizadas por uma Comissão Eleitoral independente, garantindo que seguem padrões democráticos e transparentes.

Recentemente, o Supremo Tribunal Federal homologou um acordo que manteve a validade da eleição de Ednaldo Rodrigues, realizada em 2022, garantindo seu mandato na CBF até março de 2026. Ao justificar sua decisão, Ronaldo reforçou as dificuldades impostas pelo atual sistema eleitoral da entidade.

“A maior parte das lideranças estaduais apoia o presidente em exercício, é direito deles e eu respeito, independentemente das minhas convicções”, declarou.

A CBF respondeu Ronaldo Nazário e defendeu transparência no processo eleitoral. A Confederação destacou que os candidatos podem recorrer à Comissão Eleitoral para discutir qualquer questão relacionada ao pleito e que seu estatuto foi revisado e aprovado em assembleia com a participação das federações estaduais.

O post de Ronaldo na íntegra:

“Depois de declarar publicamente o meu desejo de me candidatar à presidência da CBF no próximo pleito, retiro aqui, oficialmente, a minha intenção. Se a maioria com o poder de decisão entende que o futebol brasileiro está em boas mãos, pouco importa a minha opinião.

Conforme já havia dito, os meus primeiros passos seriam na direção de dar voz e espaço aos clubes, bem como escutar as federações em prol de melhorias nas competições e desenvolvimento do esporte em seus estados. A mudança necessária viria desse alinhamento estratégico, com a força da visão compartilhada.

No entanto, no meu primeiro contato com as 27 filiadas, encontrei 23 portas fechadas. As federações se recusaram a me receber em suas casas, sob o argumento de satisfação com a atual gestão e apoio à reeleição. Não pude apresentar meu projeto, levar minhas ideias e ouvi-las como gostaria. Não houve qualquer abertura para o diálogo.

O estatuto concede às federações o voto de maior peso e, portanto, fica claro que não há como concorrer. A maior parte das lideranças estaduais apoia o presidente em exercício, é direito deles e eu respeito, independentemente das minhas convicções.

Agradeço a todos que demonstraram interesse na minha iniciativa e sigo acreditando que o caminho para a evolução do futebol brasileiro é, antes de mais nada, o diálogo, a transparência e a união”.

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