Robert Benton, diretor de “Kramer vs. Kramer”, morre aos 92 anos

Cineasta vencedor de três Oscars morreu no domingo em Nova York

Mai 14, 2025 - 18:54
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Robert Benton, diretor de “Kramer vs. Kramer”, morre aos 92 anos

O diretor Robert Benton, vencedor de três Oscars e responsável por obras premiadas como “Kramer vs. Kramer” e “Um Lugar no Coração”, morreu no domingo (11/5) em Manhattan, aos 92 anos. A informação foi confirmada ao New York Times por sua assistente e empresária, Marisa Forzano.

Benton se destacou em Hollywood por sua habilidade em criar personagens complexos e histórias sensíveis, que renderam reconhecimento da crítica e do público. Ao longo de mais de cinco décadas, ele trabalhou com alguns dos maiores nomes da indústria cinematográfica. De “Bonnie e Clyde” a “Kramer vs. Kramer”, seu trabalho ajudou a redefinir o cinema americano, combinando sucesso de crítica e público com histórias que exploraram a complexidade das relações humanas.

O começo como roteirista

Nascido em Waxahachie, no Texas, Benton iniciou sua carreira como diretor de arte da revista Esquire. Lá, conheceu o roteirista David Newman, com quem formou uma das parcerias mais marcantes do cinema dos anos 1960.

Juntos, escreveram o roteiro de “Bonnie e Clyde – Uma Rajada de Balas” (1967), dirigido por Arthur Penn e estrelado por Warren Beatty e Faye Dunaway. O filme revolucionou o cinema americano ao retratar violência e marginalidade com uma abordagem até então inédita em Hollywood, garantindo à dupla uma indicação ao Oscar de Melhor Roteiro Original.

A parceria continuou em produções como “Ninho de Cobras” (1970), de Joseph L. Mankiewicz, “Essa Pequena é uma Parada” (1972), de Peter Bogdanovich, e até no blockbuster “Superman – O Filme” (1978).

A consagração como diretor

Benton estreou na direção em 1972 com “Má Companhia”, estrelado por Jeff Bridges. Embora tenha sido bem recebido pela crítica, o filme fracassou nas bilheterias e adiou sua consolidação como diretor.

O reconhecimento definitivo só veio em 1979 com “Kramer vs. Kramer”, estrelado por Dustin Hoffman e Meryl Streep. O drama de divórcio venceu cinco Oscars, incluindo Melhor Filme e prêmios para as atuações de Hoffman e Streep, além das estatuetas de Melhor Direção e Roteiro Adaptado para Benton.

Mais um Oscar e parcerias com grandes nomes

Nos anos seguintes, Benton continuou a explorar dramas humanos. “Um Lugar no Coração” (1984), ambientado em sua cidade natal no Texas, rendeu a Sally Field o Oscar de Melhor Atriz e garantiu a Benton seu terceiro Oscar, por Melhor Roteiro Original.

Depois de trabalhos menos bem-sucedidos como “Nadine” (1987) e “Billy Bathgate” (1991), Benton voltou a ser indicado ao Oscar com “O Indomável: Assim é Minha Vida” (1994), estrelado por Paul Newman. O diretor voltou a trabalhar com Newman em “Fugindo do Passado” (1998), que também trouxe Gene Hackman e Susan Sarandon no elenco.

Últimos filmes

Seus trabalhos seguintes, a direção de “Revelações” (2003), com Anthony Hopkins e Nicole Kidman, e o roteiro de “A Sangue Frio” (2005), dirigido por Harold Ramis, não tiveram a mesma repercussão e ele se aposentou após assinar o romance “Banquete do Amor” (2007), com Morgan Freeman, Radha Mitchell e Greg Kinnear.

No mesmo ano, o cineasta recebeu o Laurel Award do WGA, o Sindicato dos Roteiristas dos Estados Unidos, em reconhecimento à sua contribuição para o cinema.