Real registra maior valorização trimestral frente ao Dólar desde 2022
A moeda brasileira encerrou o primeiro trimestre de 2025 com valorização de 7,27% em relação ao dólar, de acordo com dados da consultoria Elos Ayta. A taxa de câmbio Ptax para venda, calculada pelo Banco Central, recuou de R$ 6,192 no final de dezembro de 2024 para R$ 5,742 em 31 de março de 2025. […] O post Real registra maior valorização trimestral frente ao Dólar desde 2022 apareceu primeiro em O Cafezinho.

A moeda brasileira encerrou o primeiro trimestre de 2025 com valorização de 7,27% em relação ao dólar, de acordo com dados da consultoria Elos Ayta.
A taxa de câmbio Ptax para venda, calculada pelo Banco Central, recuou de R$ 6,192 no final de dezembro de 2024 para R$ 5,742 em 31 de março de 2025. O desempenho representa o melhor resultado trimestral do real frente ao dólar desde o início de 2022.
A análise, divulgada pelo portal Metrópoles, indica que este foi o quarto maior recuo trimestral do dólar frente ao real desde o início da série histórica em 2020. A queda mais expressiva no período foi registrada no primeiro trimestre de 2022, com retração de 15,1%.
A valorização recente do real é atribuída a fatores internos e externos. Entre eles estão mudanças na política monetária de economias desenvolvidas e uma reavaliação dos riscos associados ao cenário econômico brasileiro. A consultoria aponta que esse movimento reflete a dinâmica entre os fundamentos econômicos domésticos e o ambiente internacional.
Desde o início da pandemia de Covid-19, em 2020, a taxa Ptax para venda tem oscilado de forma significativa. A análise da Elos Ayta abrange 21 trimestres, dos quais em nove o dólar apresentou queda frente ao real.
Entre os momentos de maior valorização da moeda americana estão o primeiro trimestre de 2020, quando o dólar subiu 28,98% em meio à incerteza sanitária global, e o quarto trimestre de 2024, com alta de 13,66%, impulsionada por tensões econômicas e instabilidade política.
O movimento recente inverte a tendência observada no final de 2024, quando o dólar havia se fortalecido de forma expressiva frente ao real. A queda registrada nos primeiros três meses de 2025 reconfigura o cenário cambial e gera impactos distintos sobre setores econômicos e agentes de mercado.
De acordo com a consultoria Rivero, os efeitos da valorização do real variam entre os segmentos.
“Empresas exportadoras tendem a ser impactadas negativamente, já que receitas em moeda estrangeira se traduzem em valores menores em reais”, afirmou a empresa. A mudança na cotação pode reduzir a competitividade internacional de empresas voltadas à exportação, especialmente as que não operam com mecanismos de hedge cambial.
Por outro lado, companhias que dependem da importação de insumos podem ser beneficiadas. A redução dos custos com compras no exterior tende a melhorar margens operacionais e reduzir pressões sobre os preços finais ao consumidor. O efeito é relevante para setores que importam componentes industriais, tecnologia e produtos farmacêuticos.
No mercado financeiro, a queda do dólar é observada como um possível sinal de estabilidade. O movimento cambial pode influenciar a percepção de risco país e a atratividade do Brasil para investidores estrangeiros. A valorização do real pode impactar, ainda, as expectativas sobre a política monetária nacional, especialmente em relação à trajetória da taxa básica de juros (Selic).
A política monetária do Banco Central dos Estados Unidos (Federal Reserve) e de outros países desenvolvidos também desempenha papel relevante na dinâmica cambial brasileira. Alterações nas taxas de juros internacionais influenciam os fluxos de capital para mercados emergentes, como o Brasil, e afetam a cotação do dólar em relação às moedas locais.
A valorização da moeda brasileira neste início de ano também ocorre em um contexto de maior previsibilidade sobre a condução da política fiscal e monetária no país. Sinais de compromisso com metas fiscais e controle da inflação têm sido monitorados por agentes econômicos, que consideram esses fatores ao definir estratégias de investimento.
Embora a oscilação cambial seja acompanhada com atenção por diferentes setores da economia, os efeitos da valorização do real não são uniformes. As consequências variam de acordo com o perfil das empresas, sua exposição ao mercado externo, estrutura de custos e capacidade de adaptação ao novo cenário.
O desempenho do real nos próximos meses dependerá de fatores diversos, incluindo as decisões de política monetária no Brasil e no exterior, a evolução do cenário político-econômico doméstico e o comportamento dos mercados globais diante de possíveis choques externos.
A trajetória da taxa Ptax seguirá sendo observada como indicador relevante da política cambial e do posicionamento de investidores em relação ao país.
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