Neuroarquitetura: saiba como deixar sua casa mais acolhedora para crianças com TEA
A arquiteta Rose Chaves explica como um ambiente planejado pode acalmar, estimular e até promover a inclusão.

Que a casa deve ser um espaço aconchegante e acolhedor não é novidade. Mas, neste Mês Mundial da Conscientização do Autismo, queremos destacar como os ambientes podem se tornar aliados da saúde mental e do desenvolvimento neurológico — especialmente para crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Você sabia que a forma como um espaço é planejado pode acalmar, estimular e até ajudar na inclusão?

É aí que entra a neuroarquitetura, uma poderosa ferramenta de transformação. A premissa é simples, mas profunda: o espaço em que uma criança vive, brinca ou estuda pode interferir diretamente em seu bem-estar emocional, comportamento e capacidade de aprendizagem. E, quando se trata de pessoas com autismo, cujas necessidades sensoriais são intensificadas, projetar com consciência faz toda a diferença.
“Cada estímulo conta. Um ambiente com excesso de ruídos visuais, luz forte ou circulação confusa pode ser um gatilho de desconforto. Já um espaço planejado com intenção pode acalmar, estimular e acolher ao mesmo tempo”, explica a arquiteta Rose Chaves, especialista em design de interiores e na aplicação da neuroarquitetura em espaços terapêuticos.

A metodologia une conhecimentos da neurociência, psicologia e arquitetura para criar ambientes que favoreçam o equilíbrio neurológico. Cores suaves, iluminação difusa, texturas agradáveis ao toque e organização funcional dos móveis são alguns dos pilares. Mas a mágica está na combinação precisa desses elementos, sempre adaptada à realidade e às sensibilidades de cada indivíduo.
Além do conforto sensorial, Rose destaca que o ambiente também pode promover autonomia e socialização, pontos-chave para o desenvolvimento dentro do espectro.
“Áreas lúdicas, caminhos intuitivos e móveis acessíveis ajudam a criança a se sentir segura para explorar, tomar decisões e se expressar. É mais do que estética: é uma ferramenta de inclusão”, finaliza.