“Promissor”: Exportações de calçado aumentam 5,4% para 453 milhões até março
Para Portugal, o mercado norte-americano é o sexto destino das exportações de calçado, que, na última década, duplicaram para aproximadamente 100 milhões de euros no ano passado.


As exportações portuguesas de calçado aumentaram 5,4% em valor e 4,9% em volume no primeiro trimestre, em termos homólogos, com 20 milhões de pares vendidos por 453 milhões de euros, divulgou hoje a associação setorial APICCAPS.
Citado num comunicado, o presidente da Associação Portuguesa dos Industriais do Calçado, Componentes, Artigos de Pele e Seus Sucedâneos (APICCAPS) considera tratar-se de “um início do ano muito promissor, num contexto internacional particularmente difícil”, assumindo “maior preocupação” com a situação nos EUA, para as onde as vendas recuaram 12,7%.
“Ainda que já exportemos mais de 90% da produção para 170 países, consideramos o mercado norte-americano estratégico e a grande aposta da indústria portuguesa de calçado para a próxima década”, afirma Luís Onofre.
Salientando o “momento de grande indefinição” atualmente vivido na sequência das novas taxas alfandegárias anunciadas pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o dirigente associativo considera que “o momento atual é preocupante”, mas reitera que o setor “não vai abandonar o mercado”.
A APICCAPS destaca que os Estados Unidos “são o maior mercado mundial de calçado”, importando anualmente quase 2.000 milhões de pares num valor próximo dos 26.000 milhões de dólares (24.900 milhões de euros).
Para Portugal, o mercado norte-americano é o sexto destino das exportações de calçado, que, na última década, duplicaram para aproximadamente 100 milhões de euros no ano passado.
De janeiro a março, a Europa voltou a ser o mercado de referência para o calçado português, absorvendo um total de 18 milhões de pares (crescimento de 6,6%) no valor de 382 milhões de euros (mais 8,3%).
A APICCAPS destaca o “bom desempenho” registado na Alemanha (mais 18,8% para 114 milhões de euros), França (mais 1,3% para 96 milhões de euros) e Espanha (mais 31% para 46 milhões de euros).
Em contrapartida, assume “preocupação” com o recuo nos Países Baixos, para onde as vendas caíram 5,6% para 49 milhões de euros.
Fora da União Europeia, o calçado português continuou, até março, a crescer no Reino Unido (mais 9% para 27 milhões de euros). Já nos EUA e Canadá, registou um recuo de 12,7% e 14%, respetivamente, para 18 e quatro milhões de euros.
Nos primeiros três meses do ano a indústria portuguesa de calçado português exportou 90% da produção para 170 mercados nos cinco continentes.
Para o presidente da APICCAPS, “ainda que haja muitas variáveis a contaminar o comércio mundial”, a expectativa é que 2025 seja “um ano de consolidação do calçado português no exterior”.