Professora morta por envenenamento era vigiada por marido, diz amiga

Maísa Ramos relata que Larissa Rodigues enfrentava perseguições em meio a crise no casamento. Em março, foi encontrada morta

Mai 8, 2025 - 02:41
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Professora morta por envenenamento era vigiada por marido, diz amiga

Encontrada morta no apartamento onde morava em Ribeirão Preto (SP), em 22 de março, Larissa Rodrigues, de 37 anos, vivia uma crise no casamento com o médico Luís Antônio Garnica. A professora, além disso, era constantemente perseguida e vigiada pelo marido, afirma a empresária e amiga de Larissa, Maísa Ramos, em entrevista à EPTV, filiada da TV Globo.

De acordo com ela, o médico e a esposa não tinham mais um vínculo amoroso. Há pelo menos um ano e meio, não saíam e nem viajam juntos. Apesar disso, não deixava de querer o paradeiro da esposa, ou quem a acompanhava durante a rotina. 

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Ele teria colocado um rastreador tanto no carro, quanto no celular da vítima. "Ele era ciumento a ponto de colocar rastreador no carro dela. O ano passado ela descobriu que tinha um rastreador no carro dela, sendo que era uma menina que saía de casa para o trabalho, do trabalho para casa, e para academia", afirmou Maísa, à EPTV.

A mãe de Luís Antônio, Elizabete Arrabaca, foi presa, junto com o filho, na última terça-feira (6/5), por suspeita de homicídio qualificado. O ato prevê pena de reclusão de 12 a 30 anos. O montante de tempo pode ser, inclusive, aumentado caso o crime tenha sido cometido contra o cônjuge, companheiro ou um parente. 

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Tristeza e desespero

Amiga de Larissa há mais de 12 anos, Maísa conta que teve contato o suficiente com o casal para identificar padrões, até mesmo, negativos. No princípio, ela identificava certos tipos de comportamento pejorativos de Luís Antônio diante da mulher.

"Ele era meio abusivo com ela, fazia umas brincadeiras meio sem graça, tipo, assim, tirar sarro um pouco da aparência dela, desfazia um pouco dela, um jeito meio escroto. Mas, até aí ela negava, falava que era o jeito dele mesmo", afirmou, ainda durante a entrevista. 

Apesar disso, o casal era visto junto com frequência. Tudo mudou, todavia, com a entrada do médico em um curso de pós-graduação, em São Paulo. A partir daí, ele passou a apresentar postura mais distante. Além de não querer mais compartilhar momentos públicos com a esposa, Luís levantava suspeitas, aos olhos da professora, de que possuía um caso extra conjugal. 

"Ela sabia que era uma relação que não estava dando certo, mas ela não conseguia sair. Tanto é que a última vez que a gente conversou, ela falou 'eu não consigo sair.' (...) Na mensagem que a gente trocou, ela falou que era por medo, mas ela não falou que tipo de medo", disse Maísa, sobre a última conversa presencial que teve com a amiga, em fevereiro. 

O que aconteceu

Larissa foi encontrada morta no apartamento do casal. Foi Garnica quem a encontrou. De acordo com ele, a esposa estava caída e desfalecida no chão do banheiro. Com isso, decidiu levá-la para a cama na tentativa de reanimá-la, por ser um profissional da área da saúde. Porém, não teve êxito. Acionado, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) confirmou a morte no local. 

A autópsia da morte foi inconclusiva. Apontou, ainda assim, problemas nos pulmões e no coração. A presença de chumbinho no organismo foi confirmada após laudo toxicológico. Isso aumentou a suspeita de envenenamento.  

A Polícia Civil investiga o caso. As motivações do crime, e, principalmente, a origem do chumbinho, são analisadas. Antes da morte, Larissa havia de fato descoberto a traição. A mãe de Luís Antônio, Elizabete, foi a última a estar com a professora antes do ocorrido.