Post Trauma – Review

Ao longo dos últimos 10 anos, percebemos que o gênero de terror sofreu muitas mudanças no quesito jogabilidade. Visão traseira por cima do ombro virou uma constante, e a famosa câmera fixa foi perdendo espaço. Porém, nem todos os jogos se renderam a este modelo de jogabilidade, e Post Trauma é mais um que entra …

Mai 12, 2025 - 05:16
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Post Trauma – Review

Ao longo dos últimos 10 anos, percebemos que o gênero de terror sofreu muitas mudanças no quesito jogabilidade. Visão traseira por cima do ombro virou uma constante, e a famosa câmera fixa foi perdendo espaço. Porém, nem todos os jogos se renderam a este modelo de jogabilidade, e Post Trauma é mais um que entra para a lista de títulos que tentam reviver esse modelo.

Seguindo uma mistura do horror do passado com a jogabilidade atual, Post Trauma tenta reviver a clássica visão fixa, mas sem cair nas limitações que ela causava na época. Talvez para os saudosistas este seja o momento de ouro, mas será que o mesmo vale para a geração que viu o terror se popularizar da forma que é hoje?

Post Trauma
Em alguns locais, a câmera vai mudando levemente o ângulo para passar uma imersão maior ao jogador. Fonte: PS5 Create

Roman é um policial que acorda num trem, sem lembrança alguma de como chegou ali. Se perguntando onde está, ele começa a investigar os vagões e coisas sinistras começam a acontecer. Ao longo da jornada, o protagonista percebe que aquele, definitivamente, não é o mundo real, e ele tenta encontrar uma forma de escapar de lá com vida. Ou não.

A história de Post Trauma é bem simples e não possui nada de muito fantástico. Na verdade, os elementos são apresentados de uma forma genérica e sem graça e, mesmo no final, você não faz a mínima ideia do que diabos está acontecendo ali.

Os diálogos são bem esquisitos e em determinados momentos não fazem sentido algum. O personagem principal fica muito calmo onde deveria estar completamente desesperado, não há aquele senso de urgência na voz ou em suas ações. Além disso, a sincronização labial é péssima, fato que estraga bastante a experiência do jogo.

Durante a aventura você encontra algumas fitas que podem ajudar a entender um pouco mais de um lado da história, mas não vá com muita sede ao pote, pois ele esclarece bem mais ou menos as pontas soltas de apenas um dos personagens da trama.

Aqui você poderá jogar com até três personagens, variando entre a tradicional câmera fixa em terceira pessoa, e em primeira pessoa. Confesso que não entendi o sentido disso, tendo em vista que a proposta era trazer de volta aquele terror da era Silent Hill em seus primórdios, mas devo admitir que até que é legal ter essa variação na perspectiva.

Post Trauma
Os chefes do jogo são bem fáceis de serem derrotados, sendo necessário o mínimo de esforço para isso. Fonte: PS5 Create

Os gráficos de Post Trauma não são feios, mas possuem uns granulados muito perceptíveis, mesmo com a opção “film grain” desligada. Tirando esse fato, até que eles entregaram uma qualidade gráfica razoável.

A jogabilidade é outro ponto importante e que também sofre, pois além de um pouco dura, traz bugs chatos. Em determinados momentos, especialmente quando a câmera muda de ângulo, você perde o controle do personagem e ele não faz a ação desejada. Fica parecendo que o jogo tem vida própria.

O problema na jogabilidade também persiste em linhas retas e até mesmo em batalhas contra inimigos. A resposta é lenta e você mal tem tempo de se esquivar dos ataques. Talvez este seja o momento de agradecer os bugs presentes em Post Trauma, pois às vezes o inimigo te acerta, mas Roman não toma dano.

E por falar em inimigos, eles lembram muito as esquisitices vistas em Silent Hill 2. Na verdade, a ambientação inteira lembra o remake lançado ano passado. Porém, ao contrário do título de sucesso trazido de volta à vida pela Bloober Team, Post Trauma entrega uma aventura bem mais ou menos, mas com uma ambientação muito bem trabalhada.

Diferente dos jogos da época, mesmo a câmera sendo fixa, aqui você pode travar a mira no inimigo, o que facilita bastante na hora de atacar. Porém, a movimentação de Roman não coincide com a proposta inicial, o que traz a sensação de que você está jogando um jogo de ação.

Post Trauma
Os puzzles são muito bons e fazem jus às referências da década de 90. Fonte: PS5 Create

Post Trauma é um jogo bem curto, sendo possível ser platinado em até 2 horas, se você souber o que está fazendo. Os puzzles são bem legais e trazem de volta aquela sensação de dificuldade do passado. Não que isso melhore a qualidade geral do jogo, mas já é alguma coisa.

O título também conta com localização em PT-BR, o que é bom, mas parece que eles ficaram com preguiça no meio do caminho. Algumas placas sinalizadoras em determinados cenários estão traduzidas, mas outras não. Além disso, às vezes a legenda não pega tudo que o personagem está falando. Em nenhum momento isso aconteceu em pontos cruciais da história, mas para quem não entende inglês, pode ser um ponto negativo a ser considerado.

Post Trauma tem uma boa proposta de trazer o horror das antigas misturado com o atual, mas mal executado de diversas maneiras. O jogo tem uma história mais ou menos, muitos bugs, controles duros e um fator replay nulo. Se você gosta de platina fácil, pode ser uma opção, mas espere uma excelente – muito boa mesmo – promoção para adquiri-lo.

Post Trauma está disponível para PS5, Xbox Series e PC. Esta análise é da versão PS5 e foi realizada com um código fornecido pela Raw Fury.