Plano da Tesla para robô humanoide é prejudicado por restrições da China a minerais raros

A produção do robô Optimus, da Tesla — projetado para executar tarefas domésticas — foi afetada pelas recentes restrições impostas pela China à exportação de minerais raros. As medidas foram implementadas no início do mês como parte da intensificação da guerra comercial entre Pequim e Washington.

Durante a teleconferência de resultados da empresa nesta terça-feira, o CEO Elon Musk afirmou que a fabricação do robô foi impactada por um “problema com os ímãs”. Com novas exigências de licenças para exportação desses insumos estratégicos, são esperadas semanas de atraso. A Tesla é uma das empresas de maior destaque a relatar efeitos diretos das novas restrições.

“Estamos tentando resolver isso com a China. Esperamos obter uma licença para usar os ímãs de terras raras”, disse Musk, que também atua como conselheiro da Casa Branca. “A China quer garantias de que esses ímãs não serão usados para fins militares — o que obviamente não é o caso. Eles vão apenas em robôs humanoides.”

Pequim incluiu sete minerais de terras raras em sua lista de controle de exportações, como resposta às tarifas impostas pelo governo dos EUA. As autoridades chinesas alegam que os materiais têm uso dual — tanto civil quanto militar — e, por isso, exigem regulamentação mais rigorosa.

Esses minerais, embora específicos, são cruciais para tecnologias como lasers ópticos, radares, turbinas eólicas, revestimentos de motores a jato e outros equipamentos avançados.

Após a divulgação dos resultados da Tesla, ações de empresas chinesas ligadas à robótica registraram forte alta. Papéis da UBTech Robotics Corp., Horizon Robotics Inc., Zhejiang Changsheng Sliding Bearings Co. e Jiangsu Pacific Precision Forging Co. subiram mais de 10%. A fabricante de materiais de terras raras JL Mag Rare-Earth Co. também teve valorização superior a 10%.

Musk também comentou os efeitos das tarifas sobre outras áreas da empresa, afirmando que o setor de energia da Tesla é o mais afetado.

“O impacto das tarifas será desproporcional na nossa divisão de energia, pois usamos células de bateria de fosfato de ferro-lítio (LFP) fabricadas na China”, explicou. Ele afirmou ainda que a Tesla está instalando equipamentos para fabricar essas baterias localmente nos EUA, ao mesmo tempo em que busca fornecedores fora da China — um processo que ainda levará tempo.

Autores: Sing Yee Ong, Dana Hull
Fonte: Bloomberg
Data de publicação: 22 de abril de 2025

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