A agonia do CEO da Nvidia diante das sanções e tarifas contra a China

Jensen Huang diz que Nvidia continuará atuando no mercado chinês apesar das tarifas.

A Nvidia foi uma das empresas mais impactadas pelas tarifas comerciais impostas pelo governo dos Estados Unidos. Desde o anúncio das tarifas pelo então presidente Donald Trump, em 2 de abril, o setor de tecnologia perdeu bilhões em valor de mercado em poucos dias, e a Nvidia viu seu valor de mercado cair mais de US$ 270 bilhões.

Na semana passada, a Nvidia enviou um documento à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) informando que a exigência do governo americano de obter uma licença para exportar os chips H20 para a China representará um custo de US$ 5,5 bilhões para a empresa.

O chip H20 foi desenvolvido para rodar modelos de inteligência artificial, embora não seja o principal da empresa — título que pertence ao A100. Ainda assim, ele foi projetado para atender a requisitos específicos impostos pelos EUA para que possa ser comercializado no mercado chinês.

Apesar da intensificação da guerra comercial entre os EUA e a China, o CEO da Nvidia, Jensen Huang, afirmou, durante visita à China, que a empresa seguirá atuando no país asiático.

“As restrições aumentadas impactaram significativamente nossa empresa”, disse Huang à emissora estatal chinesa CCTV. “Cresci na China e vi como o país acompanhou nosso crescimento ao longo dos últimos 30 anos. Claro que é um mercado muito grande, e nossas interações com as empresas chinesas nos tornaram melhores. Continuaremos nos esforçando para otimizar nossos produtos, cumprir as regulamentações e seguir atendendo o mercado chinês.”

Mesmo com as perdas, a Nvidia tem buscado maneiras de contornar os efeitos das tarifas. Poucos dias antes de anunciar o impacto de US$ 5,5 bilhões, a empresa informou, em comunicado da Casa Branca, que investirá US$ 500 bilhões em manufatura nos Estados Unidos.

A companhia adquiriu um espaço de um milhão de pés quadrados em Phoenix, que será utilizado pela Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC) para produzir os novos chips Blackwell da Nvidia. Esses chips são usados atualmente nas GPUs da série RTX 50.

Além disso, a Nvidia está construindo duas fábricas de supercomputadores no Texas.

“Os motores da infraestrutura global de inteligência artificial estão sendo construídos nos Estados Unidos pela primeira vez”, afirmou Huang em nota à imprensa. “Investir em produção nos EUA nos ajuda a atender melhor à crescente demanda por chips de IA e supercomputadores, fortalece nossa cadeia de suprimentos e aumenta nossa resiliência.”

Oscar Gonzalez
Editor de notícias de fim de semana
Jornalista veterano e podcaster premiado, especializado na cobertura de teorias da conspiração, desinformação, negócios, economia, videogames e tecnologia.
20 de abril de 2025
Laptop Mag

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