Pedro Nuno Santos quer que a ANA “se despache” e que sejam reduzidos prazos do novo aeroporto

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, defendeu esta segunda-feira que é preciso que a ANA Aeroportos “se despache” e que sejam reduzidos de “forma significativa” os prazos da construção do novo aeroporto de Lisboa. “A decisão foi tomada, mas há muito trabalho a fazer com a ANA, nomeadamente para garantirmos com a ANA que […]

Mai 5, 2025 - 18:23
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Pedro Nuno Santos quer que a ANA “se despache” e que sejam reduzidos prazos do novo aeroporto

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, defendeu esta segunda-feira que é preciso que a ANA Aeroportos “se despache” e que sejam reduzidos de “forma significativa” os prazos da construção do novo aeroporto de Lisboa.

“A decisão foi tomada, mas há muito trabalho a fazer com a ANA, nomeadamente para garantirmos com a ANA que não explora os prazos todos contratuais até ao limite e conseguirmos, em conjunto, que seja possível antecipar, de forma significativa, os prazos que estão salvaguardados nos contratos”, afirmou Pedro Nuno Santos, durante um almoço, em Lisboa, com a Confederação do Turismo de Portugal (CTP).

No segundo dia de campanha oficial para as legislativas, o líder socialista falou sobre a questão do novo aeroporto de Lisboa e da TAP, depois do presidente desta confederação, Francisco Calheiros, ter classificado estes temas como fundamentais para o país. “Por isso, neste momento, aquilo que nós temos de garantir é que a empresa que tem a concessão dos nossos aeroportos se despache”, afirmou o líder socialista, salientando que há um “trabalho que se tem que fazer, como é evidente”.

O Governo tinha estimado que o Aeroporto Luís de Camões entrasse em funcionamento em 2034, mostrando-se menos otimista do que a Comissão Técnica Independente (CTI), que apontava a conclusão da primeira pista para 2030 e um custo total da obra de 6.105 milhões de euros.

“2030 e 2031 temos de dizer aos portugueses com clareza que não é possível. Para nós, um prazo de 10 anos, 2034, será razoável”, afirmou o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz. Já antes, Francisco Calheiros tinha falado sobre a solução para o aeroporto defendida em 2022 por Pedro Nuno Santos, então ministro das Infraestruturas.

“Devo-lhe dizer que mantenho exatamente a opinião que partilhamos quando era ministro das Infraestruturas, eu acho que a sua decisão é correta, ou seja, avançamos já para o Montijo e definimos desde já que quando o Montijo não der mais, será Alcochete, essa continua a ser a nossa opinião, que é a sua”, afirmou o responsável pela CTP. Pedro Nuno Santos referiu que a solução recordada por Francisco Calheiros “não é recuperável, já foi ultrapassada”.

“Aquilo que sei é que neste ano, se tudo tivesse corrido de acordo com os prazos, estávamos a receber mais aviões e mais passageiros. Se a decisão tivesse sido concretizada na altura e, depois, com tempo e com outra segurança, nós faríamos a preparação para um infraestrutura de maior dimensão que substituísse as outras duas”, enfatizou Pedro Nuno Santos. O secretário-geral do socialista disse que este é “um barco que já partiu”.

Em 2022, O Ministério das Infraestruturas, na altura liderado por Pedro Nuno Santos, anunciou uma solução para o reforço da capacidade aeroportuária na região de Lisboa que previa a construção de um aeroporto na atual Base Aérea n.º 6 do Montijo até 2026 e outro no Campo de Tiro de Alcochete, para entrar em funcionamento em 2035, que substituiria o Humberto Delgado.

O despacho viria a ser revogado por ordem do então primeiro-ministro Antonio Costa. Francisco Calheiros lembrou que se passou mais um ano depois da apresentação do projeto do novo aeroporto de Lisboa e “nada evoluiu”. Francisco Calheiros defendeu ainda que a TAP “é extremamente importante para o turismo”, nomeadamente para toda a parte da região de Lisboa e Centro e Alentejo e ligações às ilhas” e quis saber a posição do PS sobre a privatização da TAP?

Sobre a privatização, Pedro Nuno Santos salientou que a sua posição é a “mesma desde há muito tempo”, nomeadamente de que o Estado “deve ter a maioria do capital da TAP” e abrir “o capital a investimento estrangeiros, nomeadamente de outros grupos da indústria”.

Hoje é sabido que os três principais grupos de aviação europeus estão disponíveis para entrar no capital da TAP sem ter controlo da companhia, eu acho que essa é a melhor opção”, defendeu.

“Era só o que faltava”, diz Pedro Nuno sobre eventual chumbo de um governo do PS

O líder socialista considerou ainda que seria impensável a AD não dar condições de governabilidade ao PS, num cenário em que os socialistas ganham as eleições mas a direita no seu conjunto tem maioria. Francisco Calheiros, presidente desta organização, considerou que “é provável que a direita chumbe o seu governo” se o PS ganhar as eleições mas houver uma maioria de direita.

“Francisco Calheiros estava a dizer que se o Partido Socialista ganhar as eleições, a direita chumba um programa de governo. Era só o que faltava. Era só o que faltava”, respondeu Pedro Nuno Santos, referindo que o PS deu “todas as condições de governabilidade à AD” neste último ano.

Considerando que “ninguém do Governo, e muito menos o ainda primeiro-ministro, se pode queixar do PS” porque o seu partido estando na oposição deu “estabilidade política ao país”, o secretário-geral afirmou que “o mesmo deve acontecer se o Partido Socialista ganhar as eleições” e que “é impensável” se isso não acontecer.

“Não é um favor ao Partido Socialista. É simplesmente respeitar o país. E já agora respeitar também, primeiro o país e os portugueses, e em segundo lugar um partido que quando estava na oposição deu estas condições de governabilidade à AD”, apontou. Para Pedro Nuno Santos, é preciso “exigir que seja garantida estabilidade política” a seguir às eleições de 18 de maio, assim como “a reciprocidade ao PS”.

“Acho que nós só teremos estabilidade política em Portugal com uma vitória do Partido Socialista. E digo isto porque, infelizmente, de há dois meses para cá, e não termina com nenhum ato eleitoral, o ainda primeiro-ministro tornou-se a principal fonte de instabilidade política em Portugal”, acusou.