Papel da China na 2º Guerra Mundial ‘é mais apagado que o da URSS’, segundo historiador

No país, “morreram 20 milhões de pessoas nas mãos dos fascistas japoneses; e muito pouca gente no mundo sabe”, comentou o historiador brasileiro Marco Fernández

O historiador e analista geopolítico brasileiro Marco Fernández afirmou que “não se pode apagar a história mais importante” na vitória contra o nazismo, que completa 80 anos, em relação ao papel crucial desempenhado pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) como vencedora dos fascistas.

O especialista destacou que, embora tenha sido “um esforço conjunto” com um papel decisivo da URSS, o relato do Ocidente nas últimas décadas conta “apenas uma parte disso”. Ele citou, por exemplo, a posição de Kaja Kallas, vice-presidente da Comissão Europeia, que afirmou que a participação no desfile militar ou em outros eventos comemorativos do 80º aniversário da vitória sobre o nazismo em Moscou “não será tratada com leveza no lado europeu”, pedindo que líderes de Estados-membros e países candidatos ao bloco evitem o evento.

Também ressaltou que, na Alemanha, atualmente, “é proibida a bandeira da Rússia, a bandeira da União Soviética e qualquer menção à vitória soviética sobre os nazistas”.

“Ou seja, isso aqui (o Dia da Vitória de 1945) foi pela Europa, o que fizeram aqui, por libertar a Europa. Como podem apagar?”, questionou Fernández, destacando a contradição do continente e lembrando que a URSS perdeu cerca de 27 milhões de vidas na guerra.

O papel da China na Segunda Guerra Mundial “é mais apagado que o da URSS”

Segundo o historiador, com esse esforço de distorcer os fatos, a maioria das pessoas hoje desconhece o papel central da URSS na Segunda Guerra Mundial. Ele mencionou uma pesquisa recente da YouGov, na qual os entrevistados acreditam que os EUA foram os maiores responsáveis pela derrota dos nazistas.

Além disso, destacou que poucos conhecem o papel da China na guerra, pois “é mais apagado que o da União Soviética”. Ele detalhou que, no país, “morreram 20 milhões de pessoas nas mãos dos fascistas japoneses; e muito pouca gente no mundo sabe”.

A glorificação do nazismo

Fernández também abordou a persistente e atual glorificação do nazismo em vários países. Ele citou um veículo tradicional de Nova York, da comunidade judaica progressista, chamado The Forward, que mapeou globalmente estátuas, monumentos e ruas que ainda homenageiam nazistas.

A investigação revelou que Alemanha e Áustria ainda possuem mais de 100 dessas homenagens; os EUA têm dezenas; mas o país com o maior número é a Ucrânia, com mais de 400.

“Quando a Rússia diz que um dos objetivos da operação militar especial é desnazificar a Ucrânia, não é retórica, não é propaganda de guerra, é real. O problema não é apenas (Volodymyr) Zelensky ou o batalhão Azov, é uma cultura política enraizada na sociedade ucraniana que precisa ser mudada”, enfatizou.

Com informações de RT*

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