Ouro e prata: Em qual dos metais preciosos investir no cenário atual? Analistas opinam
O ouro, considerado um “porto seguro” para os portfólios de investimento, tem se beneficiado das turbulências enfrentadas pelo mercado nos últimos meses; prata ficou para trás, mas o saldo ainda é positivo O post Ouro e prata: Em qual dos metais preciosos investir no cenário atual? Analistas opinam apareceu primeiro em Empiricus.

O ouro, um hedge (proteção) clássico para as carteiras, é um dos ativos que mais têm se destacado em meio à onda de tensões geopolíticas observada nos últimos anos.
Considerado “pouco volátil” e seguro, o metal tem apresentado valorizações dignas de um ativo de risco, com alta superior a 60% desde o início de 2024: de US$ 2.071 por onça-troy para os atuais US$ 3.313.
O ETF GOLD11, que replica o desempenho do metal e é recomendado pela Empiricus para se expor ao ativo, teve desempenho ainda melhor no período, com uma valorização de 85%.
Com a arrancada do ouro, muitos investidores podem se questionar se:
- Ainda vale a pena investir no metal;
- A prata, que não se valorizou tanto quanto o ouro, está em bom ponto de entrada.
Ainda vale a pena investir no ouro?
Sobre o primeiro ponto, os analistas da Empiricus são unânimes: o ouro continua sendo uma opção interessante para proteger as carteiras em meio à turbulência ocasionada pela guerra comercial instaurada por Donald Trump.
O CIO da Empiricus Gestão, João Piccioni, afirma que o ouro é um destino natural do fluxo de dinheiro que tem saído dos ativos norte-americanos.
“Isso vai inspirar os investidores ou os bancos centrais a reduzirem seu risco em dólar, e o ouro é um caminho natural. Tem tudo para ser mais um ano com o ouro na liderança entre as classes de ativos”, disse.
O analista Matheus Spiess, da Empiricus Research, destaca a característica de descorrelação que o ativo tem com outras classes que compõem um portfólio de investimentos.
“Em horizontes dilatados de tempo, acaba servindo para aprimorar o risco e retorno do portfólio. O ouro costuma ser mais resiliente do que a média do mercado e a recuperação dele é mais rápida. Estou construtivo com a posição por esses dois motivos, fora o problema geopolítico que deve continuar a atrair capital para o metal”, disse.
Na mesma linha, a analista Larissa Quaresma, também da Empiricus, afirma que o ouro é um ativo “para se ter sempre em carteira” e que é um dos poucos investimentos que resiste bem a uma possível recessão global. Ela ainda descarta que o metal esteja caro depois da alta recente.
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A prata ficou para trás: vale a pena investir?
Por outro lado, a prata, outro metal tradicional, ficou “para trás”, com uma valorização não tão expressiva quanto o ouro. Desde o início de 2024, entretanto, já acumula uma alta de 36%.
Os analistas da Empiricus divergiram sobre a possibilidade de comprar prata para os portfólios.
Na visão de Matheus Spiess, o metal vale a pena para complementar o book de metais em uma carteira de investimentos. “Ficou muito atrás do ouro. Complementarmente, me parece fazer sentido, mas dentro de uma ideia de alocações de metais preciosos para proteger a carteira”, disse.
No entanto, o analista lembra que a prata, por ser um bem industrial, pode “sofrer” mais caso haja uma recessão.
Atualmente, cerca de 50% da demanda global por prata vem de usos industriais de diversos setores, como eletrônicos, painéis fotovoltaicos e indústria automotiva. Nesse sentido, uma eventual desaceleração da economia global poderia afetar negativamente o preço do metal.
Por esse motivo, a analista Larissa Quaresma prefere ter apenas o ouro na carteira. “A dinâmica industrial tem muitos pontos de interrogação. Reorganizar cadeias globais não é simples e normalmente envolve uma desaceleração no meio do caminho”, disse.
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