Nesta Primavera, vamos em busca das últimas aldeias de Lisboa
A nova edição da Time Out Lisboa chega às bancas com um roteiro pelo campo que resiste na cidade. Há ainda supper clubs e uma reportagem numa festa de sexo com psicólogos de serviço.


Todos aprendemos na escola sobre o êxodo rural que a partir dos anos 1950 mudou Portugal – e que não mais parou. O movimento migratório que tem esvaziado progressivamente o interior do país é uma das razões para Lisboa ser o que é hoje: enorme, lotada, alucinante. Há, por isso, um novo êxodo a acontecer, que é menos demográfico e mais aspiracional: o sonho de trocar o caos da cidade pela calmaria do campo. Ou haverá ainda alguma paz escondida entre os edifícios cada vez mais altos, os buracos cada vez mais fundos, o ruído ensurdecedor e os espaços cada vez mais atafulhados?
Em busca pelas últimas aldeias de Lisboa, encontrámos tascas honestas, coretos animados, estendais à porta, vasos nas fachadas, casinhas de um só piso e quintais carregados de nêsperas. Há mercearias, padarias e oficinas onde se tratam os clientes pelo nome. Entre novos e velhos, sente-se medo da extinção, mas também esperança em projectos inovadores.
O meio-termo é raro, mas um verdadeiro oásis para famílias cosmopolitas a precisar de parar. Vida rural com metro à porta? Existe e vale bem a pena.
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Na nova edição da Time Out Lisboa, já nas bancas, vai ainda encontrar uma reportagem numa festa de sexo com psicólogos de serviço; o regresso dos supper clubs; uma grande entrevista com a realizadora portuguesa Laura Carreira, que está a dar que falar lá fora com o filme On Falling; e um artigo sobre cerâmica, o parente pobre da arte em Portugal. Também pode ser sobre as lojas que estão a mudar a ideia da segunda mão e do vintage; os alfarrabistas modernos; e a cena musical do Barreiro.
Os críticos gastronómicos Luís Monteiro José Margarido visitaram O Pigmeu e A Parreirinha do Chile (respectivamente) e Alfredo Lacerda voltou ao lugar onde tudo começou há 12 anos: o Belcanto. Esta é a sua última crítica na Time Out, que se faz acompanhar de uma emotiva carta de despedida dos leitores.
Salvador Martinha usa a última página desta edição de Primavera para escrever sobre aquela "vozinha que pode abanar tudo" e que o faz questionar o que anda aqui a fazer.
Encontramo-nos no Verão.