Deinosuchus | Crocodilo pré-histórico era capaz de se alimentar de dinossauros
Medindo até 8 metros de comprimento e vivendo entre 82 e 75 milhões de anos atrás, os Deinosuchus foram predadores crocodilianos tão eficientes que caçavam até dinossauros maiores do que eles. Uma nova descoberta do Instituto de Geociências da Universidade de Tübingen, publicada na revista científica Communications Biology, resolveu um longo mistério sobre a espécie — sua dispersão pela América do Norte. Dinossauro é encontrado dentro de estômago de crocodilo Qual é a diferença entre jacaré e crocodilo? À época, no Cretáceo, o norte do continente americano era dividido pelo Mar Interior Ocidental, que separava as grandes ilhas continentais da Laramídia e Apallachia. O Deinosuchus vivia na costa dos dois locais, algo que só era possível graças a glândulas de sal, permitindo nadar em água salgada. Crocodilos modernos possuem essa habilidade, mas os jacarés, não — e a ciência não conseguia explicar isso. Um novo grupo de répteis A parte misteriosa é que os Deinosuchus (cujo nome significa “crocodilo terrível”) foram, no passado, classificados no grupo dos ancestrais dos jacarés, e chegaram a ser conhecidos como grandes jacarés. Isso significa que a linhagem de répteis teria de ser tolerante ao sal e, ao longo da evolução, ter perdido a habilidade. Isso, no entanto, não fazia sentido evolutivo de acordo com os fósseis. -Entre no Canal do WhatsApp do Canaltech e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.- Jules D. Walter (esquerda) e Márton Rabi estudando crânios de crocodilianos existentes para chegar às conclusões sobre o Deinosuchus (Imagem: Márton Rab/University of Tübingen) No novo estudo, Márton Rabi e sua equipe combinaram análises dos corpos de répteis modernos junto a fósseis de crocodilianos extintos, ainda não pesquisados sob essa ótica. Com uma linhagem evolutiva mais clara em mãos, foi possível descobrir que os Deinosuchus não faziam parte do grupo dos aligatoroides (do qual participam os jacarés), integrando uma parte diferente da árvore genealógica crocodiliana. Isso explica seu tamanho, sua habilidade de tolerar o sal e sua distribuição geográfica. O estudo também descobriu que aligatoroides primitivos eram menores que o Deinosuchus, salientando a diferença das linhagens. O gigantismo nos crocodilianos era comum, com grandes répteis surgindo independentemente nos últimos 120 milhões de anos, mesmo durante glaciações — há relatos de crocodilos de mais de sete metros ainda no século XIX, por exemplo. Leia também: Como os crocodilos sobreviveram ao asteroide que extinguiu os dinossauros? Fóssil dinossauro mordido por crocodilo há 76 milhões de anos é encontrado Ancestral dos crocodilos de 215 milhões de anos tinha armadura blindada VÍDEO: Robô de um animal extinto Leia a matéria no Canaltech.

Medindo até 8 metros de comprimento e vivendo entre 82 e 75 milhões de anos atrás, os Deinosuchus foram predadores crocodilianos tão eficientes que caçavam até dinossauros maiores do que eles. Uma nova descoberta do Instituto de Geociências da Universidade de Tübingen, publicada na revista científica Communications Biology, resolveu um longo mistério sobre a espécie — sua dispersão pela América do Norte.
- Dinossauro é encontrado dentro de estômago de crocodilo
- Qual é a diferença entre jacaré e crocodilo?
À época, no Cretáceo, o norte do continente americano era dividido pelo Mar Interior Ocidental, que separava as grandes ilhas continentais da Laramídia e Apallachia. O Deinosuchus vivia na costa dos dois locais, algo que só era possível graças a glândulas de sal, permitindo nadar em água salgada. Crocodilos modernos possuem essa habilidade, mas os jacarés, não — e a ciência não conseguia explicar isso.
Um novo grupo de répteis
A parte misteriosa é que os Deinosuchus (cujo nome significa “crocodilo terrível”) foram, no passado, classificados no grupo dos ancestrais dos jacarés, e chegaram a ser conhecidos como grandes jacarés. Isso significa que a linhagem de répteis teria de ser tolerante ao sal e, ao longo da evolução, ter perdido a habilidade. Isso, no entanto, não fazia sentido evolutivo de acordo com os fósseis.
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No novo estudo, Márton Rabi e sua equipe combinaram análises dos corpos de répteis modernos junto a fósseis de crocodilianos extintos, ainda não pesquisados sob essa ótica. Com uma linhagem evolutiva mais clara em mãos, foi possível descobrir que os Deinosuchus não faziam parte do grupo dos aligatoroides (do qual participam os jacarés), integrando uma parte diferente da árvore genealógica crocodiliana. Isso explica seu tamanho, sua habilidade de tolerar o sal e sua distribuição geográfica.
O estudo também descobriu que aligatoroides primitivos eram menores que o Deinosuchus, salientando a diferença das linhagens. O gigantismo nos crocodilianos era comum, com grandes répteis surgindo independentemente nos últimos 120 milhões de anos, mesmo durante glaciações — há relatos de crocodilos de mais de sete metros ainda no século XIX, por exemplo.
Leia também:
- Como os crocodilos sobreviveram ao asteroide que extinguiu os dinossauros?
- Fóssil dinossauro mordido por crocodilo há 76 milhões de anos é encontrado
- Ancestral dos crocodilos de 215 milhões de anos tinha armadura blindada
VÍDEO: Robô de um animal extinto
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