“Não levamos a sério”; Irã confronta os EUA
Teerã diz estar comprometido em chegar a um “acordo justo”, apesar do anúncio do presidente dos EUA, Trump, de sanções secundárias a empresas e países que compram petróleo iraniano O Ministério das Relações Exteriores do Irã afirmou nesta sexta-feira (2) que Teerã está comprometido em continuar o processo diplomático e as negociações sobre seu programa […] O post “Não levamos a sério”; Irã confronta os EUA apareceu primeiro em O Cafezinho.

Teerã diz estar comprometido em chegar a um “acordo justo”, apesar do anúncio do presidente dos EUA, Trump, de sanções secundárias a empresas e países que compram petróleo iraniano
O Ministério das Relações Exteriores do Irã afirmou nesta sexta-feira (2) que Teerã está comprometido em continuar o processo diplomático e as negociações sobre seu programa nuclear, mas “não aceitará pressões e ameaças que violam o direito internacional e atingem os direitos do povo iraniano”. Em um comunicado, a pasta condenou as sanções ilegais contínuas contra o Irã e a “pressão sobre seus parceiros econômicos”, classificando-as como “mais uma prova de que os Estados Unidos não estão seriamente comprometidos com uma abordagem diplomática em relação ao Irã”.
O texto também destacou que a continuidade dessas políticas “não mudará as posições firmes do Irã na defesa de seus direitos legítimos” e que “testar métodos fracassados só levará à repetição de falhas passadas”.
O Ministério ainda afirmou que a delegação iraniana, durante as três primeiras rodadas de negociações, buscou “alcançar um acordo justo que garanta os direitos do povo iraniano, dentro dos marcos estabelecidos que permitam a Teerã utilizar a energia nuclear pacífica”.
As negociações indiretas entre Teerã e Washington começaram após uma carta do ex-presidente dos EUA Donald Trump ao Líder Supremo do Irã, Ali Khamenei, para “resolver uma crise fabricada por meio da diplomacia, com base na boa-fé”, acrescentou o comunicado.
EUA ameaçam com sanções secundárias
A declaração do Ministério iraniano veio após Trump anunciar na quinta-feira que todas as compras de petróleo ou produtos petroquímicos iranianos devem cessar, alertando que qualquer país ou indivíduo que continuar com esse comércio enfrentará sanções secundárias imediatas e será impedido de fazer negócios com os EUA.
“Eles não terão permissão para fazer negócios com os Estados Unidos da América de forma alguma”, escreveu Trump em sua rede social Truth Social.
As sanções secundárias são uma ferramenta poderosa para os EUA devido ao tamanho de sua economia.
As declarações de Trump ocorrem após o adiamento da última rodada de negociações entre Washington e Teerã sobre o programa nuclear iraniano.
Quarta rodada de negociações é adiada
O Ministério das Relações Exteriores do Irã informou na quinta-feira que a quarta rodada de negociações, que ocorreria em Roma no sábado, foi remarcada a pedido do Sultanato de Omã por “razões logísticas”.
Fontes que conversaram com a Al Mayadeen explicaram que o adiamento ocorreu “diante das posições conflitantes da administração americana em relação às negociações e dos esforços de Washington para mudar o marco geral previamente acordado”.
EUA exigem que Irã abandone enriquecimento de urânio
Em um desenvolvimento paralelo, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, afirmou em 1º de maio que o Irã deve “abandonar” tanto o enriquecimento de urânio quanto o desenvolvimento de mísseis de longo alcance.
“Eles precisam abandonar o patrocínio ao terrorismo, deixar de ajudar os Houthis (no Iêmen), parar de construir mísseis de longo alcance que não têm outro propósito senão portar armas nucleares e devem abandonar o enriquecimento”, disse Rubio em entrevista à Fox News.
Suas declarações foram feitas enquanto a quarta rodada de negociações nucleares, marcada para Roma, era adiada.
Um oficial iraniano citado pela Reuters afirmou que uma nova data para as conversas será definida “dependendo da abordagem dos EUA”.
Teerã já reafirmou diversas vezes que tanto o enriquecimento de urânio quanto suas capacidades defensivas não são negociáveis nas discussões com os americanos.
Com informações de The Cradle*
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